Campo Grande News em 19 de Dezembro de 2017
Quarenta minutos depois de chegar ao prédio do Patronato Penteniciário, unidade da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) em Campo Grande, responsável pelo monitoramento de presos, o italiano Cesare Battisti deixou o prédio nesta tarde, já usando tornozeleira eletrônica para monitoramento virtual. Ele tinha prazo até esta quarta-feira para isso, segundo decisão da Justiça Federal.
Battisti chegou ao local acompanhado de um homem, de táxi, e ficou pelo menos 15 minutos em um restaurante vizinho, esperando a chegada do advogado Benedicto Arthur de Figueiredo Neto, contratado para atendê-lo em Campo Grande. O italiano não falou com a imprensa nem na chegada nem na saída.
O italiano, acusado na Itália de crimes de terrorismo, mas que vive asilado no Brasil há vários anos, tentou recorrer da decisão judicial para colocar a tornozeleira em Cananéia (São Paulo), onde vive, mas o pedido foi recusado.
Prisão
Battisti voltou para a mira da Justiça no dia 04 de outubro quando foi flagrado na fronteira com a Bolívia carregando R$ 10 mil em espécie, US$ 5 mil (o equivalente na cotação atual a R$ 15,6 mil) e 2 mil euros (cerca R$ 7,3 mil). Ele estava com outros dois passageiros. A grande quantia em dinheiro chamou a atenção da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Depois do flagrante, o refugiado ficou preso na delegacia de Polícia Federal de Corumbá. No dia 05 de outubro, durante a audiência de custódia, realizada por videoconferência, teve a prisão preventiva decretada por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O TRF3 concedeu habeas corpus a Battisti, sob a condição de que ele fosse monitorado.
O italiano conseguiu refúgio no Brasil depois de ter sido condenado na Itália à prisão perpétua por homicídio quando integrava o grupo Proletariados Armados pelo Comunismo. Ele chegou ao país em 2004, em 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou sua extradição, que negada pelo presidente Lula (PT) em 2010.
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