Campo Grande News em 29 de Maio de 2018
Para garantir a ordem pública e para que o cidadão tenha seus direitos como acesso a serviços essenciais assegurados, o governador Reinaldo Azambuja assinou nesta terça-feira (29) decreto de Situação de Emergência, que terá vigência até que a situação seja normalizada. O Estado já enfrenta problema de desabastecimento nos supermercados e postos de combustíveis e a suspensão de alguns serviços na área da saúde.
O decreto de emergência do Governo de Mato Grosso do Sul por causa da greve dos caminhoneiros prevê o uso de forças policiais, inclusive com a convocação de agentes de férias, para desbloquear rodovias estaduais por onde caminhões de cargas estejam sendo impedidos de passar. O Executivo estadual também autoriza compras emergenciais, ou seja, sem a necessidade de abertura de licitação, para a “manutenção dos serviços públicos essenciais”.
O governo afirma que “o movimento tem impedido a livre circulação de mercadorias” e que nos últimos dias, “apenas dois caminhões de carga conseguiram entrar no Estado”. Conforme balanço apresentado também pelo Executivo, 30 municípios sofrem com o desabastecimento de combustível e que a “tendência é que o quadro se estenda para outras cidades”.
Hospitais estão enfrentando problemas, cita a nota do governo sobre a suspensão, por exemplo, das cirurgias eletivas das santas casas de Campo Grande e Corumbá. Além disso, justifica o governo, há grande risco de faltar remédios, alimentos, gás de cozinha e da morte de aves e suínos por falta de ração.
A administração estadual lembra ainda dos prejuízos nas indústrias, calculado pela Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) em R$ 100 milhões por dia.
Força policial
O texto do decreto em si libera “a mobilização de forças de segurança do Estado, como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil e Defesa Civil, inclusive determinando regime especial de prontidão, plantão permanente, suspensão de férias e outras medidas que se façam necessárias para o cumprimento deste decreto” para “a garantir da livre circulação dos meios de transporte necessários à distribuição de gêneros de primeira necessidade”.
Greve
Movimento inicialmente contra a alta dos combustíveis, principalmente o diesel, a paralisação nacional dos caminhoneiros chegou ao 9º dia. A greve causou colapso em várias cidades, prejudicando o abastecimento dos tanques dos postos de combustíveis e também o desabastecimento parcial de supermercados, além de ter tido impacto no transporte coletivo, indústria e comércio.
A manifestação perdeu 40 pontos de manifestações nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (29). Ontem, eram 64 locais onde a categoria se concentrava para protestar. Hoje, o número de protestos caiu para 24, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Há seis pontos de interdição para caminhoneiros nas BRs. No Posto Kátia Locatelli, na BR-163 em Campo Grande, e na mesma rodovia em Caarapó, Rio Brilhante e Rio Verde de Mato Grosso. Também há mobilizações de caminhoneiros na BR-262 em Terenos e no Lampião Aceso, em Corumbá, e na BR-267 em Maracaju.
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