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Polícia Federal desarticula quadrilha que usava estradas no Pantanal para transportar droga

Rosana Nunes em 17 de Agosto de 2017

Divulgação/Polícia Federal

Investigação iniciou há seis meses com a apreensão de droga em uma Toyota Bandeirante

A Polícia Federal de Corumbá deflagrou nesta quinta-feira, 17 de agosto, a Operação Bandeirante, que investiga o tráfico transnacional de drogas e outros crimes relacionados. Pelo menos  90 policiais cumprem 37 mandados, sendo 19 mandados de prisão preventiva, 16 mandados de busca e apreensão e ainda 2 mandados de condução coercitiva. As ações ocorrem em Mato Grosso do Sul, nas cidades de Corumbá, Três Lagoas e Campo Grande, e no estado de São Paulo, na cidade de Suzano e na capital paulista. A investigação prevê ainda o sequestro e apreensão de bens e valores da organização criminosa. 

De acordo com a assessoria de comunicação da PF, as investigações tiveram início há seis meses. Nesse período, os policiais descobriram uma rede de fornecedores, compradores, motoristas e “mulas”. Familiares e até um menor de idade, filho de um casal membro do grupo investigado, foram recrutados para as atividades ilícitas. A organização criminosa contava ainda com infraestrutura que incluía oficinas mecânicas, estacionamento, lava jato, diversas residências, veículos de passeio, caminhonetes e caminhões.  

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Um dos veículos apreendidos nesta manhã em Corumbá

Durante a investigação, foram realizadas quatro prisões e três apreensões de drogas, que totalizaram 354 quilos de cocaína na forma de cloridrato, a mais pura da droga. Na região sudeste, destino das remessas, o valor dos carregamentos somados poderia superar R$ 7 milhões. Como pagamento, a organização criminosa recebia valores em espécie em moeda nacional e estrangeira, além de veículos e embarcações que seriam negociados dentro e fora do território brasileiro. Até o momento, foram identificados mais de R$ 921 mil entre automóveis, caminhões e embarcações. Também foram confiscados US$ 25 mil (o equivalente a mais de R$ 81 mil na data da apreensão) que estavam sendo levados para a Bolívia, possivelmente para o pagamento de um próximo carregamento de drogas. 

Os alvos da operação tratavam desde as negociações com fornecedores bolivianos de cocaína, logística de pagamentos e a entrada da droga no território brasileiro, até o armazenamento, ocultação em compartimentos de veículos e transporte, especialmente para o estado de São Paulo. Os métodos de transporte buscavam evitar a fiscalização, utilizando rotas por vias vicinais ou estradas de terra e também o trânsito em horário noturno. 

Divulgação/Polícia Federal

Quadrilha preparava esconderijos e compartimentos em veículos que transportariam entorpecente

Alto poder financeiro 

As investigações demonstraram ainda o poder financeiro da organização criminosa. Mesmo após as prisões e as apreensões milionárias de drogas e valores ocorridas durante as investigações, os líderes da quadrilha prosseguiram sem percalços nas ações ilícitas, subdividindo tarefas, recrutando outros membros e reunindo recursos para viabilizar novos carregamentos de drogas.  

Os integrantes do grupo criminoso não tinham emprego ou atividade lícita que justificasse a riqueza ostentada. Uma das oficinas, por exemplo, não apresentava atividade contínua ou funcionários regulares, além de notadamente auxiliar na preparação de esconderijos e compartimentos em veículos que transportariam as drogas.  

O nome da operação, Bandeirante, faz referência a um dos veículos utilitários usados pela quadrilha para cruzar o Pantanal, na tentativa de driblar a fiscalização, sendo este o veículo que transportava a primeira carga apreendida, que deu início às investigações. Com informações da assessoria de comunicação da Polícia Federal.

Divulgação/Polícia Federal

Armas apreendidas durante a operação