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Curso capacita professores para inclusão de alunos com deficiência no paradesporto escolar

Ricardo Albertoni em 02 de Julho de 2018

Divulgação

Participaram da capacitação cerca de 148 inscritos entre acadêmicos, professores da área e alunos da instituição sede do evento

Nos dias 28, 29 e 30 de junho, o Colégio Objetivo - Polo Unopar, sediou o curso de capacitação "Primeiros passos no Paradesporto". A atividade realizada pelo Governo do Estado através da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul - Fundesporte, teve como apoiadores a Prefeitura de Corumbá (Funec), Unopar e o Conselho Regional de Educação Física.

Participaram da capacitação cerca de 148 inscritos entre acadêmicos do curso de educação física da Universidade Federal de MS, professores da área e alunos da instituição sede do evento.

Os ministrantes do curso, que foi dividido entre palestras realizadas no auditório e atividades práticas na quadra de esportes, foram os professores Marcos Antunes e Belquice Florentin Falcão. Houve participação do professor doutor Luiz Antonio Domingues Filho, que ministrou na abertura a palestra “O sucesso de sua carreira só depende de você”.

Ao Diário Corumbaense, o professor Marcos Antunes falou sobre a importância de os professores receberem a orientação sobre como trabalhar com um aluno com deficiência. A capacitação visa mudar uma realidade no Estado. Segundo o educador, em Mato Grosso do Sul, hoje dos 79 municípios, apenas três trabalham com o paradesporto escolar em suas unidades educacionais.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Os ministrantes apresentaram materiais alternativos para que os professores possam desenvolver os trabalhos nas escolas

“Estamos tentando dar o máximo de informação para que os professores possam visualizar quantas modalidades existem, de que forma podem estar trabalhando com os alunos, materiais alternativos para que tentem desenvolver isso na escola. O objetivo nosso é que Corumbá seja mais uma cidade atendendo. Dos 79 municípios do Estado, somente 3 efetivamente trabalham com paradesporto escolar. Segundo pesquisa cerca de 10% a 15% da população tem algum tipo de deficiência, Corumbá tem aproximadamente 109 mil habitantes, se a gente pega essa porcentagem e a população de crianças na escola, a gente chega a um número muito grande de crianças com deficiência que têm o direito de serem atendidas”, explicou Antunes a este Diário.

Um dos participantes do curso, o professor Dinarte Nathan Santos Mendonça, 32 anos, já desenvolve atividades que visam principalmente a inclusão de pessoas com deficiência no âmbito escolar - veja reportagem publicada pelo Diário em 2016. Dinarte que iniciou trabalhos paradespostivos por conta própria após pesquisas sobre o assunto, ressaltou que a capacitação é um avanço para a área.

Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense

Professor Dinarte iniciou trabalhos paradesportivos por conta própria após pesquisas sobre o assunto

“Isso é uma coisa importante para todos os profissionais. Na maioria das vezes, na faculdade a gente não tem todo esse trabalho de como realizar as atividades com uma pessoa com necessidade especial. Eu, inclusive, fiz dois projetos durante dois anos com alunos cegos, portadores de necessidades especiais, com deficiência intelectual e cadeirantes. Como eu não tive um curso, uma preparação como esta agora, tive que pesquisar sozinho para poder passar para meus alunos. Uma atividade dessa nos faz sentir muito mais capacitados”, contou.

O professor destacou que incluir a criança com necessidade especial pode mudar todo um sistema de educação, envolvendo os participantes da atividade. Foi o que aconteceu em um de seus trabalhos em que todos os alunos vivenciaram a realidade do colega e passaram a contribuir com o aprendizado dele na instituição.

“Chega até a mudar a vida de uma criança com necessidade especial. Fiz um trabalho com um aluno que era cego, mas que tinha vontade de jogar futebol. Fizemos uma atividade em que todos os outros alunos foram vendados e ‘ficaram cegos’ para aprenderam a conviver com ele. A partir do projeto começaram a ter outras atitudes, deixaram de fazer barulho, bagunça, o que atrapalhava ele a prestar atenção nos professores”, lembrou.

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O curso foi dividido entre palestras realizadas no auditório e atividades práticas na quadra de esportes

A professora Belquice Florentin Falcão afirmou que hoje existe uma demanda nas escolas e que os professores precisam estar preparados para atendê-la.

“As crianças com deficiência estão na escola, não estão mais em instituições. A qualquer momento o professor vai pegar uma criança com deficiência, então, ele tem que saber qual trabalho vai realizar com ela, como ela será incluída na sua aula. Além disso, hoje temos jogos escolares para pessoas com deficiência e elas irão representar o estado em jogos nacionais. Nesse curso, mostramos alguns materiais do atletismo alternativo, como podemos construir alguns materiais esportivos e daí iniciar um trabalho. Daqui em diante, o professor vai começar a pensar naquela criança que ele tem na escola, o que pode fazer para adaptar e incluí-la”, finalizou.

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