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Parceria busca facilitar acesso das mulheres ao exame preventivo

Da Redação em 27 de Junho de 2017

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Parceria das secretarias do Município visa facilitar a procura pelo exame preventivo

O exame preventivo ainda é tabu para muitas mulheres. Algumas deixam de se prevenir por medo de dor, sangramento, ou até porque têm vergonha. O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos contíguos ou à distância. Há duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do útero, dependendo da origem do epitélio comprometido: o carcinoma epidermoide, tipo mais incidente e que acomete o epitélio escamoso (representa cerca de 90% dos casos), e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o epitélio glandular (cerca de 10% dos casos).

É uma doença de desenvolvimento lento, que pode ocorrer sem sintomas em fase inicial e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados. Para evitar esse risco, é necessária a realização periódica deste exame.

Esta semana, a Secretaria Especial de Cidadania e Direitos Humanos, por meio da Coordenadoria de Políticas Públicas para a Mulher em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social e Secretaria Municipal de Saúde, realizou cerca de 50 atendimentos a mulheres que frequentam o Centro de Referência e Assistência Social II, localizado no bairro Guanã. A proposta foi viabilizar o serviço para as mulheres daquela região, oferecendo no prédio do CRAS II o exame preventivo.

Neuza Vargas Dantas, de 58 anos, foi uma das mulheres que decidiram aproveitar a oportunidade e realizar o exame. “Meu pai faleceu de câncer na próstata e isso me deixa alerta. Não tínhamos entendimento sobre o exame de próstata, então, quando descobrimos já estava em estado avançado. Hoje aproveito as oportunidades que tenho, faço todos os exames e me cuido”, frisou ao Diário Corumbaense.

Dona Neuza, perdeu o pai, vítima de câncer de próstata e sempre procura fazer os exames

O CRAS atendeu as mulheres no período da tarde de segunda-feira. “Foram atendidas mulheres que estão cadastradas no Programa Bolsa Família, bem como da comunidade que se interessaram em realizar a prevenção. Tivemos uma boa demanda e é importante que essas mulheres aproveitem a oportunidade. As Unidades de Saúde oferecem o serviço, mas muitas vezes o tempo delas não coincide com  os horários da Unidade. Trazer esse atendimento ao CRAS facilita o acesso”, explicou Cláudia Silva, coordenadora do  CRAS II.

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer, com cerca de 530 mil casos novos por ano no mundo, o câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres, excetuando-se os casos de pele não melanoma. Ele é responsável por 265 mil óbitos por ano, sendo a quarta causa mais frequente de morte por câncer em mulheres.

Cristiane Santos Silva, 40 anos, fez questão de convidar suas colegas para fazer o preventivo. “É tudo muito prático, não é como antigamente, que os maridos acompanhavam as mulheres para fazer o exame, a forma como faziam, machucava as mulheres, doía. Hoje é bem rápido, é fácil, não é pago, então, chamei minhas conhecidas, pois nunca é demais se prevenir. Tenho amigas que já sofreram com  câncer de útero e não quero isso para nenhuma mulher”, enfatizou.

As coletas foram realizadas por enfermeiras da Secretaria de Saúde de Corumbá. De acordo com o cronograma, o próximo atendimento será na primeira quinzena de julho para as mulheres do CRAS I, no bairro Maria Leite. “Essa ação fornece mais acesso das mulheres ao exame preventivo. Um dos fatores que nos fazem intensificar essa ação é o fato de que somos o terceiro estado do Brasil com maior índice de óbitos por câncer do colo de útero. Estamos em um período de massificação da conscientização, da procura e de atendimento destas mulheres. Essa primeira ação foi ótima, com boa adesão”, afirmou a este Diário, Letícia Leite, enfermeira coordenadora do Centro de Saúde da Mulher.

"A gente coleta células do colo do útero e essas células coletadas são as que determinam se há alteração, lesão, se poder ter câncer ou não. A importância é justamente a prevenção. Toda mulher na faixa de 25 a 64 anos de vida, e que já mantenha relação sexual, deve fazer o exame uma vez por ano”, completou. O exame coletado vai para um laboratório em Campo Grande, que faz a análise e os resultados retornam em trinta dias.

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