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Gaeco e Corregedoria da PM deflagraram operação contra corrupção policial

Fonte: Correio do Estado e Campo Grande News em 16 de Maio de 2018

Valdenir Rezende/Correio do Estado

Ao todo foram 66 mandados em 16 cidades do Estado

O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Corregedoria da Polícia Militar deflagraram nesta quarta-feira (16), uma operação de combate à corrupção no âmbito policial. Ao todo, foram 66 mandados em 16 cidades do Estado, envolvendo 125 policiais militares, além de nove promotores.

Os mandados tiveram como alvo as residências e locais de trabalho de todos os investigados, distribuídos nos municípios de Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracajú, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã, Corumbá (onde dois policiais, que não são da corporação da cidade, mas participam de curso de formação de cabos, foram detidos em sala de aula) e no Distrito de Boqueirão, em Jardim. Após os depoimentos e exame de corpo de delito, todos serão encaminhados ao presídio militar de Campo Grande. 

Entre os 21 mandados de prisão cumpridos pelas forças do Grupo de Apoio Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), existem dois contra oficiais da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. A informação preliminar é de que eles seriam tenente-coronéis, e estariam ligados a esquema de cobrança de propinas de contrabandistas de cigarro.

Um dos outros policiais militares presos nesta mesma operação, denominada Oiketikus, atua em Maracaju, tem a patente de cabo, e em 21 de abril de 2016 chegou a receber a medalha Tiradentes por prestar relevantes serviços à sociedade.

A ação comandada pelo Gaeco tem relação com flagrante realizado em dezembro do ano passado, quando sete policiais militares tornaram-se réus pela prática dos crimes de concussão e sequestro. Eles teriam sequestrado contrabandistas de cigarro paraguaio e cobrado R$ 150 mil para liberar o veículo. Na ocasião, dois policiais militares foram presos pelo Gaeco e interromperam a extorsão que os PMs praticavam.

Réus

Foram denunciados, na ocasião, o terceiro sargento Alex Duarte Aguir, os cabos Rafael Marques da Costa, Eduardo Torres de Arruda, João Nilson Cavanha Vilalva e Felipe Fernandes Alves, além dos soldados Lucas Silva de Moraes e Walgnei Pereira Garcia.

Conforme o Ministério Público Estadual, cientes da reprovabilidade de suas condutas, eles exigiram para si vantagem indevida, e, em consequência desta vantagem, deixaram de praticar ato de seus ofícios. Os denunciados ainda sequestraram a vítima Rogério Fernandes Mesquita.

PM investiga corrupção no efetivo

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Waldir Ribeiro Acosta, informou que as investigações da Operação Oiketikus contam com a participação conjunta da corregedoria da PM. "É um trabalho realizado em conjunto, tanto que informaremos do andamento do caso, em coletiva oficial", pontuou.

Negócio milionário

Segundo a Receita Federal, o contrabando de cigarros corresponde a cerca de 75% de todo o valor apreendido ano passado no Estado. Nas unidades da Receita Federal que atuam na fronteira de MS com o Paraguai, o volume apreendido vale cerca de R$ 367 milhões. Segundo o delegado Marcelo Rodrigues, auditor fiscal em Ponta Porã, o montante ainda está subestimado devido a problemas internos do órgão que dificultaram o registro das operações. O valor pode ultrapassar R$ 400 milhões.

Operação Oiketikus

O nome da operação faz referência a uma praga conhecida como "bicho-do-cesto", que ataca plantações quando está na fase de larva, antes de se transformar em uma mariposa.