Ricardo Albertoni em 23 de Março de 2017
Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Dirigir sem possuir habilitação é uma das infrações mais observadas durante as ações de trânsito
“As fiscalizações começaram desde o início do ano, e detectamos esse grande número de pessoas sem habilitação. Para se ter uma ideia, na última terça-feira, em uma ação de meia hora, foram realizados cinco flagrantes de pessoas dirigindo sem possuir o documento, sendo três automóveis e duas motocicletas”, explicou ao Diário Corumbaense.
De natureza gravíssima, a infração de dirigir sem a CNH resulta em multa de R$ 880. Se o veículo estiver com a documentação em dia é solicitado que o condutor do veículo chame uma pessoa habilitada para sua liberação. Se houver pendência relativa a licenciamento, o veículo é guinchado até o pátio do Detran de onde só poderá ser retirado após regularização. Uma das situações que também são observadas durante as abordagens é a do condutor inabilitado não ser proprietário do veículo. Nesse caso, são realizadas duas notificações: para o condutor e para o proprietário que permitiu que um indivíduo sem a CNH conduzisse o veículo.
O supervisor explica que as fiscalizações devem continuar com o objetivo de diminuir as infrações no trânsito e consequentemente reduzir o número de acidentes. “O papel da fiscalização, seja ela municipal, estadual ou federal, é fiscalizar. O fiscalizador não vai para a rua para orientar, dizer para o cidadão tirar a CNH, colocar o cinto ou não falar ao celular enquanto dirige, ele vai para notificar. Já temos ações educativas na porta de escolas, distribuição de panfletos, folders, adesivagens, realizando esse papel educativo, por isso, é importante que o agente cumpra seu dever de fiscalização", frisou Miguel Soares.
Novo sistema e crise são motivos de queda na procura pela CNH
A crise e a obrigatoriedade do simulador são as principais causas do grande número de pessoas conduzindo veículos sem possuir CNH. É o que afirma Augusto César Ribeiro, delegado regional dos Centros de Formação de Condutores de Corumbá e Ladário. Segundo ele, em uma autoescola, desde 2015, houve redução de 50% na procura para dar início ao processo de retirada de habilitação.
Augusto Ribeiro informa que uma habilitação A/B custa em torno de R$ 1.500, mais as horas obrigatórias no simulador, o valor pode chegar a R$ 1.700
“Um dos fatores é a crise, diminuiu bastante a procura. Ocorreram outros fatores também que contribuíram, a entrada do simulador que alterou automaticamente o valor, que são 5 horas obrigatórias, e que no final das contas tem um acréscimo de R$ 330,20 no valor total", disse.
Para driblar o momento difícil, as empresas estão oferecendo facilidades como o parcelamento para atrair os futuros condutores. Nessa condição, o aluno precisa dar entrada de aproximadamente R$ 500. Em muitos casos, para não perder o aluno, a empresa corre o risco de sair no prejuízo, acrescentando valor para realizar o pagamento das guias, necessárias para o início do processo.
“Somente as guias chegam a R$ 1.300. Às vezes, o candidato dá uma entrada de R$ 500, a autoescola ainda tem que complementar o valor para o pagamento das guias e receber do candidato somente após 30 dias. Antes, como o movimento era maior, um candidato pagava o outro, mas agora como o movimento caiu, corremos o risco até mesmo de ter prejuízo em uma possível desistência do candidato”, afirmou Augusto, que também é proprietário de uma autoescola.
Hoje, uma habilitação A/B custa em torno de R$ 1.500, mais as horas obrigatórias no simulador o valor pode chegar a R$ 1.700. O processo é válido por um ano. Caso não haja faltas ou reprovação em nenhuma das etapas, o candidato poderá estar em posse do documento em 3 meses e meio.
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