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Trabalhar com o Consultório na Rua é agir muitas vezes como “mãe”, diz enfermeira

Fonte: Assessoria de Comunicação da PMC em 12 de Maio de 2018

O Dia Internacional da Enfermagem, conhecido também como Dia Internacional dos Enfermeiros, é celebrado neste 12 de maio. No Município de Corumbá, enfermeiros e técnicos em enfermagem desempenham papéis fundamentais no trabalho de promoção e prevenção à saúde. São profissionais que atuam independente de outros e também de maneira integrada a outras especialidades da saúde, como médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e educadores físicos. Eles atuam em diversos segmentos, favorecendo toda a população, desde bebês até idosos.

Clóvis Neto/PMC

Marjorie se especializou em Saúde da Família e em Gestão em Saúde

Formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) desde 2006, a enfermeira Marjorie Gonçalves Marques Pereira trabalha na Prefeitura de Corumbá desde 2008. Servidora de carreira, Marjorie resolveu se especializar em Saúde da Família e em Gestão em Saúde. No entanto, quando o projeto do Consultório na Rua surgiu em Corumbá, ela logo foi questionada se queria participar do programa. “Eu respondi ‘com certeza’. Eu queria muito trabalhar como enfermeira com a população de rua”, afirmou.

Há aproximadamente cinco anos, ela atende pessoas em situação de rua dentro do programa Consultório na Rua, em parceria com o Centro POP, vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social. Por causa disso, resolveu participar de uma capacitação, com duração de quase um ano, na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Por diversas vezes teve que viajar para a capital carioca a fim de participar do curso que iria aprimorar suas atividades junto à população de rua.

Ela explicou que essas pessoas não necessariamente moram na rua, mas, muitas vezes, em casebres. Boa parte tem família e casa, mas optou por viver dessa maneira por causa do vício no álcool e/ou drogas. A enfermeira disse também que o consultório itinerante atende estrangeiros e brasileiros que estão de passagem, mas que acabam fazendo das ruas sua morada provisória.

Para Marjorie, trabalhar como enfermeira com esse público é “vestir a camisa” e servir como uma “mãe”. “Não é todo profissional que gosta dessa área, cada um tem seu estilo. Eu gosto desse trabalho. É como se fosse trabalho de mãe porque você faz e sabe que nem sempre terá o retorno que precisa. Não é como em uma UBS fixa, nós somos itinerantes. Na UBS, você pede à pessoa para fazer exames e ela faz, se movimenta, corre atrás, mas as pessoas em situação de rua não. Você tem que pegar na mão, tem que levar,  porque são pessoas que não se importam com a própria vida”.

Gisele Ribeiro/PMC

Enfermeira integra programa Consultório na Rua

Conforme a enfermeira, é um trabalho que requer muita paciência e desprendimento. Quando a equipe do Consultório na Rua percebe que o paciente precisa de atendimento médico ou de exames, ele é encaminhado, através do carro do programa, até a Unidade Básica de Saúde mais próxima ou é levado ao Pronto-Socorro ou UPA. “Estamos agora com médico uma vez na semana e isso facilita bastante. Essas consultas são realizadas na sexta de manhã no Centro POP. O médico pede exame, nós vamos com o paciente, marcamos, pegamos o paciente e o levamos, funciona bem assim”, contou Marjorie.

Para a enfermeira, trabalhar nessa profissão exige muito mais que técnica. “Eu decidi fazer o curso de Enfermagem porque no princípio da minha vida eu fui uma pessoa muito humilde. Minha mãe foi empregada doméstica, lutou muito para poder nos dar estudo. Eu prometi que ia escolher uma profissão que eu pudesse ajudar o próximo e a enfermagem é uma dessas profissões. Muitas vezes, as pessoas procuram os postos de saúde não porque estão doentes fisicamente, mas emocionalmente. Ali, você vai sorrir, vai atendê-las e aquilo para elas já é o suficiente. Não adianta você ser só enfermeira, você tem que vestir a camisa porque faz a diferença a forma como você trata a população, não só na situação de rua, onde estou atuando agora, mas sempre em todas as áreas. O sorriso, o olhar nos olhos, isso faz a diferença. Isso é promover saúde, não só física, mas também emocional”, concluiu.

Adrenalina no trabalho

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), vários profissionais estão disponíveis 24 horas por dia para atendimento de urgência e emergência à população. No local, os pacientes são logo recepcionados por enfermeiros que realizam a triagem, fazem as orientações necessárias e coleta de dados. São os enfermeiros que também realizam coleta de sangue, preparação para nebulização, assepsia de ferimentos, preparação do soro e toda a parte burocrática do atendimento. 

Renê Marcio Carneiro/PMC

Para enfermeira Tania Maria, conseguir salvar uma vida no setor de emergência é muito gratificante

Responsável técnica da UPA há dois anos, a enfermeira Tania Maria de Arruda Oliveira trabalha com enfermagem desde os 15 anos de idade. Ela começou na Santa Casa como estagiária, foi atendente, auxiliar de enfermagem, técnica de enfermagem e enfermeira. Ela passou por todas as categorias da profissão e acabou optando por fazer duas especializações, uma em CTI e outra em Urgência e Emergência.

“Eu gosto muito de trabalhar com área de urgência porque você vê a resolução rápida do problema. Você vê a pessoa chegar bem ruim e sair sorrindo. É uma área que gosto muito, que dá mais adrenalina, é porta de entrada para atendimento dos pacientes mais graves”, afirmou Tania Maria. “Salvar uma vida nesse setor de urgência é sensação de dever cumprido, é saber que você conseguiu ajudar alguém, é uma sensação muito boa. Não sairia desse setor para ir para outro. Trabalho nessa área desde que me formei”, completou a enfermeira que se formou em 2003 pela UFMS.

Desde 2010, Tania é servidora concursada da Prefeitura Municipal de Corumbá. “No início, comecei na enfermagem por necessidade de ter um emprego. Foi um ‘empurrão’ da minha tia que já trabalhava nessa área. Ela me incentivou e eu fui. Depois que entrei, comecei a gostar e a estudar. Cheguei a trabalhar na parte de CTI da Santa Casa, mas fui para Campo Grande onde estudei. Passei no concurso aqui em Corumbá e voltei”, contou.