Rosana Nunes e Ricardo Albertoni em 02 de Novembro de 2017
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Corpo foi velado nos salões do Corumbaense; uma multidão passou pelo local
Desde a chegada do corpo em Corumbá, a tristeza, comoção e a incredulidade tomaram conta dos familiares, amigos e da população. Uma multidão passou pelos salões do Corumbaense Futebol Clube, onde o corpo foi velado, para dar adeus àquele que, com seu jeito alegre e emotivo, conquistou a admiração, confiança e o respeito de tanta gente. O choro foi inevitável, as homenagens, as mais sinceras, além do carinho e do abraço de solidariedade que a esposa Beatriz Cavassa; os filhos Rodrigo e Rafaela; a mãe, dona Leir e a irmã Glauce, receberam.
"O Ruiter amou tanto que seu coração explodiu, o coração transbordou. Nunca conheci alguém que amasse tanto Corumbá como o Ruiter. Ninguém é perfeito, todos nós temos nossa limitações como ele também teve, mas ele pôde superar até diante de muitas coisas que passou e sofreu, transformar isso em amor. É impressionante como ele gostava dessa cidade, gostava de estar junto do povo, era o típico corumbaense afetivo, que parava, que beijava, que dançava, uma liderança e uma singularidade tão própria que acho que dificilmente encontraremos gente assim para preencher essa lacuna que vai ficar. Nossa forma de agradecer à Deus é olhando o legado e aquilo de bom que ele deixou nos projetos e tentar executar", disse o padre Fábio Vieira, que foi o responsável pela celebração final no velório.
A fé e a fidelidade aos amigos também foram destacadas pelo padre, que se tornou amigo pessoal do prefeito. "Como meu paroquiano, nunca vi alguém que amou tanto Nossa Senhora. Da missa dominical, da comunhão, nunca teve medo de mostrar a sua fé. Um outro ponto ainda que eu posso dizer do Ruiter era a fidelidade aos amigos. Um homem que amava profundamente os amigos e que era fiel até as últimas consequências, mesmo sendo criticado por alguns. Fidelidade, amizade e fé são três pontos fundamentais que eu sintetizo a personalidade do Ruiter", afirmou padre Fábio ao Diário Corumbaense.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Caminhão do Corpo de Bombeiros veio à frente do cortejo até o cemitério Santa Cruz
O sepultamento
Sob aplausos, o caixão que levava o corpo do prefeito deixou o Corumbaense e foi levado pelo caminhão do Corpo de Bombeiros até o cemitério Santa Cruz, acompanhado da esposa e dos filhos. O cortejo foi silencioso, com muita gente ainda sem acreditar que Ruiter havia partido.
"Era uma pessoa muito simples, tanto ele como a esposa. Sempre no meio do povo. Eu sou pescadora profissional e vi o quanto ele melhorou a vida dos ribeirinhos, do povo que depende e vive no Pantanal. Nós sabíamos que éramos ouvidos e em nome de todos os pescadores profissionais agradeço muito esse grande líder e que Deus ilumine a família dele", disse Sarlidei Pena Machado, de 53 anos.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Momentos finais da despedida no cemitério Santa Cruz
Já na entrada do Santa Cruz, muita gente aguardava a chegada do cortejo, como o aposentado de 72 anos, Miguel de Paula. "Vim para visitar os parentes neste Dia de Finados e prestar essa homenagem ao nosso prefeito. Corumbá perde um dos maiores políticos, um dos que mais olharam para os mais pobres", afirmou ao se lembrar de uma conversa que teve com Ruiter. "Quando ele terminou a gestão como prefeito, uma vez me disse que já não tinha mais aquela coisa de trabalhar em repartição e o interesse dele estava voltado para a política e ele acabou partindo exatamente onde gostaria de estar, na Prefeitura da sua cidade", contou.
O choro, a tristeza, a consternação foram imensos nos momentos finais da despedida, com orações e o canto do hino a Corumbá, que simbolizou a administração de Ruiter. "Hoje estamos enterrando um amigo. Corumbá não está perdendo um prefeito, está perdendo um amigo", resumiu Maria Cristina, de 42 anos, moradora do conjunto Padre Ernesto Sassida, o líder religioso morto em 2013 com quem Ruiter Cunha tinha uma relação de amizade muito profunda.
O corpo do "prefeito dos corumbaenses", como o colunista social e amigo, Alfredo Sartory o denominava, foi sepultado no jazigo da família sob aplausos e muita emoção.
"A população o considera o maior líder político da região e o que comprova isso é que foram três mandatos de prefeito. Fica o legado de um homem público que buscou o desenvolvimento da cidade, mas sem esquecer dos mais humildes, daqueles que mais necessitavam. Buscou 'casar' os grandes investimentos, as grandes obras com programas e projetos sociais que transformaram a vida de muita gente no município. Fica também o aprendizado, de um pai, um irmão, um amigo com quem a gente aprendeu muito e que tem orgulho e agradece a Deus por ter conhecido na nossa vida", destacou ao final da cerimônia o assessor especial da Prefeitura, Heliney Miranda Júnior.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Feliz, prefeito Ruiter Cunha, em 1º de janeiro deste ano, durante a posse de seu terceiro mandato
Breve histórico
Ruiter Cunha de Oliveira, tinha 53 anos, era fiscal de renda de carreira do estado de Mato Grosso do Sul. Iniciou na política em 2004, quando se candidatou pela primeira vez à Prefeitura de Corumbá e se elegeu pelo PT. Se reelegeu em 2008 pelo mesmo partido. Voltou a ser eleito prefeito em 2016 pelo PSDB e estava no primeiro ano de sua terceira gestão.
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