Rosana Nunes em 18 de Janeiro de 2023
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Elevação média é de 3,8 centímetros por dia até superar o nível de 1 metro nesta quarta-feira.
Ao longo de todo este mês o rio Paraguai subiu 69 centímetros. No dia 1° de janeiro, a centenária régua da Marinha em Ladário registrava altura de 32 centímetros. Elevação média de 3,8 centímetros por dia até superar o nível de 1 metro nesta quarta-feira.
Em seu mais recente boletim, o Serviço Geológico, estimou elevação na altura do rio para as próximas quatro semanas. Chama atenção que o nível alcançado hoje, na régua de Ladário, estava previsto apenas para ser atingido no dia 10 de fevereiro. Mesmo assim o rio “encontra-se abaixo do nível esperado para este período do ano”, diz o relatório.
“Considerando o início do período de chuvas, os modelos indicam tendência de elevação do nível d’água em todas as estações”, informou o boletim. “Para as próximas duas semanas são previstos acumulados de chuva em torno de 90 milímetros na bacia”, apontou o monitoramento, explicando que as recentes chuvas já podem ter contribuído para a subida na altura do rio Paraguai.
Embora demore a responder de forma mais efetiva à chuva, uma vez que, o rio é bastante mais volumoso e a bacia é maior, a região da estação de Ladário – do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, do 6° Distrito Naval – é considerada um termômetro para medir o grau da estiagem no bioma Pantanal.
No ano passado, o nível máximo do rio foi de 2,64 m alcançados em 30 de junho. A menor altura foi 19 centímetros nos dias 14 e 15 de dezembro.
A maior cheia do século passado ocorreu em abril de 1988, quando o rio Paraguai atingiu a marca de 6,64 metros na régua de Ladário, superando os 6,62 m de maio de 1905.
Vários meses
A cheia do rio Paraguai se dá ao longo de vários meses do ano, caracterizando o lento escoamento das águas no Pantanal. Isto se deve à complexa combinação das contribuições de cada planície cujas lagoas e baías funcionam como reguladores de vazão acumulam água e amortecem a elevação do nível, durante o crescimento da cheia, e cede água durante a recessão.
Ocorrem enchentes locais em diversas regiões, ao longo do ano, dependendo do regime de chuvas. Na região entre Cáceres e Cuiabá, o trimestre mais chuvoso estende-se de janeiro a março, com ocorrência de níveis d'água elevados em março.
Na sub-bacia do rio Miranda, o trimestre mais chuvoso estende-se de dezembro a fevereiro, com ocorrência de níveis elevados em fevereiro. Em Cáceres, as cheias ocorrem entre fevereiro e março, recebendo contribuições intermediárias a jusante, alcançam Corumbá, entre maio e junho, e Porto Murtinho, entre julho e agosto.
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