Lívia Gaertner em 14 de Novembro de 2017
Para comemorar os 21 anos de existência, a Cia. Maria Mole, realizará entre os dias 14 e 25 de novembro, encenações de trabalhos significativos ao longo de sua história em Corumbá. O apanhado inclui textos de clássicos da Literatura Nacional - “A Cartomante”, de Machado de Assis, e “O Homem que Sabia Javanês”, de Lima Barreto - além dos relatos de “Xispanzé”, pseudônimo do jornalista corumbaense Mário Feitosa, que escrevia histórias de terror nos periódicos da Corumbá de outrora, o que inspirou a peça “E o meu cabelo arrepiou”.
Fundada pela atriz e produtora cultural, Bianca Machado, a Cia Maria Mole participa ativamente da vida cultural do Estado e tem despertado o ofício de ator por muitos que ali encontraram o primeiro contato com a arte do teatro, a exemplo de Paula Mirhan, atriz e cantora que atua fortemente no cenário paulistano e o ator Luiz Bertazzo, na capital paranaense, Curitiba. Ambos corumbaenses encenaram suas primeiras peças junto à Maria Mole.
Fotos: Divulgação
Experimentação com teatro de sombras resultou na encenação de clássico da Literatura Brasileira
Durante este período produziu 20 espetáculos de diversos gêneros, dentre adultos, infanto-juvenis e empresariais, todos de criação coletiva, a fim de fortalecer e fomentar o crescimento pessoal e profissional dentro do trabalho coletivo.
Em 2014 a Cia. de Teatro Maria Mole se empenhou na criação do Coletivo Setorial de Teatro de Corumbá por acreditar no desenvolvimento sistemático de mobilização, sensibilização e formação político-social deste coletivo como forma de garantir que existam políticas públicas e ampliação de manifestações sociais, como o debate participativo nos últimos anos, sintetizadas nas diretrizes do plano municipal e estadual de cultura.
Em 1997 a Cia. Maria Mole recebeu o público para a abertura da tão desejada Casa de Cultura Luís de Albuquerque, com diversas intervenções poéticas e históricas. Foi esse prédio histórico que a Companhia teve como sede até o ano de 2015, saindo somente para uma possível obra de recuperação, retornando um ano depois, em 2016.
A Cia., além disso, mantém uma relação colaborativa com outros produtores culturais da cidade, no uso milenar do sistema de troca ou em produção de eventos coletivos que promovam a geração de renda, tendo como referencia a “Boemia Cultural” que já acontece há 16 anos, e com o evento: “A Casa em Cena” há dois anos.
Sinônimo de Prospecção
Com investimento do Fundo de Investimentos Culturais – FIC, Secretaria de Estado de Cultura e Cidadania – SECC e Governo do Estado de Mato Grosso do Sul contemplou em 2017 o projeto “Sinônimo de prospecção” da diretora Bianca Machado.
O projeto se propõe a aperfeiçoar o aprendizado coletivo, já que a Cia. entende que a preparação do ator parte da pesquisa que o leve a ampliação dos seus gestos e a percepção de sua voz.
Indo ao encontro disso, o projeto proporcionou de maio a julho de 2017 oficinas de: corpo com Jair Damasceno — Campo Grande (MS) —; oficina de tambores com o Lutier Licio Gonçalves e oficina da palavra com a Cia. Maria Mole, para que a comunidade corumbaense e a Companhia proporcionem a comunhão entre os participantes e o surgimento de novos talentos. O projeto encerra com a apresentação de 03 espetáculos de repertório.
“Tudo que vivi nesses 7 meses me proporcionou uma grande evolução como artista, profissional e como ser humano”, afirmou o ator Matheus Lugo.
Como o município não tem um teatro adequado para apresentações em palco italiano, a Cia. foi levada a fazer espetáculos itinerantes que exploravam cômodos de edificações.
“Em vista disso, sempre tivemos a intenção de iluminar estes espaços que são um dos grandes protagonistas das histórias de Corumbá e colocá-los nas pautas das discussões atuais”, diz Bianca.
“Já a experiência com sombras veio do trabalho de pesquisa em ampliação das possibilidades de técnicas cênicas. E é com a utilização de técnica, intuição, coração e suor, que nos faz enfim pisar no sagrado espaço do palco — qualquer espaço, onde o ator e o espectador transpassam a linha do entretenimento e embarcam neste ritual provocador e instigante que é o espetáculo”, explicou a diretora.
Os espetáculos
O primeiro espetáculo desta jornada, “O Homem Que Sabia Javanês” foi contemplado no projeto de remontagem Independência pelo FIC/PANTANAL/2016 – Corumbá. O texto de lima Barreto narra a história de um malandro que conta a seu amigo o que fez ele ser o único tradutor do Javanês em uma confeitaria de 1911.
Com interação entre atuação e sombras, o espetáculo revela a atualidade do autor e lança uma nova referência em montagens alternativas. As sessões da peça serão realizadas na Casa de Cultura Luís de Albuquerque (ILA) no dia 14 de novembro às 20 e 21 horas, a entrada é gratuita.
Já “A Cartomante”, texto de amor, traição e mistério, de Machado de Assis, será encenada na Casa do Dr. Gabi, dia 18 de novembro com sessões às 20h e 21h30, com entrada ao valor der R$ 20.
Em “E O Meu Cabelo Arrepiou...” o clima é de suspense nos porões da Casa de Cultura Luiz de Albuquerque (ILA) e é lá que a Companhia narra contos de bruxas e fantasmas baseados no livro “Fatos verídicos”, de X-Panzé, pseudônimo de Mario Feitosa, jornalista de Corumbá que escreveu histórias de suspense entre as décadas de 40 a 60 para o Jornal “O Momento”. O espetáculo será dia 25 de novembro, com sessões às 20h e 21h30, com entradas a R$ 20.
"E o meu cabelo arrepiou..." é peça inspirada em contos de terror de jornalista corumbaense
As compras antecipadas de ingressos podem ser feitas no Bebi Festas. O projeto conta com o apoio da prefeitura municipal de Corumbá por meio da Fundação de Cultura e Patrimônio Histórico de Corumbá e Bebi Festas.
Ficha Técnica
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