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Queimadas urbanas dispararam de janeiro a junho em Corumbá

Leonardo Cabral em 17 de Junho de 2024

Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar

Junho deste ano já tem 39 registros de combate aos focos em terrenos baldios

Além do Pantanal, os incêndios na área urbana de Corumbá, maioria em terrenos baldios, também têm mobilizado o Corpo de Bombeiros Militar.

De domingo para segunda, dias 16 e 17, os Bombeiros foram acionados para conter cinco incêndios em terrenos baldios: um no Universitário, outro no Jatobazinho, dois no Popular Nova e um no Nova Corumbá, este com grandes dimensões.

A reportagem apurou que no terreno de 56 metros de frente e 150 metros de fundo, as chamas tiveram início em frente a escola estadual Nathércia Pompeo dos Santos e se alastraram para o outro lado da rua. Foi a segunda vez que os militares combateram o fogo na mesma área, que ainda tem muita vegetação seca e há probabilidade de incêndio novamente.

Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar

Além de afetar o meio ambiente e a saúde de moradores, fogo pode atingir residências

“O Corpo de Bombeiros Militar está trabalhando de forma ininterrupta para combater os incêndios em área urbana, especialmente em terrenos baldios e também nas áreas adjacentes do perímetro urbano e beiras de rodovias. Infelizmente, esses incêndios são causados, em sua maioria, por ação humana. A irresponsabilidade traz danos ao meio ambiente, à saúde das pessoas que inalam a fumaça e ainda há o risco desses incêndios propagarem e atingirem residências. As pessoas precisam se conscientizar e não atear fogo, ainda mais nesse período crítico de estiagem”, disse o comandante ao Diário Corumbaense.

“Cinco incêndios em 24h é um número muito alto. Dentro de uma normalidade, os incêndios em terrenos baldios e desocupados costuma ser bem menor. Quando os bombeiros chegam no local, não se consegue dar o flagrante, ou seja, saber quem foi o responsável, seja para fazer a limpeza ou qualquer outra motivação. Reforçamos que o Poder Público precisa intensificar fiscalização e campanhas educativas junto à população. Este ano, a tendência é ser mais crítico do que foi o período de 2020 e 2021”, alertou o comandante salientando sobre os incêndios: “não conhecia essa realidade por nenhuma cidade que passei. Sinto na pele essa dificuldade dos problemas que os incêndios proporcionam desde a saúde até o meio ambiente. As pessoas flagradas podem ser penalizadas, com multas e também prisão”, completou ao ressaltar a prática de muitos moradores de juntar folhas secas e atear fogo na limpeza de quintais de residências.

Aumento 

Os incêndios em terrenos baldios tiveram um crescimento de quase 700% em 2024, se comparado com o mesmo período do ano passado, de janeiro a junho.

Conforme apurado pela reportagem junto ao Corpo de Bombeiros Militar, em 2023, naquele semestre, apenas 12 ocorrências de incêndio em terrenos  foram registradas. Já em 2024, são até o momento, 94 ocorrências.

Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar

Atear fogo é crime e pode render multa e prisão

Desse total, junho, que entrou na segunda quinzena, tem maior número de registros de incêndio em terrenos baldios, chegando a 39. Em maio, foram 29 ocorrências. Janeiro contabilizou 07; fevereiro 06; março 04 e abril 09.

Provocar incêndio é crime

Provocar incêndio pode gerar prisão em flagrante. A pessoa poderá sair sob fiança para responder ao processo em liberdade. A pena prevista é de dois a quatro anos de reclusão.

Além disso, o infrator pode ser autuado administrativamente e multado entre 1.000,00 por hectare ou fração em área agropastoril, ou vegetação não protegida por lei, e de até R$ 7.000,00 por hectare em vegetação protegida.

Tanto no perímetro rural como urbano, o infrator também pode responder por crime de poluição, com pena prevista de um a quatro anos de reclusão, bem como ser autuado administrativamente e receber multa de R$ 5.000,00 a R$ 50.000.000,00. Em todos os casos, os infratores poderão sofrer ação civil para reparação dos danos ambientais.

A população, ao presenciar a pessoa realizando essa prática, pode denunciar através do 190 (PM), 193 (Corpo de Bombeiros) ou à Polícia Militar Ambiental: (67) 99926-4232 e (67) 99932-2838.

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