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Em Corumbá, devotos acordam cedo para homenagear a santa padroeira do Brasil

Ricardo Albertoni em 12 de Outubro de 2017

Fotos: Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

A data marca o jubileu de 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida

Mesmo com céu nublado e possibilidade de chuva durante a manhã desta quinta-feira (12), fiéis participaram das festividades em homenagem à Nossa Senhora Aparecida desde cedo, em frente à igreja da padroeira do Brasil. Este ano, a data marca o jubileu de 300 anos do encontro da imagem.

A Alvorada Festiva teve início às 05h e às 06h, antes do tradicional café da manhã oferecido pela comunidade aos fiéis, foi celebrada missa campal pelo padre Fábio Vieira, pároco da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, a qual está ligada a capela da santa. De acordo com o religioso, a fé dos católicos em Nossa Senhora Aparecida se deve ao fato dela representar a figura da mãe, que está sempre disposta a atender as necessidades dos filhos.

“Nesse dia em um modo muito especial, as pessoas mostram a importância de Nossa Senhora. A mãe é a figura que nós sempre recorremos nas necessidades. Ainda mais em um momento como esse que estamos vivendo no Brasil em todos os sentidos. Nada como um colo de mãe, a gente percebe isso nas manifestações de carinho das pessoas. As pessoas precisam ter o transcendente para se manter e Nossa Senhora é essa forma transcendental e ao mesmo tempo tão próxima, tão humana de conciliar aquilo que a fé, almeja. Aí, ela se mantém na esperança e no amor”, disse o pároco.

Nely Maciel Diniz, de 50 anos, perdeu a mãe há três meses e não conseguiu segurar a emoção durante a celebração

Há três meses, Nely Maciel Diniz, de 50 anos, perdeu a mãe e por isso, ela não conseguiu segurar a emoção durante a celebração. “Essa missa me tocou muito, pois ela estava passando por problemas de saúde e vínhamos pedir pela saúde dela. Esse ano, ela não está conosco e por isso me emocionei muito me lembrando dela”, disse ao Diário Corumbaense.

Abraçada à imagem da santa, além de agradecer pela família, foi momento também de pedir intercessão pelo filho que passa por momento difícil. “Hoje eu vim especialmente para agradecer mais um ano de vida que Nossa Senhora tem concedido para minha família. Vim também pedir uma graça para meu filho por um problema que ele está passando, mas com muita fé em Deus e em Nossa Senhora vou conseguir essa graça. Ela é a mãe, representa bondade, misericórdia, intercedendo por nós junto ao Pai”, afirmou Nely Diniz.

Tibúrcio Gonçalves levou a imagem para ser abençoada, prática comum dos devotos

Aos 81 anos e como mais de 50 anos de devoção, o aposentado Tibúrcio Gonçalves levou a imagem para ser abençoada, prática comum dos devotos da santa durante a celebração do dia da padroeira. O cacerense que chegou a Corumbá na década de 1960, afirmou que trouxe da cidade natal a devoção pela santa. “Sou devoto de Nossa Senhora Aparecida, recebi muitas bênçãos e continuo recebendo através da proteção dela. Hoje é um dia de alegria e festa, dia da mãe de Deus. Sou devoto de Nossa Senhora há 50 anos, vim de Cáceres na década de 60 e já vim com ela no meu coração. Hoje não vim pedir nada, só agradecer”, disse o aposentado.

Celebrações em homenagem à santa continuam durante todo o dia com várias missas, quermesse e ao final a tão esperada solene coroação de Nossa Senhora

As celebrações em homenagem à santa continuaram durante todo o dia com várias missas, quermesse e ao final a tão esperada solene coroação de Nossa Senhora em homenagem ao aniversário de 300 anos de aparição da imagem da santa.

Missa campal foi celebrada pelo padre Fábio Vieira, pároco da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, a qual está ligada a capela da santa

História

Nossa Senhora Aparecida, é a forma como Nossa Senhora é carinhosamente chamada no Brasil, país do qual é padroeira. Ela é reverenciada numa estátua de Nossa Senhora da Conceição, vestida com um manto azul todo enfeitado. A festa em sua honra é celebrada no dia 12 de outubro, também dia das crianças. Este dia é feriado para os brasileiros desde 1980, quando a basílica foi consagrada por João Paulo II em sua primeira visita ao Brasil. A basílica de Aparecida é a segunda maior do mundo, a quarta igreja mariana que recebe mais visitas no mundo, com a incrível capacidade de receber 45 mil romeiros no seu interior.

Os fatos foram registrados primeiramente pelos padres José Alves Vilela, em 1743, e João de Morais e Aguiar, em 1757. Esses registros foram feitos nos livros da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá, à qual pertencia a região onde a imagem foi encontrada. A imagem apareceu em outubro de 1717. E os fatos aconteceram assim:Dom Pedro de Almeida, governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, homem que detinha também o título de Conde de Assumar, passava por Guaratinguetá, SP, quando viajava para Vila Rica, MG. A população organizou uma festa para receber o conde de Assumar.

Para prepararem a comida, pescadores foram para o rio Paraíba com a difícil missão de conseguirem muitos peixes para a comitiva do governador, mesmo não sendo tempo de pesca. Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves, sentindo o peso de sua responsabilidade, fizeram uma oração pedindo a ajuda da Mãe de Deus. Depois de tentar várias vezes sem sucesso, na altura do Porto Itaguaçu, já desistindo da pescaria, João Alves lançou a rede novamente. Não pegou nenhum peixe, mas apanhou a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Porém, faltando a cabeça. Emocionado, lançou de novo a rede e, desta vez, pegou a cabeça que se encaixou perfeitamente na pequena imagem. Só este fato, já foi um grande milagre. Mas, após esse achado, eles apanharam tamanha quantidade de peixes que tiveram que retornar ao porto com medo de a canoa virar. Os pescadores chegaram a Guaratinguetá eufóricos e emocionados com o que presenciaram e toda a população entendeu o fato como intervenção divina. Assim aconteceu o primeiro de muitos milagres pela ação de Nossa Senhora Aparecida. Com informações do site www.cruzterrasanta.com.

 

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