Da Redação em 04 de Dezembro de 2024
Divulgação/IHP
Programa de capacitação entrou em sua 16ª edição
Essa etapa é organizada pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), em parceria com o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), e compreende parte presencial da especialização que tem duração de 18 meses e forma profissionais capacitados para desempenharem atividades para mitigar os efeitos climáticos no Brasil, bem como atuarem no monitoramento e fiscalização ambiental.
Essas atividades práticas da pós-graduação ainda foram realizadas com parceria da AEGEA, Wetlands International Brasil, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, via Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e Documenta Pantanal.
Os representantes que participaram de uma programação intensa de palestras (21 a 28 de novembro) são do Rio Grande do Norte, Maranhão, Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Espírito Santo, Roraima, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rondônia, Amazonas, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Ceará, Acre e Distrito Federal.
O presidente do IHP, coronel Angelo Rabelo, destacou que a proposta da imersão é ampliar a capacidade das Polícias Militares Ambientais em atuar com a conservação em todos os biomas brasileiros e também capacitar civis para exercerem ações ligadas à proteção da biodiversidade.
“O programa começou em 1995, com apoio da WWF e Fundação O Boticário, e hoje está na sua 16ª edição, com cerca de 700 oficiais como alunos. O programa de capacitação busca, a partir do conteúdo do curso como tecnologias, biodiversidade, recursos naturais, capacitar os comandantes para planejar o emprego de seu efetivo a partir de critérios de prioridade e visão preventiva. Os temas e intercâmbios estabelecidos influenciou na implantação de programas de educação ambiental, museus e programas internos de capacitação e ainda parceria com universidades, ONGs, etc”, detalhou Rabelo.
A coordenadora do curso de especialização Estratégias de Conservação da Natureza pelo IFMS campus Corumbá, Michele Soares de Lima, explicou que a etapa imersiva representou um momento fundamental para o aprendizado de conceitos para a conservação.
Divulgação/IHP
Pós-graduação em Estratégias de Conservação da Natureza tem duração de 18 meses
Todos integrantes da pós-graduação ainda precisam apresentar uma proposta de trabalho a partir de um TCC para ser desenvolvido em um território brasileiro com foco na conservação. Essa etapa é obrigatória para que haja a certificação da pós-graduação chancelada pelo governo federal, via IFMS.
Diferentes especialistas e temas na imersão
Fábio Olmos, biólogo, observador de aves e diretor científico da Perfin Climate, foi um dos palestrantes nessa imersão. “As mudanças climáticas são resultado de um processo que começou há milhares de anos, quando os humanos domesticaram o fogo, depois domesticaram plantas e animais para formatar a agropecuária. Essa situação foi acelerada com o início do uso dos combustíveis fósseis e agora com o crescimento explosivo da população. Não devemos nos conformar com as situações que estamos vendo e para manter o Pantanal brasileiro e outros biomas é responsabilidade da nossa sociedade como um todo manter os esforços para se fazer algo.”
Carlos Roberto Messias Franco, presidente da Fundação Biodiversitas e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), abordou sobre a lei ambiental, por ser um especialista nesse setor e ter contribuído na construção do regramento brasileiro. “Há 50 anos não existia legislação ambiental. Ela foi sendo criada aos poucos a partir de realidades diferentes no Brasil, que é tão complexo. Temos o desafio de transformar esses conceitos em práticas efetivas para a sociedade. É uma consciência de responsabilidade que todos devemos ter com o futuro.”
José Augusto Ferraz de Lima desenvolve pesquisa em biologia pesqueira e atuou como diretor do Parque Nacional do Pantanal Matogrossense por 13 anos. “É importante compreender a ecologia da pesca para garantir os estoques. Temos que pensar em conservação de diferentes formas para garantir os ciclos.”
Jaime Roy Doxsey é sociólogo e integra o corpo docente do curso desde a primeira edição. “Procurei analisar junto com o grupo as questões sociais e as dificuldades que o policiamento encontra na nossa atual conjuntura. Esse curso representa um alerta para todos os Estados sobre a dificuldade nacional de aparelhamento das Polícias Ambientais.”
Além desses temas, ainda foi abordada a estrutura sobre os créditos de carbono e de biodiversidade, uso da legislação ambiental nas atuações das Polícias Ambientais, estratégias de comunicação para fortalecer as ações de conservação, coexistência entre humanos e grandes felinos, uso de tecnologias como do Mapbiomas para monitoramento ambiental, o uso de Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs) para a proteção do meio ambiente, aulas práticas que envolveram atividades no Paraguai Mirim e em trilhas dentro da RPPN Engenheiro Eliezer Batista.
Fortalecimento do tema da conservação
Milena Isa de Oliveira Sales, 27 anos, é bióloga, mora em Corumbá e participou da especialização. A proposta dela é unir tecnologia e conservação para ações no Pantanal. “Estou fazendo também o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas no IFMS e essa especialização, com a etapa de imersão, mudou completamente minha visão no sentido profissional e pessoal. Convivi aqui com pessoas tão diferentes de mim, despertou para mim um amor ainda maior pelo Pantanal. Pretendo unir a conservação e a tecnologia para desenvolver diferentes trabalhos.”
Felipe Santos das Chagas é major em Rondônia e atualmente ocupa a função de subcomandante na Polícia Militar Ambiental daquele estado. “Essa capacitação faz a diferença para estar mais preparado para atuar na conservação. Houve uma discussão muito valiosa nessa imersão sobre políticas públicas. Aqui no Pantanal, observei que o cidadão tem um amor por conservar, por cuidar desse local. Na Amazônia a gente sofre com outros crimes, com organizações criminosas agindo e a expertise daqui vai construir um conhecimento para termos novas atuações.”
Jair Moraes Ribeiro Júnior, major na Polícia Militar em Tocantins, também integrou as atividades de imersão, bem como a etapa EAD da especialização. “A imersão no Pantanal faz a gente conhecer melhor a realidade local, entender as dificuldades e vai permitir que a gente faça uma adaptação para nossa realidade no Tocantins para aplicar os pontos positivos aprendidos e atuar na conservação do nosso território.”
Leandro da Cruz Góes é também major e atua na Brigada Militar do Rio Grande do Sul. “Viemos de 1 ano e meio de curso e tivermos uma contextualização de toda a parte teórica que estudamos. Estar no coração do Pantanal enriquece muito o conhecimento para ser aplicado no estado que atuamos. Tivemos diferentes instrutores e de forma multidisciplinar, isso agregou. Enfrentamos muitas dificuldades no Rio Grande do Sul com as enchentes e temos o papel de potencializar as atividades da política pública para a conservação da natureza.”
As informações são da assessoria de imprensa do Instituto Homem Pantaneiro.
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