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No Dia Mundial da Água, entenda como é feita a exploração de recursos hídricos em MS

Portal de Notícias do Governo de MS em 22 de Março de 2018

Divulgação

Captação de água da Sanesul, no rio Paraguai, em Corumbá.

A Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) é responsável pelo fornecimento de 9,8 bilhões de litros de água por mês em 128 localidades do interior, para 1.519.141 sul-mato-grossenses. Dessas, 13 locais são abastecidos pela captação superficial dos rios do Estado e as outras 115 fazem a absorção subterrânea por 394 poços ativos, onde 90 captam os recursos do Aquífero Guarani.

Na rede hidrográfica do Estado são 158 rios, segundo a Enciclopédia das Águas de Mato Grosso do Sulpublicada pelo Instituto Histórico Geográfico de MS. A Sanesul utiliza alguns desses mananciais, de acordo com levantamento do gerente de Abastecimento de Água, Elthon Teixeira, nos seguintes municípios: “Em Anastácio, o rio Taquarussu; em Aquidauana, o rio que tem o mesmo nome; em Coronel Sapucaia, o córrego Nhuverá; em Corumbá, o rio Paraguai; e, em Dourados, na segunda maior cidade do Estado, 50% do abastecimento vem do rio que também leva o mesmo nome”.

Para o engenheiro, Carlos Roberto Karamalac Godoy, o volume de água captado pelo rio Dourados é muito significativo. “Temos a vazão de 1.700 metros cúbicos por hora. Isso é o equivalente a 1,7 milhões litros de água por hora, 40,8 milhões litros em um dia”, compara.

O gerente regional da Sanesul em Dourados, Paulo Roberto Nepomuceno, comenta que o rio Dourados é responsável por cerca de 50% das águas distribuídas para os 220 mil habitantes da cidade e outros 50% recebem água dos 19 poços instalados na região que vêm o produto do Aquífero Guarani e Serra Geral. A Regional de Dourados, segundo ele, opera ao todo 67 poços profundos em oito municípios da região.

Para o diretor-presidente da Sanesul, Luiz Rocha, nesse Dia Mundial da Água, os moradores de Dourados têm motivos para comemoração. “A Sanesul está investindo R$ 100 milhões em obras, aumentando o volume de captação, reservação e a distribuição de água e, consequentemente, favorecendo para saúde preventiva da população; essas obras acontecem prevendo também o crescimento vegetativo que deve estar acontecendo nos próximos 20 anos.”

Regiões Sudoeste, Pantanal, Leste e Norte

No Sudoeste do Estado, segundo o gerente Elthon Teixeira, a água da população de Guia Lopes da Laguna vem do rio Santo Antônio, vazão de 150 m³/h (150 mil litros de água por hora).

O gestor de Processo de Hidrogeologia, Antônio Carlos Benatte, explica que nos municípios de Jardim e Miranda e no distrito Águas do Miranda (Km 21) que fica na região de Bonito, o abastecimento é feito pelo rio Miranda. As três localidades juntas retiram em média 680 m³/h de água desse manancial, praticamente 680 mil litros por hora.

Em Paranaíba, a população também é beneficiada pela natureza. A água tratada que chega aos moradores, segundo a Sanesul, vem do rio Santana. “São 432 m³/h de vazão superficial e subterrâneo”, destacou o engenheiro Carlos Roberto Karamalac Godoy.

No coração da região pantaneira, os municípios são favorecidos pelo rio. Em Porto Murtinho, Ladário e Corumbá, os moradores dessas três localidades recebem água tratada que vem do rio Paraguai. “Em Corumbá, a vazão é 2.160 m³/h, em Ladário 220 m³/h e em Porto Murtinho 160 m³/h”, calcula Godoy.

Poços perfurados

As outras 115 localidades atendidas pela Sanesul que, incluem municípios e distritos, têm 394 poços perfurados, segundo informações do geólogo João Paulo Lopes de Matos. “Os poços estão distribuídos nas regionais”, diz.

Pela organização da Empresa de Saneamento de MS, 10 municípios são considerados sedes regionais da Sanesul que atendem o local, as cidades e os distritos vizinhos. “Nas regionais: Dourados tem (67 poços), Três Lagoas (57), Coxim (52), Jardim (26), Naviraí (57), Ponta Porã (46), Nova Andradina (51), Paranaíba (11), Corumbá (1 poço) e Aquidauana (26)”, cita João Paulo.

1.445/2007. As medidas adotadas garantem proteção ao Meio Ambiente. “Os poços são bem feitos e todo processo é cuidado para evitar que a água consumida retorne ao Aquífero com contaminação e esses poços são perfurados perto de reservatórios”, explica o geólogo.

O Aquífero Guarani é explorado pela Sanesul em 90 poços, distribuídos em 19 municípios e nove localidades. Segundo ele, existe variedade de aquíferos explorados em todo Mato Grosso do Sul e dependerá da geologia, assim como da profundidade dos poços, para a captação do aquífero mais produtivo da região. “No Norte do Estado, temos poços que captam água do Aquífero Guarani aflorante em Alcinópolis, como temos o Aquífero da Formação Furnas, em Coxim”, explica.

Ao leste do Estado, de acordo com João Paulo, a captação da água é feita preferencialmente pelo Aquífero da Formação Caiuá, em Ivinhema. “Ao Oeste do Estado, encontramos dificuldade em captar água em quantidade e qualidade no Aquífero do Grupo Corumbá, como em Ladário. No Sudoeste, captamos água do Aquífero do Grupo Cuiabá, em Bonito. Na parte Central e Sul do Estado, em regiões mais povoadas, a preferência são por poços de maiores profundidades que atingem o Aquífero Guarani, como em Dourados e Ponta Porã.

Reprodução

Aquífero Guarani

A segunda maior reserva subterrânea do planeta, o Aquífero Guarani, passa por Mato Grosso do Sul. Aqui, são 213.700 km² de recursos hídricos que contribuem diretamente à Sanesul para abastecer 19 municípios e nove distritos. “São eles: Alcinópolis, Amambai, Aparecida do Taboado, Caarapó, Camapuã, Dourados, Dois Irmãos do Buriti, Douradina, Figueirão, Inocência, Itahum, Itaporã, Laguna Caarapã, Macaúba, Maracaju, Montese, Nioaque, Nova América, Panambi, Paranaíba, Picadinha, Piraporã, Ponta Porã, Prudêncio Thomaz, Quebra-Côco, Rio Brilhante, Sidrolândia e Terenos”, cita o geólogo.

Compromisso de água com qualidade

A água é captada pelos rios ou córregos e passa por diversos processos físico e químico, atendendo Portaria 2.914, do Ministério da Saúde, com os indicadores necessários para o consumo da água. O produto vem bruto dos mananciais e passa por purificação até o seu destino final. “É feita a aplicação de produtos químicos (sulfato de alumínio, polieletrólito e cal hidratada) que ajudam a coagular partículas muito pequenas presentes na água bruta, melhorando o resultado das etapas seguintes de decantação e floculação. Nesse momento são analisados os parâmetros de água bruta: pH, cor, turbidez e alcalinidade para controle do processo de tratamento”, explica Elthon Teixeira.

Após a filtração, a água recebe os produtos químicos. “As estações têm estruturas chamadas casas de química, onde são preparadas soluções de cal hidratada e também armazenados cloro e flúor que são aplicados à água após as etapas anteriores, em um reservatório denominado câmara de contato. Neste ponto, os produtos químicos citados entram em contato com a água por um determinado tempo necessário para garantir a desinfecção da água e o atendimento de valores determinados pela legislação vigente sobre a qualidade da água (cloro residual, fluor e pH)”, descreve o gerente.

O diretor financeiro, André Soukef, esclarece que a empresa investe em todos os processos para assegurar água potável para o consumo. “O nosso compromisso é de oferecer água com qualidade e planejar para que não falte o produto às localidades atendidas”, destaca.

Abundância Hídrica

De acordo com IBGE, 80% da população tem água tratada. O biólogo José Sabino, estudioso sobre peixes e rios, explica que Mato Grosso do Sul é pouco povoada em comparação com outros estados brasileiros e tem riqueza hídrica para atender suficientemente as próximas gerações. “Não chega a três milhões de habitantes e há boa reserva de água que é tratada e devolvida à natureza, não vamos enfrentar a escassez hídrica”, comenta.

Segundo o gerente da Sanesul, Elthon Teixeira, a empresa vem trabalhando pela exploração da água de forma sustentável. “ Nosso Estado é muito rico em mananciais superficiais (rios, córregos) e subterrâneos (aquíferos como o Guarani), o que torna muito baixo o risco de escassez hídrica. Entretanto, o mau uso dos mananciais pode por em risco estes cursos, como quando, por exemplo, propriedades a montante dos mesmos praticam usos que degradam o solo e carreiam sedimentos para dentro dos rios, assoreando o mesmo e diminuindo a possibilidade de exploração do manancial. Além disso, efluentes industriais não tratados podem comprometer a qualidade da água nas bacias em que são lançados, tornando impossível o uso do mesmo.Por isso, sempre pedimos a conscientização”, afirma.

Neste Dia Mundial da Água, José Sabino pede a atenção da população aos mananciais do Estado. “Olhe para o nossos rios, pensando como ambientes cheios de vida; Não somente como fonte da água que retiramos, consumimos e devolvemos para o esgoto, os nossos rios são ricos, guardam rica diversidade e garantem a água que não vai faltar”, finaliza.

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