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Eleições: o melhor ou o mais "competente"?

Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 24 de Agosto de 2018

LAMENTÁVEL Agosto é especial para os advogados pelo dia 11 - em homenagem também a criação em 1.827 dos primeiros cursos de Direito. Aqui no Estado, os advogados estão preocupados pelo envolvimento de  ‘colegas’ em crimes diversos, com alguns deles já na cadeia, criando até um clima de constrangimento e desgaste da classe aos olhos  implacáveis da opinião pública.

A COMENTADA  construção da ala prisional exclusiva aos advogados (na capital) mostra a realidade: é a gota d’água. Advogados não podem apenas priorizar as suas prerrogativas, ignorando os seus deveres. A OAB - além de  proteger seus afiliados, deve também puni-los para não ser vista como corporativista pela sociedade - que as vezes critica sua interferência em determinados assuntos ou episódios.

DUAS CITAÇÕES para homenagear Campo Grande pelos seus 119 anos. A primeira do escritor italiano Ítalo Calvino: “A cidade é uma para quem a olha pela primeira vez; a cidade é outra para quem chega para ficar; outra ainda para quem sabe que nunca a vai deixar.” A outra pérola é do escritor argentino Jorge Luiz Borges: “um homem é seu país, sua cidade, seu bairro, sua rua, sua casa, seus vizinhos e seus amigos”.

DR. ODILON  A decisão do Conselho Nacional de Justiça em retirar em parte seu direito a proteção pessoal acabou inserido na campanha do candidato do PDT ao Governo do Estado. Mas há dúvidas se o fato trará prejuízos ou benefícios à medida que  o eleitor interpretar o fato. Até aqui é uma candidatura sem barulho, diferente, que por si só motiva a preocupação da concorrência nestes dias de incertezas.  

PERALÁ!!!  A propalada nomeação do ministro Carlos Marun da Secretaria  de Governo  da Presidência da República para o Tribunal de Contas da União não seria favas contadas. A indicação eventual de seu nome teria que passar pela aprovação na Câmara Federal e depois referendada pelo Senado. Neste cenário de turbulências, conchavos  e outras práticas próprias do poder, o presidente Temer (MDB) poderia ter dificuldades para viabilizar o  nome do atual ministro.  Haveria outra saída para compensar a fidelidade de Marun ao Governo?

ALPINISTA  Quem acompanha o cenário político  observa.  Marcos Trad (PSD) vem acertando em seus movimentos. Lá atrás saiu do MDB e escapou da vingança do ex-governador Puccinelli (MDB) ao se eleger prefeito da capital e mudou  o quadro  estadual com vistas ao futuro.  Parceiro do governador Reinaldo Azambuja (PSDB),  Marcos Trad fez outro gol de placa: a adesão do ex-deputado estadual Londres Machado que entrou para a sigla ( PSD ) para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa em substituição à filha deputada Grazielle Machado (PSD).

ALPINISMO Não se pula de paraquedas caindo bem no cume da montanha. Na política – por analogia – também! Imagino que Londres com seus 44 anos de vivência terá um papel especial como articulador junto as atuais e novas forças políticas advindas destas próximas eleições. Se o governador Reinaldo conseguir a reeleição, Londres Machado  - como deputado  e Marquinhos  prefeito - poderão construir um projeto bem mais forte do que os concorrentes viabilizando inclusive a eleição de Marcos Trad a governador.  Enfim, o jogo está sendo jogado.

ECLIPSE   A situação do MDB no Estado pode ficar delicada caso o seu candidato   Jr. Mochi perca as eleições para governador  e o  senador Moka  (MDB) não se reeleja. À primeira vista, sobraria apenas a senadora Simone Tebet (MDB) com representação efetiva em todo o Estado, já que o ex-governador Puccinelli ( MDB) enterraria de vez suas pretensões políticas. Além do mais, no maior colégio eleitoral – Campo Grande – o MDB não está bem pelo desempenho de seus candidatos nas últimas eleições municipais. Também não há lideranças à caminho, mesmo porque  a sigla está desgastada também em nível nacional.  Sem atrativo!

REUMATISMO Não há como esquecê-lo quando se olha a cúpula do governo federal reunida, a começar pelo próprio presidente Temer (MDB).  Grande parte dela saiu dos quadros do MDB que se renovou apenas com a retirada do P da denominação anterior. Por extensão, nos Estados, a ‘virose’ do continuísmo com soberba  sobreviveu como no Mato Grosso do Sul  onde o ex-governador Puccinelli  comandou a sigla. Os descontentes ao longo do caminho migraram para outros partidos.  

‘RETROVISOR-1’ Vereador em Jales (SP) por dois mandatos, Onevan de Matos (MDB) mudou-se em 1975 para Naviraí e em 1978 se elegeu deputado estadual  como constituinte.  Ele se reelegeu em 1982 e 1986; mas eleito prefeito de Naviraí  em 1988 deixou o cargo em 31/12/88 para assumir a prefeitura entre 1989-92. Ainda disputou e venceu os pleitos de 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014, estando no exercício do mandato no legislativo estadual pelo 9ª vez com 24.822 votos recebidos no último pleito.  

‘MINEIRINHO’ Nascido em Itapagipe (MG) o deputado Onevan tem espalhado sua influência em todas as regiões e no último pleito recebeu votos nos 78 municípios. Os principais:  Naviraí 8.211 votos – Itaquiraí 1.261 – Fátima do Sul 1.146 – Campo Grande 1.108 - Sete Quedas 1.094 – Deodápolis 747 – Selvíria 635 – Angélica 608 - Bela Vista 601 -  Novo Horizonte do Sul 578 –  Iguatemi 538 - Gloria de Dourados  535 – Ponta Porã  492 – Eldorado 448 -  Aparecida do Taboado  438 - Nova Andradina  382.

INTERESSANTE Até aqui o Governo Estadual construiu mais de 100 pontes de concreto em todas as regiões e nenhuma delas sofre investigação.  A mais emblemática delas, com 80 metros de largura e custando R$ 4,2 milhões, sobre o Rio Santo Antônio  ( Guia Lopes da Laguna) substituiu a ponte de concreto ( inaugurada em abril de 2012 na gestão anterior) que caiu como dominó nas chuvas de 2016 e virou notícia nacional com  críticas e ironias até nos celulares.  Dinheiro nosso levado pelas águas.

NA BANGUELA  Pelo que deduzi das entrevistas dos candidatos e lideranças do MDB a única opção de discurso será o legado deixado pelo partido em suas gestões na capital e no Estado principalmente.  Aí corre o risco de o eleitor ligar o custo das obras as denúncias de corrupção apontadas pela justiça  contra o ex-governador Puccinelli (MDB).  Indaga-se: Se ele sair da cadeia a tempo de concorrer a Câmara Federal,  qual será o ânimo dele? Mas há quem diga que tudo dependerá dos números das primeiras pesquisas.  

INDIFERENÇA  Segundo as pesquisas realizadas em todas as regiões do país, o eleitor está indignado e desmotivado para votar nestas eleições. Os números variam de acordo com as regiões e o nível de escolaridade dos pesquisados. As previsões não são otimistas.  Daí que esses números de preferência nas pesquisas precisam ser avaliados sempre levando em conta o contingente daqueles que tem a intenção de votar.  

LÍDIO LOPES  Natural de  Iguatemi (MS) o deputado estadual  Lídio foi eleito pelo PEN com 23.643 votos, tendo sido votado em todos os municípios, com Campo Grande sendo o principal reduto com 7.929 votos, seguido de Iguatemi com 2.369 votos. Outros municípios : Tacuru 606  votos – Paranaíba 527 – Três Lagoas  459 – Corumbá 414 – Sete Quedas 394 – Paranhos 382 – Naviraí 382 - Nova Alvorada do Sul 354 -  Miranda 345 - Nova Andradina 335 – Maracaju – 310.

NO TRECHO  O conceituado médico Luiz Ovando tenta uma cadeira na Câmara Federal pelo PSL.  Wilson Sami (MDB), vereador na capital é outro médico com o mesmo sonho. João Henrique, neto do ex-governador Marcelo Miranda também busca uma vaga na Câmara pelo PR.  Roberto Duraes (PSL) advogado e ex-vereador na capital também postula uma cadeira na Câmara. Eleição é para todos.

BALANÇO FINAL   De partido forte, o Partido da República  perdeu a maioria de seus representantes. Os deputados Paulo Correa e Grazielle Machado deixaram a sigla, a exemplo do ex-deputado Londres Machado.  Já o ex-deputado Antonio Carlos Arroyo (PR) desistiu de disputar a Assembleia Legislativa. Para piorar o ex-deputado Edson Giroto (PR) acabou preso. Sem outros nomes competitivos  juntou-se ao MDB aumentando o tempo da coligação no rádio e TV. E só!

GUERREIRA Conheço a professora Evair Gomes Nogueira desde a emancipação de Costa Rica. Liderança respeitada, cedeu ao apelo do PSDB para disputar a Assembleia Legislativa. Defenderá a simpática bandeira em prol da cidade/região e o legítimo direito democrático de competir.  Nestas horas é que se conhece a fibra e a fidelidade partidária dos políticos que marcam posição, independentemente das chances de vitória.

VAZIOS  Como disse na edição anterior, abriu-se um espaço para deputado estadual no  ‘Nortão’ do  Estado. O deputado Marcio Fernandes (MDB) já entrou em campo para se aproveitar da nova realidade com a candidatura de Jr. Mochi ( MDB) ao Governo.  Carência de postulantes locais também em Aparecida do Taboado, Paranaíba, Cassilândia e Chapadão do Sul. Prefeitos, vereadores e lideranças aproveitam para estreitar laços com candidaturas baseados na identidade partidária e outras  motivações.

INTERROGAÇÕES Candidaturas comentadas  no saguão da Assembleia Legislativa: do deputado Zeca do PT ao Senado por força de impugnação, do ex-prefeito da capital Alcides Bernal (PP) e de Andréia Olarte (MDB)  ex-primeira dama de Campo Grande. Sobre Bernal, há expectativa de sua fala no horário eleitoral e sobre sua votação nas urnas. A respeito dela, após o episódio que resultou na sua prisão inclusive, muitos se mostram surpresos com sua volta a política. “Além de bonita, corajosa” – dizem.

AGORA VAI? Embora nas vezes anteriores tudo não tivesse passado de simples ameaça ou encenação, o jornalista Antonio João ( PTC) diz que irá concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa. Uma candidatura motivacional. Bom também  por prometer em cartório  doar os seus vencimentos às entidades de caridade. Oportunidade  para aferir seu prestígio junto a comunidade. Sucesso.

DE NOVO  Marido da senadora Simone Tebet (MDB), o deputado estadual Eduardo Rocha (MDB) tenta a reeleição Em 2014 obteve  30.873 votos - Três Lagoas  8.788 votos - Campo Grande 3.562 votos  - Aparecida do Taboado  2.027 votos - Costa Rica 1.696 votos - Água Clara 1.427 votos - Brasilândia 1.309 votos – Paranaíba 117 votos.  Votado em todos os municípios seu desafio é repetir o feito, embora não seja essa ainda a hora de mostrar que tem luz própria.    

“Toda autocrítica tem a modéstia do necrológio redigido pelo próprio defunto”. (Nelson Rodrigues)