Leonardo Cabral em 17 de Julho de 2024
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Ministra disse que plano sobre emergência climática está sendo avaliado pelo presidente
Conforme a ministra do Meio Ambiente e do Clima, Marina Silva, que esteve em Corumbá, na terça-feira (16), acompanhada dos ministros de Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia decretar emergência climática em todos os municípios que são suscetíveis à mudança do clima.
"É para que a gente possa ter instrumento legal para que essa figura da emergência climática seja trabalhada. Hoje, a emergência é decretada quando o problema já aconteceu e é fundamental essa medida antecipada. Espero que tão logo, o presidente Lula possa sancionar a lei do mesmo jeito que a gente tem a lei estadual (se referindo a Lei do Pantanal), vamos somar esforços para que tenhamos enfrentamento da emergência climática, combate ao fogo e combate à ilegalidade”, disse a Ministra.
A ministra salientou que a agenda ambiental deve ser tratada como agenda transversal e não setorial. “A crise climática não permite mais que a gente trate o meio ambiente como setor, por isso, quando tem todos trabalhando juntos, tenho certeza que é uma demonstração que a política ambiental é politica transversal”, falou Marina Silva.
Situação no Pantanal
De acordo com o relatório emitido diariamente sobre a Operação Pantanal, nesta quarta-feira, 17 de julho, existem alguns pontos de fumaça que estão concentrados dentro da área queimada, um na região de Maracangalha e outro na região do Morro do Urucum.
Após o combate finalizado na área do Maracangalha, as equipes em campo realizaram rescaldo em pontos quentes compostos por material lenhoso dentro da área queimada. A região não apresenta focos ativos há mais de um dia, porém segue em vigilância a fim de evitar reignição. A ação de resposta na área no Morro do Urucum teve combates nas encostas. No local foi feito aceiro e rescaldo.
Na terça-feira (16)A temperatura na região variou entre 15ºC e 24ºC, o que pode ser considerado um intervalo moderado para a atividade. A umidade relativa do ar ficou em 37%, o que, apesar de ser relativamente baixa, não é tão crítica. Os ventos sopraram a uma velocidade de até 10 km/h, provenientes do sul. Os especialistas alertam que a vigilância deve ser mantida, pois mudanças rápidas no tempo e temperatura podem alterar o cenário e impactar as operações.
Desde o começo do ano até 16 de julho, quase 593 mil hectares foram queimados no Pantanal sul-mato-grossense, o que corresponde a 6% do total de nove milhões de hectares da região pantaneira no Estado.
O aumento chega a 147% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram queimados 239,4 mil hectares – considerada até então, a pior temporada de incêndios. Os números são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Os focos de calor detectados via satélite chegam a 3.099 de janeiro até 16 de julho, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Aumento de 38,7% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram 2.235 registros.
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