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Polícia Civil de Ladário fecha boca da “Pretinha” e prende “Vampirinho”

Ricardo Albertoni em 25 de Agosto de 2017

Três pessoas foram presas por tráfico de drogas em duas ações diferentes da Polícia Civil de Ladário. A primeira aconteceu às 17h de quinta-feira, 24 de agosto, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pela Vara Criminal de Corumbá em um imóvel situado no bairro Boa Esperança, denunciado como ponto de venda de drogas conhecido como “Boca da Pretinha”.

Divulgação: Polícia Civil

Leonides Cuellar Batoares “Pretinha”, de 45 anos; Naiara Rodrigues Ferreira “Nay” e Josué Nunes dos Santos, de 23 anos, o "Vampirinho"

Esteve à frente da ação, o delegado Sam Ricardo Aranha Suzumura, titular da Delegacia de Polícia Civil de Ladário, além de todo o efetivo do distrito policial.  Os policiais encontraram na casa um usuário que estava com cinco papelotes de cocaína; a dona da casa, Leonides Cuellar Batoares “Pretinha”, de 45 anos, e outra mulher, identificada como Naiara Rodrigues Ferreira “Nay”, de 23 anos.

O homem disse aos policiais que frequenta o local, onde comprou a droga, constantemente, e ainda disse que Naiara afirmou que à noite haveria mais entorpecente disponível. No interior do quarto dela, foram encontrados dois papelotes de cocaína e uma “trouxa” de maconha que pesou 13 gramas. A quantia de R$ 15,30 em dinheiro trocado estava com Leonides.

No entanto, "Pretinha" negou a prática de venda de drogas. Ela admitiu que o lugar funcionou como “boca de fumo” até 2010, porém, de acordo com ela, após a prisão do marido tinha "encerrado a atividade" e viajado para Campo Grande. Ela teria retornado da Capital em maio deste ano.

A negativa de “Pretinha” não se sustenta devido ao fato de ela saber da venda de drogas no imóvel.  Segundo a Polícia Civil, são duas casas no terreno, e ela afirmou que cede um dos imóveis desocupados para que usuários façam uso de entorpecentes. Leonides apontou Naiara como dona da boca, que, segundo a investigação seria uma pessoa abrigada por ela e possivelmente seria paga para ser responsável por guardar, esconder, vender, receber e repassar o pagamento do tráfico para "Pretinha". Naiara já foi presa por tráfico de drogas e cumpre pena no regime aberto. O envolvimento de Leonides “Pretinha” fica mais claro para a polícia porque ela não trabalha e não possui nenhuma ocupação lícita, mas tem rendimento, já que o dinheiro apreendido estava com ela.

Contra a “boca de fumo”, a Polícia Civil tinha obtido denúncias de vítimas de que o local funcionaria como ponto de troca de objetos furtados e roubados na região. A partir de uma investigação sobre o funcionamento da boca, o delegado pediu à Justiça o mandado de busca e apreensão.

Na “Boca da Pretinha”, foi localizada uma geladeira desligada em um quarto; um jogo de panelas completo e três cadeiras novas, inclusive com etiquetas. Os objetos estavam no quarto da Naiara, com exceção das cadeiras que estavam no quintal. Por serem produtos sem comprovação de origem e pelas características, os policiais suspeitaram que seriam objetos furtados, até mesmo pelo fato de existirem ocorrências de furto de materiais semelhantes aos encontrados na casa.

"Vampirinho" flagrado vendendo droga

Vítimas que tiveram residências alvos de furtos foram chamadas até a delegacia, mas os policiais não conseguiram contato com uma delas, idosa de idade avançada e que não tinha contato telefônico. Ao se dirigir até a residência da mulher, a equipe policial avistou nas proximidades da feira-livre, no bairro Almirante Tamandaré (Cohab), três indivíduos em atitude suspeita. Ao serem abordados, foi constatada a prática de tráfico de drogas por Josué Nunes dos Santos, de 23 anos, conhecido como “Vampirinho”. Ele estava com um saco plástico que continha 35 gramas de maconha, além de R$ 45. Assim como “Vampirinho”, os outros dois indivíduos que estavam comprando entorpecente, são conhecidos no meio policial pelo envolvimento em furtos diversos praticados, em grande parte, para aquisição de drogas.

Ao Diário Corumbaense, o delegado Sam Suzumura explicou que após combater a grande quantidade de furtos ao patrimônio na cidade e retirar criminosos do convívio social, a Polícia Civil de Ladário agora intensifica suas ações contra o tráfico de drogas no município vizinho, uma das principais fomentadoras da prática de diversos delitos.

“Enquanto é ilegal, acaba fomentando outras atividades, porque aquele que não tem dinheiro para comprar droga tem necessidade de manter o vício e faz isso praticando delitos para manter esse vício. Esse é o grande problema, Corumbá e Ladário por serem essa área de fronteira, têm essa facilidade, tanto que as ocorrência de roubo/furto aqui são altíssimas, talvez maior de todas as fronteiras do estado proporcionalmente. As pessoas se esquecem desse lado, acham que às vezes a droga só está fazendo mal para o usuário, mas não, faz mal para a sociedade como um todo, por isso é importante o combate ao tráfico de drogas, enfraquecer não só esse mal que é a droga, mas tentar diminuir esses outros crimes”, explicou.

O delegado apontou que o trabalho deve seguir a mesma linha realizada pela Polícia Civil de Corumbá, coordenada pelo delegado Rodrigo Blonkowski, responsável pelo cartório de furtos, roubos e tráfico de drogas da 1ª Delegacia de Corumbá, que tem focado as ações contra os chamados distribuidores de drogas na região. 

“O delegado Rodrigo Blonkowiski está fazendo um bom trabalho em Corumbá e está focando no combate aos distribuidores de droga. Antes, focávamos nos varejista e às vezes ficava de lado o distribuidor. Quando se busca o distribuidor, há uma maior quantidade de droga  apreendida e consequentemente o estrangulamento do varejista. Se a gente prende o varejista, o distribuidor continua com a droga, mas por outro lado, prendendo o distribuidor vai diminuir a quantidade de droga em circulação”, afirmou o delegado.

Denúncias que possam auxiliar a Polícia Civil nas ações de combate ao tráfico de drogas em Ladário podem ser feitas diretamente na delegacia do município localizada na rua Comandante Souza Lobo, 1215, área central, ou pelo telefone da Polícia Civil: 3226-1090. O denunciante terá a identidade preservada.