Operário vence Corumbaense no Morenão e conquista o título estadual após 21 anos

Não deu para o “Galo Carijó”. Mesmo apoiado por muitos torcedores que viajaram até Campo Grande para empurrar o time rumo ao tricampeonato estadual, o Corumbaense não conseguiu segurar o empate e acabou sendo derrotado pelo Operário que levantou a taça de “Melhor de MS” 21 anos depois.

Com seu uniforme número 2, camisa e calções brancos e meias pretas, o time que entrou em campo comandado pelo técnico Gianni Freitas, que assumiu no dia 06 de março, na última rodada da primeira fase da competição após saída de Douglas Ricardo, campeão em 2017, foi: 1 - Guilherme (goleiro); 2 - Robinho, 3 – Jaime; 4 – Augusto; 6 - Valdinei; 5 - Igor Pimentel; 8 – Eduardo Arroz; 10 – Agnaldo; 7 – Guilherme; 9 – Jorginho; 11 – William.  

Nos primeiros 45 minutos, as duas equipes tiveram chances de gol, mas foi o Operário que chegou mais perto aos 48 minutos após uma bola na trave depois do chute de Alan. O Corumbaense reclamou de um pênalti aos 16 minutos de Rodrigo Arroz sobre Agnaldo. O jogador do Carijó da Avenida foi puxado dentro da área, mas Paulo Salmázio não viu irregularidade no lance. Na saída para o vestiário, Gianni destacou que o time deveria ter tranquilidade e atitude no segundo tempo. Eduardo Arroz ressaltou que a equipe para ser campeã tem que saber atacar e se defender.

Aos 10 minutos do segundo tempo, Rodrigo Grhal, jogador importante do Operário saiu lesionado para a entrada do corumbaense Jullyan. Gianni também mexeu, sacou William para a entrada de Da Matta. Jogando em casa e precisando do resultado, o time de Campo Grande se projetou ao ataque e abriu espaço para o contra ataque do “Alvinegro Pantaneiro” que não aproveitou. Aos 23 minutos, André Paulino mudou o jogo. Paulino acertou um chutou de fora da grande área para marcar o gol que dava o título para o time da Capital. Nessa hora, era o Corumbaense que precisava atacar e Eduardo Arroz saiu para a entrada do rápido atacante Elivélton. O Carijó da Avenida acabou abrindo espaço para Operário que aos 41 minutos quase fez o segundo.

Mesmo com seis minutos de acréscimo, o Corumbaense não conseguiu o gol de empate. O resultado de 1 a 0 no segundo jogo e 1 a 1 no placar agregado deu o título para o time campo-grandense que tinha melhor campanha que adversário. O Operário não erguia uma taça há mais de duas décadas. Tristeza para os corumbaenses que marcaram presença no estádio Pedro Pedrossian e tiveram que assistir o outro galo levantando taça da Série A de 2018. Mesmo com a derrota e a perda do título, os torcedores aplaudiram o time no fim do jogo que retribuiram o carinho. Na entrega da taça de vice-campeão, representante da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul acabou danificando o troféu do Corumbaense.

O presidente que mudou a história do Corumbaense

Esta foi a terceira final do Corumbaense sob a gestão do presidente Luís Bosco Delgado. “Bosquinho” como é conhecido, assumiu o time em 2014 para o biênio 2014/2016. Coube ao mandatário logo no primeiro ano a reestruturação do time que disputava a Série B do Campeonato Estadual.

Naquele ano, o “Alvinegro Pantaneiro” chegou à final e acabou perdendo o título para o Serc. O vice-campeonato rendeu ao clube o acesso à elite do futebol estadual, de onde não mais saiu. Em 2016, Bosco foi reeleito para o biênio 2016/2018.

Desde quando o “Galo Pantaneiro” retornou para a Série A, chegou pelo menos nas semifinais em todas as edições da competição sul-mato-grossense. Em 2017 conquistou o sonhado título depois de um jejum de 33 anos. Com o feito, o Corumbaense ganhou o direito de disputar competições de destaque nacional em 2018 – Copa do Brasil, Copa Verde e Campeonato da Série D. A equipe já está garantida na Copa do Brasil e na Série D do ano que vem. O mandato do presidente que elevou o nível do clube e deve ficar na história do “Galo Pantaneiro” termina este ano e não há confirmação de que ele continue à frente do “Carijó da Avenida”.

Na época do primeiro mandato, Bosco apontava para um resgate da sede social do clube, além da quitação de dívidas de gestões anteriores. Entre suas principais ações, Bosco foi responsável pela reforma do salão principal da sede do Carijó, localizada na avenida General Rondon, além de firmar acordo com o jogador de futebol Júnior Tevez, que acionou o clube na Justiça cobrando dívidas trabalhistas depois de se machucar em um lance de partida disputada em 2013, quando Bosco ainda não estava à frente do clube.

Importante destacar que a diretoria contou com parceiros fundamentais nessa reestruturação, como a Prefeitura de Corumbá e patrocinadores, como a Andorinha, que cuidou do transporte do time dentro e fora da cidade.

Série D

A partir de agora o Corumbaense volta suas atenções para o Campeonato Brasileiro da Série D. O primeiro adversário da equipe pantaneira é o Iporá, de Goiás. O time que caiu na fase de grupos do campeonato goiano vai receber o Corumbaense no dia 21 de abril. No dia 29, o Carijó da Avenida recebe no Arthur Marinho o Dom Bosco de Mato Grosso, ex-time do técnico Gianni Freitas, e no dia 06 de maio, encara fora de casa o Brasiliense.

A primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série D tem ao todo 68 clubes divididos em 17 grupos de quatro equipes que se enfrentam em turno e returno. Os 17 primeiros e os 15 melhores segundos colocados de cada chave avançam à segunda fase, que será disputada em jogos mata-mata de ida e volta, assim como todas as fases seguintes (oitavas de final, quartas de final, semifinal, final), até que seja definido o campeão brasileiro. Além do campeão e vice, o terceiro e o quarto colocado disputam no ano seguinte o Campeonato Brasileiro da Série C.