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Bailarina Beatriz de Almeida cria coreografia para Companhia de Dança do Moinho

Ricardo Albertoni em 23 de Agosto de 2017

Fotos: Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

Beatriz de Almeida visitou o Moinho para criar uma nova coreografia (Divertimento) que fará parte de apresentação do espetáculo Moinho in Concert

Antes de calçarem as sapatilhas para receberem os valiosos ensinamentos, os pedidos de autógrafo. Afinal, não é todo dia que os jovens da Companhia de Dança do Pantanal, do Moinho Cultural, recebem a visita dela, que é considerada uma referência, um ícone do balé, não somente entre as pessoas ligadas à dança em Corumbá, mas no Brasil e no mundo. A intenção dos pedidos de autógrafos é guardar, manter uma lembrança que para a maioria simboliza um troféu. Para os alunos de dança do Moinho Cultural, um papel, sapatilha ou qualquer coisa tocada por Beatriz de Almeida, bailaria e mestre de balé serve como estímulo e combustível para trilhar o árduo caminho do mundo da dança.

“Eu tive a sorte de estar no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa, e foi isso que me valeu o convite para a Alemanha. Foi lá onde construí toda a minha carreira. O que eu puder fazer para ajudar, para dar uma mão nisso, eu vou fazer, porque recebi muita ajuda. Minhas professoras foram maravilhosas, tive companheiros maravilhosos, fui para a Alemanha e a família inteira me ajudou, então, acho que estamos aqui para isso. Se Deus quiser eles chegarão lá e serão muito felizes em uma profissão muito difícil, muito árdua, mas ao mesmo tempo muito gratificante. A equação é a mesma, o grau de dificuldade é o grau de felicidade”, disse Beatriz ao Diário Corumbaense.

Considerada madrinha da dança do Moinho Cultural, ela participou da fase inicial do projeto, sendo fundamental na estruturação da área de dança do instituto. Na última semana, Beatriz de Almeida visitou o Moinho para criar uma nova coreografia (Divertimento) que fará parte de apresentação do espetáculo Moinho in Concert, que tradicionalmente acontece no mês de dezembro, mas que em 2017 ainda segue sem data definida.

A diretora executiva do Moinho Cultural, Márcia Rolon, falou da importância da ligação que o Moinho Cultural continua tendo com sua madrinha. Ela destacou que a carreira brilhante que a artista construiu fora do Brasil é responsável por abrir portas para os alunos.  

Considerada madrinha da dança do Moinho Cultural, ela participou da fase inicial do projeto

“É incrível isso! Uma carioca/sul-mato-grossense, com a família de Miranda, convidada pela Márcia Haydeé que conhece o mundo e ganha o mundo como primeira bailarina na Alemanha. Estivemos na Alemanha com uma aluna durante 15 dias e constatamos que pelo fato de ser aluna da Beatriz de Almeida é como se estendessem um tapete vermelho. Ela realmente consolidou seu nome naquele país. É uma pena que só agora o Brasil começa a saber quem é a Beatriz de Almeida”, contou Márcia.

Nascida no Rio de Janeiro, Beatriz tem raízes em Mato Grosso do Sul. A família materna é de Miranda e quando criança costumava passar temporadas naquele. Quando chegou da Europa, após viver por 20 anos na Alemanha, decidiu se unir à irmã e montar o estúdio de dança em Campo Grande, capital sul-mato-grossense onde mora há quase 19 anos. Corumbá também está presente na história da artista. Foi aqui, que ela se despediu dos palcos como bailarina em 2008 na Mostra de Dança.

Diretora do Beatriz de Almeida Estúdio de Dança, iniciou seus estudos em dança no Rio de Janeiro, onde foi bailarina do Theatro Municipal e posteriormente, foi convidada por Márcia Haydée para integrar o Stuttgart Ballet (Alemanha), onde ocupou a posição de primeira bailarina. Lá, dançou grandes obras como A Megera Domada, Eugene Onegin, O Lago dos Cisnes, de John Cranko, A Bela Adormecida, Giselle, de Márcia Haydée; Sétima Sinfonia de Beethoven, de Uwe Scholz, e outros. A convite de Uwe Scholz, integrou o Ballet de Zurique como primeira bailarina e dançou obras como A Bela Adormecida, A Criação e Suíte para Dois Pianos.

Sem adiantar uma novidade sobre a coreografia, ela afirmou que tem grandes expectativas sobre o resultado do trabalho

A diretora do Moinho ressaltou os ganhos em relação à troca de experiência e da possibilidade de encaminhar talentos para trabalhos no exterior. “Além de trocar experiência ela está avaliando os meninos, assistindo às aulas e escolhendo alguns para, de repente, futuros trabalhos. Ela também atua como consultora trabalhando no exterior e através dessas conexões internacionais e sendo a nossa madrinha é quem pode pinçar um aluno do Moinho, como aconteceu um tempo atrás e fazer com que ele vá para o exterior. Então, é uma gama de ganhos que o Moinho Cultural tem com essa visita”, destacou Márcia Rolon.

Ao final da entrevista, Beatriz elogiou a capacidade dos alunos demonstrada pela rapidez em que os movimentos foram assimilados já nas primeiras horas. Sem adiantar uma novidade sobre a coreografia ela afirmou que tem grandes expectativas sobre o resultado do trabalho.

“A gente fala que é remontagem, mas na verdade é um balé novo, porque eu fiz essa coreografia há alguns anos e agora já mudou conforme os bailarinos, conforme o elenco. Eu vim para fazer essa remontagem que eles vão dançar, nessas viagens que eles fazem que são os espetáculos itinerantes e que também vai fazer parte do Moinho in Concert. O que posso adiantar é que eles são muito rápidos e muito receptivos. Trabalhamos em uma hora e consegui fazer um minuto e meio de coreografia, até um pouquinho mais, um minuto e quarenta, um minuto e cinquenta, e isso é muito. Quando a gente começa a montar um trabalho e uma frase musical de oito compassos, às vezes, você tem que repetir até dez vezes, eles pegaram rápido. Tenho grandes expectativas. Acho que é um trabalho que vai ser bem legal, vai render frutos positivos”, finalizou.

Moinho in Concert

O espetáculo Moinho in Concert estava previsto para o dia 03 de dezembro, porém, após o anúncio feito no dia 16 de agosto durante audiência pública que divulgou que a 14ª edição do FASP (Festival América do Sul Pantanal) será realizada entre os dias 26 de novembro e 03 de dezembro, a data deve ser redefinida. De acordo com Márcia Rolon, a organização aguarda que as parcerias entre Prefeitura Municipal de Corumbá e Governo do Estado de Mato Grosso do Sul sejam mantidas.

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