Rosana Nunes em 22 de Setembro de 2017
Autuado em flagrante por homicídio simples e posse ilegal de arma de fogo pela Polícia Civil, André Luis Lima Sigarini, de 37 anos, foi solto por determinação da Justiça de Corumbá. A Polícia havia pedido a conversão da prisão para preventiva, no entanto, em sua decisão, o juiz plantonista do Fórum, Maurício Cleber Miglioranzi Santos, concedeu liberdade provisória, sem fiança, ao acusado, sob a condição de comparecer ao Juízo a cada dois meses e não manter contato com familiares da vítima.
Entre as justificativas, o magistrado destacou a "ausência de elementos indicativos de que o mencionado flagrado tenha outrora se envolvido em outros ilícitos penais da mesma natureza". De acordo com certidão expedida pelo Sigo, o sistema que apura antecedentes criminais, André Luis não tinha passagens policiais, porém não apresentou comprovante de residência, nem emprego fixo.
Autuado em flagrante por homicídio simples e posse ilegal de arma de fogo, André Luis Lima Sigarini, de 37 anos, foi solto por determinação da Justiça de Corumbá
O alvará de soltura foi cumprido por volta das 22h30 de quinta-feira (21), menos de 24 horas depois de André matar a tiros o guarda municipal, Carlos Henrique Freitas Silva, de 38 anos. O crime ocorreu entre 04h30 e 05h, em um bar localizado na esquina das ruas Sete de Setembro e Duque de Caxias, no bairro Popular Velha, parte alta de Corumbá. André Luis foi preso momentos depois pela Polícia Militar, com apoio da Guarda Municipal, na casa dele, no bairro Cristo Redentor.
Segundo a PM, ele admitiu que atirou contra o guarda e disse que havia jogado o revólver em via pública. A guarnição foi até o local indicado pelo homem, mas não encontrou nada. Foi aí que ele acabou relatando que a arma estava em sua residência. De volta à casa, os policiais encontraram o revólver calibre 38, com capacidade para seis tiros, em cima de um guarda-roupa.Três munições estavam intactas.
Até o momento, o motivo do crime não foi esclarecido. Há uma versão de que dois anos atrás, quando a vítima atuava no setor de trânsito da Guarda, Carlos Henrique teria se desentendido com André Luis Sigarini por causa de uma multa de trânsito e teria sofrido ameaça.
O delegado que lavrou o flagrante, Rodrigo Blonkowski, informou a este Diário que André não mencionou essa informação no depoimento. Ele alegou que se desentendeu com a vítima no banheiro do bar, depois de um esbarrão e que Carlos Henrique teria puxado uma faca para atingi-lo. Foi quando sacou a arma e baleou a vítima duas vezes. O acusado também disse que passou a noite de quarta e a madrugada de quinta bebendo, e que estava embriagado quando houve o crime.
Nesta sexta-feira, o delegado Rodrigo disse que surgiram novas informações e a equipe de investigação apura uma outra situação que pode ter sido o motivo do crime. A autoridade policial destacou que o caso agora é de responsabilidade da equipe do cartório de homicídios.
Velório do servidor público começou na noite de quinta na residência da mãe dele, localizada no bairro Cristo Redentor
Velório e sepultamento
Carlos Henrique Freitas Silva atuava no setor de vigilância patrimonial da Guarda Municipal, onde era lotado havia doze anos. O corpo está sendo velado na residência da mãe dele, localizada na Alameda Piratininga, nº 23, bairro Cristo Redentor, atrás da escola municipal José de Souza Damy. O sepultamento está marcado para 16h desta sexta-feira (22) no cemitério Santa Cruz. Carlos Henrique estava na Guarda Municipal havia 12 anos. Deixa esposa e três filhos.
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