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Ação em Corumbá busca conscientizar a população sobre a importância da adoção

Ricardo Albertoni em 20 de Maio de 2017

Ricardo Albertoni

Panfletagem foi realizada pelos participantes da ação na rua Frei Marinano

A chuva fina que caiu sobre Corumbá na manhã deste sábado (20), não foi suficiente para interromper a ação organizada pelo GAAP (Grupo de Apoio e Adoção do Pantanal), formado por mais de 50 pessoas entre pais adotivos, funcionários das casas de acolhimento e pessoas interessadas no processo de adoção. A ação, que  inicialmente seria uma caminhada pelas principais ruas da cidade, foi alterada para uma panfletagem na rua Frei Mariano.

O juiz Maurício Cleber Miglioranzi Santos, titular da Vara da Infância e Juventude participou da mobilização, que também contou com a participação de integrantes da administração pública dos dois municípios como o prefeito de Ladário, Carlos Ruso, e a professora Jane Contu, da Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos representando o prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha de Oliveira.

Presidente do GAAP, Luiz Felipe Dorilêo Gomes da Silva, disse que o grupo tem por finalidade orientar pessoas que já fazem parte ou não do processo de adoção

O evento é em alusão ao Dia Nacional da Adoção, celebrado no dia 25 de maio e faz parte de uma série de ações realizadas pelo País com o objetivo de conscientizar a população sobre o tema. O presidente do GAAP, Luiz Felipe Dorilêo Gomes da Silva,  explicou que o grupo tem por finalidade a orientação das pessoas que já fazem parte ou não do processo de adoção.

“A iniciativa de criar o grupo foi devido a baixa procura de pessoas pelo processo de adoção. Depois que montamos, pessoas nos procuraram com a intenção de adotar e não sabem como começar. O grupo tem também essa intenção, de orientar e informar sobre essa questão", disse.

Vice-presidente do GAAP, Elso Moreira, que é pai de duas crianças, entre elas um filho adotivo de oito anos, falou da importância também do Projeto Padrinho

Pai de duas crianças, entre elas um filho adotivo de oito anos, Elso Moreira, vice-presidente do GAAP, falou da importância também do Projeto Padrinho, desenvolvido pelo Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, por meio da Coordenadoria da Infância e Juventude de MS.  “Hoje nós temos também uma afilhada religiosa que é um trabalho que o juiz Maurício está desenvolvendo, ou seja, você tem a sua religião, seja evangélico, seja católico, pode apadrinhar essa criança religiosamente, sem o compromisso de adoção, simplesmente para você levar essa criança para a igreja que frequenta e colocar um caminho religioso na vida dela, conduzi-la, sem pretensão de adoção. Eu sou um padrinho religioso, mas no final das contas você também acaba sendo um padrinho afetivo. A minha afilhada no primeiro dia foi na igreja com a gente e no segundo fim de semana, ela já foi pela manhã tomar café, almoçar e passar o dia, ela já faz parte do nosso fim de semana. A gente já está levando os dois irmãos dela junto. Não tem como você não se apaixonar”, explicou Elso.

De acordo com o juiz Maurício Cleber Miglioranzi Santos, a atividade aberta para toda a comunidade tem o objetivo de conscientização sobre a importância da sociedade em situações de crianças e adolescentes que são afastadas do convívio familiar. Corumbá e Ladário tem hoje cerca de 30 crianças e adolescentes que efetivamente moram em uma instituição.

O juiz Maurício Cleber Miglioranzi Santos, titular da Vara da Infância e Juventude participou da mobilização

“Por mais que o cuidado nessas instituições seja excelente, segunda-feira estive em uma dessas instituições e pedi que me escrevessem cartinhas sobre o que eles desejavam, o que estava faltando na casa. Todos eles me perguntaram quando teriam uma madrinha/padrinho. Meninos de 15 anos, de 12, meninas de 9, de 14. Todos eles demandam uma atenção individualizada. São crianças que não têm a oportunidade de escolher um almoço no domingo. Nossa experiência tem mostrado, que a partir do momento que essas crianças têm um padrinho/madrinha, pessoas que se dispõe a acompanhá-los, levar na natação, no curso de inglês, esse olhar individualizado faz com que essa criança ou adolescente se desenvolva de uma forma muito melhor, sem qualquer pecha das dificuldades pelas quais já passou”, afirmou o juiz ao Diário Corumbaense.

Ainda de acordo com o magistrado, as pessoas envolvidas reconhecem que o retorno é muito maior do que é oferecido, por isso não querem ser reconhecidos como benfeitores. “Os pais que são adotivos - eu sou pai adotivo e também posso falar -, não gostam de ser reconhecidos como benfeitor, uma pessoa que fez um bem a uma pessoa, porque  a gente ganha muito mais. O sorriso de uma pessoa não tem preço”, frisou.

As pessoas que  não têm o ideal ou a disponibilidade para adotar, podem procurar o Fórum para serem padrinhos dessas crianças, não só afetivamente, mas apadrinhando no pagamento de um curso de inglês, ou um futebol, para ser um "padrinho financeiro”.

Número pequeno de pessoas habilitadas

Apesar dos relatos demonstrarem que a adoção consiste em um ato de grande importância na vida dos envolvidos, em Corumbá e Ladário, ainda existe um número baixo de pessoas habilitadas. De acordo com o magistrado, o número não chega nem  a 1% da população da região.  A conscientização ganha importância neste sentido.

“Muitas vezes nós tivemos adoções de certa forma consideradas rápidas, até em seis meses de pais habilitados, porque a procura é muito baixa. Esta ação também é para conscientizar em relação a isso, é um ato saudável, quem conhecer pais adotivos vai ver que a relação é igual, o amor é muito bonito”, concluiu o juiz Maurício.

Para saber mais informações sobre adoção, os interessados devem procurar o GAAP, pelos telefones: (67) 9 9927-7107 (Luiz Felipe), e (67) 9 9924-2330 (Elso).

 

Galeria: Ação GAAP - 2017

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