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Forças de segurança passam por treinamento que inclui técnicas de uso da tonfa

Lívia Gaertner em 04 de Outubro de 2017

Para os leigos, ela é chamado de cassetete, mas para quem a usa no cotidiano durante suas ações, a “tonfa” é uma grande aliada na autoproteção e domínio de pessoas. Diferente do antigo e popular cassetete, a tonfa se distingue por ser composta de um corpo alongado e outro perpendicular em menor tamanho que amplia suas possiblidades de uso no dia a dia policial e de vários integrantes da força de segurança.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Tonfa é instrumento versátil e que auxilia policiais na rotina de trabalho

“Com as tonfas podemos construir alavancas devido ao formato do instrumento que tem duas partes onde encontramos um corpo longitudinal e um corpo perpendicular que facilitam o domínio das pessoas. Também há a possibilidade de usar a tonfa como instrumento dissipador da energia de golpes, então, ele funciona como o escudo protetor do antebraço do policial”, explicou ao Diário Corumbaense o coronel PM, Edmílson Lopes da Cunha, diretor de recrutamento, seleção e promoção da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e instrutor da disciplina de Defesa Pessoal na Academia da PM.

Em Corumbá até esta sexta-feira, 06 de outubro, o coronel deve capacitar cerca de 90 pessoas em diversas técnicas de utilização de instrumentos de menor poder ofensivo, entre eles, algemas e tonfas, bem como técnicas de mãos livres que englobam imobilizações.

“É uma premissa estabelecida até pela legislação federal por meio de portaria interministerial que fala do uso obrigatório de dois equipamentos de menor poder ofensivo pelos agentes de segurança pública, então a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul tem orientado seus policiais a ter, pelo menos, uma tonfa, uma algema ou spray de pimenta para que, numa primeira intervenção, já reduza o uso da arma de fogo”, disse.

Corumbá foi a primeira cidade do interior do Estado a receber o curso que já foi oferecido em várias unidades de Campo Grande. Divididos em três turmas, os participantes receberão a capacitação de forma intensiva, totalizando ao longo do dia 11 horas/aula. Além de parte do efetivo da Polícia Militar, participam do treinamento, integrantes da Guarda Municipal, Exército, Marinha, agentes penitenciários e da FELCC (Força Especial de Luta Contra o Crime), da Bolívia, que vieram da cidade de Santa Cruz de La Sierra, capital do departamento de Santa Cruz.

“Aproveitamos o curso para fazer essa integração entre órgãos da segurança pública e Forças Armadas, além da boa relação que temos com a Bolívia a quem estendemos o convite. A Polícia Militar busca uma excelência através de técnicas e treinamentos e essa capacitação vem somar para o atendimento da população e também a segurança do policial”, disse o comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Massilon de Oliveira Silva Neto.

Comandante da PM em Corumbá, tenente-coronel Massilon de Oliveira Silva Neto, explicou que curso também permite a integração entre as forças de segurança

Curiosidade

A tonfa tem sua origem no antigo oriente, mas provavelmente na China e depois se desenvolvendo no Japão, onde era empregada como instrumento agrícola na colheita do arroz e no preparo do saquê. A dúvida sobre a origem é grande já que tanto a China como o Japão tinham a sua agricultura baseada no plantio de arroz, assim sendo, a tonfa era um instrumento comum em ambos os países.

Segundo as lendas, o uso da tonfa como arma de luta migrou da China para o Japão, e na ilha de Okinawa os praticantes de Karatê desenvolveram o uso marcial. Ainda segundo a lenda, durante a ocupação japonesa na China e Coréia no século XIX, um camponês chinês resistiu à agressão de um soldado japonês usando a tonfa, seu instrumento de trabalho, já que a posse de armas  estava proibida desde a invasão de seu país. As histórias acerca dos grandes lutadores orientas e suas técnicas de luta chamaram a atenção de milhares de norte-americanos que ocupavam a ilha.

De acordo com a Revista Endorfina, especializada em esportes, o uso da tonfa passa a ser muito difundido entre as polícias norte-americanas, durante as décadas de 60 e 70, popularizando-se entre elas e substituindo o cassetete e, a partir da década de 80, chega à Europa, inicialmente na Inglaterra e Alemanha, onde, pela primeira vez, é elaborada uma legislação sobre a sua utilização.

No Brasil, com a intensa imigração japonesa que é recebida aqui a partir do século 20, a tonfa é introduzida pelos praticantes de Artes Marciais. Entretanto somente a partir  de 1985 é que a tonfa é apresentada para a área de segurança e, deste momento em diante, passou a ser difundida entre Polícias Militares do país e entre as empresas de segurança privada.

Galeria: Capacitação Tonfa

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