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Louvação à Iemanjá exalta cultura religiosa africana em Corumbá

Leonardo Cabral em 31 de Dezembro de 2022

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Religiosos em louvação a Iemanjá no Porto Geral

A prainha do Porto Geral  de Corumbá recebeu, na noite desta sexta-feira, 30 de dezembro, religiosos e simpatizantes de manifestações da cultura africana, que mantém em território pantaneiro, tradição secular ao louvar Iemanjá, na reta final do ano.

Pedindo bênçãos e agradecendo às graças alcançadas ao longo de 2022, ao som dos atabaques, os caboclos, pretos velhos e orixás de tendas de Umbanda e Candomblé da cidade, prestaram homenagens à rainha do mar. Em cada ponto da Prainha, longas filas formadas pelos simpatizantes que aguardavam a vez para tomar "passe". 

A Prainha ficou tomada por uma multidão. O ritual caracteriza-se por ser a troca de energia entre aquele que o transmite e o que recebe, tendo como objetivos o reequilíbrio do corpo físico e espiritual, a limpeza das energias negativas que causam enfermidades às pessoas, harmonização dos chakras, dentre outros, que irão variar segundo a necessidade de cada indivíduo.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Rose Ramos há dois anos marca presença no evento

“Essa festa de louvação que acontece aqui no Porto é importante para nossos irmãos da religião de matrizes africana, a gente perpetuar isso como gestor na cultura também é. Damos total apoio na limpeza, iluminação, colocando também a imagem de Iemanjá.Temos aqui uma cultura religiosa que é perpetuada há mais de 100 anos na nossa cidade para brindar a chegada de um novo ano, pedindo e agradecendo pelas bênçãos”, explicou o diretor-presidente da Fundação de Cultura e do Patrimônio Histórico, Joílson Silva da Cruz.

Marcando presença pelo segundo ano, Rose Ramos, disse que participa para entrar renovada no ano que se aproxima. “Sempre frequentei os terreiros, gosto de tomar passe, é uma sensação boa. Aqui, aproveito e peço pela saúde, pela família, agradeço por estar aqui, pois muitos não tiveram a mesma sorte por conta da pandemia. Pedimos que em 2023 a pandemia acabe e possamos caminhar para voltarmos à normalidade 100%”, frisou.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Lucas veio com a família pedir bênçãos e agradecer pelo ano que passou

J, Lucas da Cunha Assumpção, acompanhado da namorada e da mãe, contou ao Diário Corumbaense que todos os anos vem com a família para pedir e agradecer pelas bençãos alcançadas no ano que se despede. “Momento importante, pois aqui toda a família vem e pedimos proteção para 2023, um momento de renovação, para entrar num ano melhor, pedindo saúde e paz. Esperamos que o ano novo seja melhor para todos nós”, falou Lucas.

Avanessa Ribeiro dos Santos, que é da tenda Nossa Senhora de Aparecida, da cidade de Campo Grande, disse que todos os anos participa da manifestação em louvação à Iemanjá. Já são mais de 38 anos que vem à Corumbá nessa época do ano.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Fiéis enviam barquinhos com oferendas à Iemanjá pelas águas do rio Paraguai

“Pedimos prosperidade, caminhos abertos e fartura para todo mundo. Isso aqui é uma forma de o povo ter fé e voltar a ter alegria e prosperidade no seu caminho. Para ter força, paz também. Que com a chegada do novo ano tudo aconteça de bom para todos nós”, falou.

Barquinhos de isopor, com oferendas a Iemanjá como perfumes, espelhos, batons e diversos presentes que realçam a vaidade feminina, foram lançados ao rio Paraguai. "Representa proteção, que as pessoas precisam de fé para que 2023 seja ano de prosperidade e de força”, disse Avanessa dos Santos. 

A louvação continua neste sábado (31), na prainha do Porto Geral. 

Imagem

Confeccionada pelo artista corumbaense Deniart, a imagem de Iemanjá, pelo segundo ano, está no Porto Geral, onde ganhou a companhia de oferendas e instrumentos que caracterizam a louvação. Confeccionada à base de isopor, a imagem sozinha de Iemanjá tem 5,30 metros, com o andor atinge pouco mais de 7 metros.

Iemanjá

Na mitologia yorubá (ioruba), Iemanjá, cujo nome tem significado de mãe dos filhos-peixe, é filha de Olokun, soberano dos mares, que deu a ela, quando criança, uma poção que a ajudasse a fugir de todos os perigos.

A deusa cresceu e se casou com Oduduá, com quem teve 10 filhos orixás (por isso seu nome significa também mãe de todos orixás). É considerado o orixá mais popular do Brasil. Em 02 de fevereiro é celebrado o dia de Iemanjá. Além desta data, devotos realizam celebrações também em 15 de agosto e 31 de dezembro, por conta da virada de ano e as simpatias das 7 ondas.

A influência da Rainha do Mar no Brasil começou com a chegada dos africanos ao país. Iemanjá é um orixá da religião do povo Egba, nativos da cidade de Abeokuta, na Nigéria. Com informações do blog Astrocentro.

Galeria: Louvação à Iemanjá - Porto Geral 2022

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