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Universidade estuda viabilidade da navegação na hidrovia do rio Paraguai

Da Redação em 28 de Agosto de 2014

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Em época de cheia, rio Paraguai é altamente viável para a navegação

A Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (UFPR/ITTI), está realizando o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) da Hidrovia do rio Paraguai por solicitação da Diretoria de Infraestrutura Aquaviária (DAQ), órgão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que pretende adequar a hidrovia e melhorar o transporte de cargas, desafogando as rodovias da região.

Atualmente no Brasil, a bacia do rio Paraguai é uma das hidrovias com melhores condições de navegação. Ela vai de Cáceres, em Mato Grosso, até Nova Palmira, no Uruguai. São 3.442 km que servem o Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, dos quais 1.270 km ficam em território brasileiro.

De acordo com dados da Administração da Hidrovia do Paraguai (AHIPAR), mais de 6 milhões de toneladas de cargas são transportadas pela Hidrovia todos os anos. São transportados principalmente minérios de ferro e manganês a longa distância.

O estudo

Eduardo Ratton, coordenador-geral do EVTEA, explica que será estudada, a partir de pesquisas de campo, toda a extensão da Hidrovia do rio Paraguai e alguns afluentes em território brasileiro. “Além das características físicas, serão estudadas as diretrizes de ordem econômica que interagem com o entorno da Hidrovia, conhecendo as questões, socioeconômicas e ambientais da região”, comenta.

Divulgação

Expedição avaliou e cadastrou as condições de navegabilidade

O resultado será um quadro completo da área de estudo para proporcionar uma Hidrovia econômica e ambientalmente viável, segura e com um uso pleno como corredor hidroviário, capacitando-a para transportar cargas consideradas nas projeções das demandas, até o cenário de 2035. 

Junto com técnicos da AHIPAR e do Dnit, a UFPR/ITTI já realizou uma expedição ao longo do canal principal do rio Paraguai. Dividida em duas etapas, a expedição percorreu o Tramo Norte do rio, entre os municípios de Cáceres e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, somando 700 km de navegação, e Tramo Sul, entre Corumbá e a foz do Rio Apa, trecho com aproximadamente 600 km.

Os trabalhos incluíram a avaliação e o cadastramento da sinalização náutica, identificação dos processos erosivos existentes nas margens e possíveis impactos ambientais, rastreamento do canal navegável e determinação de sua profundidade, entre outras atividades.

“O intuito da expedição foi avaliar e cadastrar as condições de navegabilidade da bacia identificando as áreas de difícil navegação, bem como avaliar a sinalização do trecho e a ocorrência de impactos ambientais ao longo das margens”, comenta Ratton. 

Navegabilidade

O rio Paraguai, nas épocas de cheias, é altamente viável para a navegação, entretanto, nos períodos de estiagem, ela fica comprometida com o aparecimento de bancos de areia. Deste modo, a expedição realizou a batimetria, que é a medição de profundidades mínimas ao longo do rio e nos pontos críticos do rio.  

“Pudemos perceber que o Tramo Norte está bem preservado e tivemos apenas dificuldade de navegação devido à presença de aguapés, conhecidos como camalotes, que encobriam todo o rio em uma extensão de aproximadamente quatro quilômetros. Esse fenômeno é conhecido na região como “entupimento””, conta o engenheiro civil da UFPR, Carlos Nadal. Com informações da assessoria de imprensa da UFPR/ITTI.

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