Campo Grande News em 22 de Maio de 2017
Citado na delação premiada da JBS para a Operação Lava Jato, o secretário Estado de Fazenda, Márcio Monteiro (PSDB), se defende e diz que vai processar os delatores por danos morais. O deputado federal licenciado e pecuarista é apontado como uma das pessoas físicas que supostamente emitiram notas frias para “maquiar” o pagamento de propina ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
“Não tenho nada a ver com as alegações dessa delação. A prova da legalidade da venda de gado que fiz ao grupo JBS são as notas por mim emitidas junto com as GTAs (Guias de Trânsito Animal) e a Nota Fiscal de Entrada emitida pelo próprio frigorífico do grupo”, disse Monteiro, por meio da assessoria de imprensa na tarde desta segunda-feira (22).
O secretário informou que “já determinou a advogados apuração e ajuizamento de ação contra o grupo JBS por danos morais”. Monteiro diz ter reunido as sete notas fiscais emitidas por ele sobre a venda de 140 cabeças de gado ao frigorífico do grupo JBS na Capital.
Em cada uma das sete notas fiscais está anexada a respectiva e-GTA (Guia Eletrônica de Trânsito Animal) emitida pela Iagro (Agencia Estadual de Defesa Animal e Vegetal), referentes às reses embarcadas na Fazenda Imbirussu, em Jardim – a 223 km de Campo Grande. Ainda por meio da assessoria, ele detalhou que foram sete caminhões com 20 cabeças de gado cada.
O secretário destaca que a nota de entrada do carregamento na unidade frigorífica da JBS da avenida Duque de Caxias, em Campo Grande comprovam, segundo o pecuarista, que a documentação anterior não é falsa. Trata-se, na verdade, de uma “operação comercial absolutamente normal e dentro da legalidade”.
De acordo com a nota emitida pela JBS, as 140 cabeças de gado vendidas ao frigorífico por Monteiro resultaram em 35,7 toneladas de carne “destinada à industrialização”, operação pela qual o frigorífico pagou R$ 333.223,80, exatamente o valor da nota anexada na delação como sendo fria. Nesta tarde, Monteiro enviou a nota à imprensa e segundo ele, esta é a prova de que a comercialização aconteceu de verdade.
“Estou extremamente indignado. Como secretário nunca mantive qualquer relação com empresários desse grupo, apenas essa relação comercial com o frigorífico, uma venda esporádica absolutamente dentro da legalidade e com recolhimento de imposto. Recolhi R$ 1.571,00 ao Fundersul e toda operação está contabilizada. Gado declarado, baixa das cabeças comercializadas na contabilidade e recebimento da venda na minha Declaração de Imposto de Renda”, enfatizou o secretário.
Reprodução
Nota fiscal enviada por Monteiro à imprensa
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