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Antônio Ávila: uma vida dedicada à informação

Lívia Gaertner em 06 de Dezembro de 2010

Anderson Gallo

Antônio Ávila começou carreira em 1960 com 16 anos

O  destino deu uma forcinha para que ele começasse aquela que se tornaria uma das mais bem consolidadas e longas carreiras no rádio brasileira. No mês de setembro, o radialista Antônio Sebastião Ávila, 66 anos, completou 50 anos de profissão desde o dia quando em 1960 teve que substituir, de forma inesperada, um narrador esportivo que no meio da partida teve um problema na voz.

“Eu comecei no dia 17 de setembro de 1960, um domingo, naquele dia jogou Marítimos e Atlético em Cuiabá, no estádio Eurico Gaspar Dutra. Eu fui pra conhecer, fui convidado por um grande amigo meu para aprender, um dos grandes narradores esportivos de Mato Grosso, na época, Pedro Silva. Aos 20 minutos de jogo, no primeiro tempo, ele teve um problema sério na garganta e passou o microfone para eu narrar e eu fiz o trabalho”, contou Ávila em entrevista ao Diário.

O desempenho do então jovem de 16 anos foi tão bom que de convidado para aprender um ofício, ele passou a ser um funcionário da empresa de comunicação Rádio Voz do Oeste. “Naquele dia, quando chegamos do estádio na rádio, lá estava o diretor da emissora e ele perguntou: ‘Quem é o Ávila?’. Ele mandou que eu entrasse, me levou para o estúdio e me mostrou o que era a pasta comercial da manhã, da tarde, da noite, e os textos avulsos e eu já estava empregado. Naquela época, o salário era 33 cruzeiros e eu entrei ganhando 66, comecei bem”, relembrou o radialista. Na Voz do Oeste, ele permaneceu até 1964 quando começou uma verdadeira aventura pelo Brasil afora, chegando a trabalhar em 53 emissoras do país. Por todas as regiões, Antônio Ávila passou e deixou seu exemplo de profissional.

“Fui pra rádio Bom Jesus, de Cuiabá. De lá fui pra Rádio Branique, de Rondonópolis, daí fui para Clube de Goiânia, de onde fui para Belém do Pará. Trabalhei um ano e três meses em Belém, e depois segui para Rádio Jornal, de Itabuna, na Bahia, saí de lá e fui trabalhar na Rádio Guarani, em Belo Horizonte. Estive na Guaíba, de Porto Alegre, fiquei 11 meses, depois fui pra São Joaquim, em Santa Catarina e assim fui fazendo a minha trajetória”, descreveu. Corumbaense, nascido na região do Morro do Cachorro, na parte baixa da cidade, Ávila deixou Corumbá com apenas 4 anos de idade e, entre suas andanças pelo país, planejava um dia retornar a sua terra natal.

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“Eu rodei e queria voltar, conhecer minha cidade, eu nasci aqui e saí daqui em 1948 e cheguei aqui no dia 19 de novembro de 1969. Trabalhei na rádio Clube e na Difusora. Ainda assim, deixei Corumbá pra dar mais uma esticadinha. Estive na Globo do Rio de Janeiro, fiz o estágio de 90 dias, tive o convite para ficar na época e não perdi nada porque estou muito bem em Corumbá”, afirma. Mas a carreira de Ávila não se resume somente à rádio, ele recorda suas passagens por emissoras de TV da época. “Eu trabalhei na TV Cidade Branca, hoje TV Morena, trabalhei com Uriel (Raghiant) e Caibar (Pereira), muitos anos na televisão aqui; trabalhei no canal 4 em Cuiabá, no Centro América, trabalhei no canal 9, do saudoso Fauze Anache”.

O esporte

Vascaíno de coração, Ávila começou a carreira como narrador esportivo e, dentre os trabalhos mais significativos, se destacam grandes coberturas do esporte que é paixão nacional. Com uma memória de dar inveja a muitos, ele se recorda dos fatos com datas completas e citou aquela que considerou um dos momentos mais importantes de sua trajetória profissional. “Foi uma grande decisão do Campeonato Carioca (Vasco e Flamengo), eu e Jonas de Lima, no dia 02 de novembro de 1982. Nós fizemos a cobertura e o Flamengo ganhou com gol de Rondinelli de escanteio cobrado pelo Zico. O goleiro do Vasco era Leão, hoje, um grande técnico”, relembrou e aproveita para falar da evolução do rádio. “Eu acho que evoluiu muito. Eu, por exemplo, fiz Campeonato Brasileiro, fiz muito Vasco e Flamengo, Internacional e Corinthians, decisão do Campeonato Brasileiro. Corumbaense participou em 1985 do Campeonato Brasileiro, eu e o Jonas fizemos esse trabalho e evoluiu muito. Por exemplo, o rádio em Corumbá nos anos 60, era muito difícil. Hoje, mudou tudo”, analisou. Ele teve o prazer de narrar uma partida da Seleção Brasileira quando tinha em sua escalação o rei Pelé. “Em 72, eu trabalhava na rádio Caçula, em Três Lagoas, e fiz Brasil e Portugal na decisão da Mini-Copa. Brasil foi tricampeão do mundo em 1970 e em 72 houve a mini-copa no Brasil que decidiu com Portugal a final, foi 1 a 0, gol do Pelé com cruzamento de Jairzinho.”

Policial

Apesar de ter começado e se destacado no meio esportivo, Antônio Ávila nunca deixou de cultivar as características de um repórter do cotidiano. E muitas de suas coberturas envolveram casos policiais. Uma das mais marcantes, para ele, foi a solução de um crime de latrocínio cuja vítima era um amigo de profissão. “A cobertura da morte de um jornalista aqui em Corumbá, Darci Silva, em 1986. Ele foi assassinado no dia 31 de dezembro e o corpo encontrado no dia 03 de janeiro. Essa cobertura eu fiz, fui no local, pra ser mais sincero, nós (eu e o Jonas de Lima) descobrimos onde estava o corpo. Foi um trabalho investigativo. Quando a Polícia soube, foi através de nós, de nossa equipe, eu fui buscar o delegado, levei o Corpo de Bombeiros no local e lá estava  o corpo de Darci Silva. Ele foi assassinado por funcionárias dele mesmo para roubar joias, mas a Polícia conseguiu de volta as joias, a arma do crime”, contou.

Leia mais: 50 Anos de Rádio: “se precisasse, eu faria tudo de novo”, diz Ávila

 

 

Comentários:

DIRCEU ALVES: Ávila. Te conheci através de minha esposa, Marileide de Souza, sua colega "discotecária" nas seleções musicais das rádios Difusora e Clube. Companheiro, fenomemo é voce. É um orgulho para todos nós corumbaenses. Te admiro e muito, voce nos é muito querido. Desejo a ti toda felicidade, sucesso e que Deus te proporcione muita saúde, lucidez e felicidade. Abraços, Dirceu - UNEI Pantanal

VÂNIA: ANTÔNIO ÁVILA VC É MUITO ESPECIAL PARA A POPULAÇÃO DA CIDADE DE CORUMBÁ

Linder Alencar Peinado: Parabens não somente como notícia mas sim como um documetário. Á Avila meus sinceros votos de felicidades e muito mais éxitos em sua vida. Um GRANDE corumbaense.

Lourival Rodrigues Dos Santos: Sou corumbaense criado na região do Abobral até os 12 anos, não te conheço pessoalmente, porém desde o final da década de 60 conheço a sua voz e te acompanho nas emissoras de Corumbá. Parabéns por essa sua carreira digna e que eleva nós corumbaenses.

valdenir: A alegria desse comunicador sempre foi seu maior cartão de visita, com sua narrativa marcante é a história da radiodifusão corumbaense.

afonso pereira: antonio avila parabens voce e a historia do radio do brasil

DILSON FONSECA: Parabéns Antonio Sebastião Ávila por tudo o que tem feito pela radiofonia sul-matogrossense e principalmente Corumbaense. Parabéns e que esses 50 anos dobrem na sua carreira. Felicidades

PAULO CÉSAR LACERDA DE NOVAIS: Foi dito aí na maravilhosa reportagem a colaboração do Antonio Àvila na área do esporte, coberturas policiais,etc.. Eu gostaria de dizer aqui umas verdades ! Em dado momento crítico eestando eu à frente da equipe de enfermagem do Hospital de Caridade, quando atravessavamos grave crise, que ia desde à falta de medicamentos, leite e fraldas para as crianças, idosos enfim pacientes em geral, este " ser humano espetácular " fez ecoar através de seu trabalho, meu clamor por ajuda por toda a região . Passei então á receber doações de todos os cantos deste grande pantanal, até das regiões mais longinquas, chegando ao ponto de termos que reservar um quarto só para guardar fraldas tamanha a quantidade . Isso eu não vou esquecer nunca mais e tenho certeza que Deus também não . À você meu amigo Antonio àvila, em nome de todo este povo carente, meu mutio obrigado e que Deus te abençoe sempre .

Jonas de Lima: Que linda matéria!!! Que importante reconhecimento!!!

Jonas de Lima : Que linda matéria!!! Que importante reconhecimento!!! O ser humano maravilhoso que é o meu maninho ANTÕNIO ÁVILA merece isso e muito mais. DEUS me deu a oportunidade de estar ao lado do ÁVILA nos mais diferentes momentos de sua vida. Sei do que ele é capaz para ajudar alguem. Amigo generoso, leal, carinhoso e maravilhoso. Que DEUS, em sua infinita bondade, continue lhe abençoando rica e poderosamente maninho querido. Obrigado querida Rosana Nunes, Lívia,Anderson Gallo e toda a equipe do Diário. Volto a afirmar... O ÁVILA MERECE!!!

Sílvio Júnior Gonzalez de Souza: É com muito prazer que venho falar. Que o Garotinho Antonio Ávila é um dos maiores reporteres e jornalista que tem aqui em Corumbá, alegro-me à cada dia que ouço as notícias com clareza que ele junto com seu amigo Sidney passam no dia a dia. Não esquecendo também do Jonas de lima e do Marquinho Fonseca. Por isso parabenizo juntamente com minha família você Antonio Ávila pelos seus 50 Anos de Profissão Jornalistica. Abraços e que o nosso Deus te proteja sempre.

Andersen Navarro: Grande abraço. Deus continue te abençoando. Se não fosse por você, hoje não seria narrador esportivo, você me deu a primeira oportunidade. Abraços meu irmão.

Andersen Navarro: Fiz questão de publicar no meu blog essa reportagem. Na íntegra. Reforço, se não fosse Antônio Ávila, talvez não fosse narrador esportivo. Uma história que conto pra todo mundo. E ontem foi dia do cronista esportivo. Parabéns "garotinho".

marcia da silva antunes: sou uma corumbaense mas nao moro mais nessa cidade lindaa.. e sei q o antônio ávila faz parte da história dessa cidade vcs estão de parabens por essa linda reportagem

Luiz Carlos Gemio: Tenho a grata satisfação de conhecer o Ávila pessoalmente e sei que ele é realmente merecedor desta e de outras reportagens que se destinam a divulgar este profissional, amigo, divertido, solidário e de uma memória incrível. Quem o conhece sabe! Parabéns, Ávila?

Carlos Da Costa Filho: Quero deixar os meus parabéns a toda a equipe o Diario pelo reconhecimento dirigido ao "garotinho" das manhas dos 1360 khz am. Conheço o avila e posso dizer sem medo de errar que ele é merecedor desta "biografia em poucas linhas". Abraços Livia, Marcelão Fernandes , toda equipe do diario. Abraço "garotinho" Antonio Ávila; 66 anos e uma história dessa não é pra qualquer um, hem!!

Armando de Amorim Anache: Envio os meus cumprimentos à equipe do jornal "Diário Corumbaense", que publicou a entrevista com o colega e amigo Antônio Ávila. Trata-se de um grande profissional do maravilhoso veículo de comunicação chamado Rádio. Tive o privilégio de conviver com o "Maninho" Ávila, com quem aprendi muito e ainda aprendo. No Rio de Janeiro, na década de 1980, fizemos grandes coberturas ao vivo, direto do Maracanã, juntamente com os colegas Jonas de Lima, Arruda Filho, João de Oliveira Neves (JGB), Aparecido Donizeti, Josué de Albuquerque e tantos outros, que saíam de Corumbá rumo à Cidade Maravilhosa, para as jornadas esportivas na rádio Clube. Bons tempos!! Ele esqueceu de contar a narração que fez, em 1981, ao vivo, na "Vermelhinha" da rádio Clube, da chegada do avião da VASP que trazia o time do Vasco da Gama, que jogaria contra a seleção de Corumbá, na inauguração das reformas do Estádio Arthur Marinho ( http://is.gd/ivFee ). Resumindo, o Ávila é dez! Reúne as melhores qualidades de um ser humano e de um grande profissional do Rádio. Abraços aos colegas do "Diário" e ao Ávila.

Arlindo fForentino: Em minhas idas a Corumbá, para acompanhar as equipes de Campo Grande, sempre tive o prazer de compartilhar alguns momentos com o Ávila e agora, com essa matéria, tive a oportunidade de conhecê-lo melhor. Bela e merecida homenagem. Parabéns à equipe do Diário.