PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Independência da pessoa com Down é possível com ajuda de equipe multidisciplinar

Caline Galvão em 21 de Março de 2017

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Terapeuta ocupacional, psicólogo, fisioterapeuta, educadores e demais profissionais podem transformar a vida de quem tem Down

Neste 21 de março é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data foi escolhida para lembrar que as pessoas com Down nasceram com uma terceira cópia do cromossomo 21 em todas as células do organismo. É essa trissomia que faz a pessoa com Down nascer com mais dificuldades que as demais, porém, se estimulada desde os primeiros meses de vida, ela pode alcançar a sua independência, ter desenvolvimento cognitivo melhor e chegar à Universidade e ao mercado de trabalho.

Em Corumbá, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) atende atualmente a 25 pessoas com Down e cinco crianças com a síndrome na sala de estimulação precoce. Além da educação escolar, a APAE trabalha com diversos especialistas em saúde para desenvolvimento harmônico de pessoas com Down. Profissionais da fonoaudiologia, psicologia, assistência social, ortopedia, neurologia, fisioterapia, clínico geral, terapia ocupacional, além de educadores com formação especializada para trabalhar com pessoas com dificuldades cognitivas compõem o rol de especialistas que trabalham para o desenvolvimento dessas pessoas.

Maria Estela Kerr de Souza, diretora-pedagógica da instituição, explicou ao Diário Corumbaense que os estudantes assistidos pela APAE acompanham uma grade curricular e são matriculados conforme sua faixa etária. Português, matemática, história, geografia, educação física são exemplos de disciplinas oferecidas aos estudantes. Os professores são preparados para estimular a criança na aprendizagem. A educação infantil abrange até 08 alunos em sala de aula e as outras séries são salas de até 12 alunos. Raciocínio lógico e informática também são oferecidos. Os estudantes sobem de série através de avaliações, se eles tiverem condições de frequentar escola regular, são encaminhados à inclusão no ensino.

“Nós temos o projeto da estimulação precoce que começou no ano passado e Corumbá é pioneira. São matriculadas crianças que vão receber o estímulo por pedagogos, psicopedagogos, fisioterapeutas, terapeutas, fonoaudióloga, dentre outros, para prepararem essa criança para ser inserida na escola. Já houve casos que saíram de lá direto para a inclusão nas escolas da rede municipal de ensino”, afirmou Maria Estela.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Alunos com Down são estimulados nas atividades escolares

Na parte da saúde, pessoas com a síndrome podem contar com ajuda multidisciplinar da APAE. A assistência social procura auxiliar pessoas com Down que não têm como se manter e que suas famílias também não têm como mantê-las. De lá, essas pessoas são encaminhadas para o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) para que possam receber benefício de prestação continuada, conforme Leda Maria Assad Arguello de Oliveira, assistente social da instituição.

Ela explicou que a terapia ocupacional na prática, por exemplo, ajuda a criança no seu desenvolvimento psicomotor. “O bebezinho com Síndrome de Down são crianças hipotônicas, que é um bebezinho mole, sem sustentação do pescoço, demora para se sentar, para andar. Na fisioterapia, a criança vai conseguir sustentar seu corpo, já a terapia ocupacional vai ajudar na funcionalidade dos seus membros porque essas crianças não têm muita noção de espaço, não têm coordenação motora com evolução rápida. A terapia ocupacional vai ajudá-las a comerem sozinhas, a conseguirem pegar no lápis, tomar banho sozinhas, vai ajudar a fazer as atividades diárias como qualquer pessoa”, frisou Leda.

A fonoaudiologia é importante também porque pessoas com Down precisam trabalhar deglutição, mastigação e a própria fala. Já a psicologia trabalha não só com a criança, mas principalmente com a mãe. “Quando a mulher recebe a informação que seu bebê tem Down, ela passa por um período de luto porque aquele bebê que ela tanto sonhou não era para vir assim. O primeiro impacto é muito forte e o setor de psicologia entra aí e, ao longo do tempo, a mãe vai ter barreiras a serem enfrentadas, já que vivemos em uma sociedade que discrimina muito, então, o setor de psicologia vai a fortalecendo”, afirmou a assistente social.

Leda explicou que pessoas com Síndrome de Down são muitas vezes acometidas de problemas cardíacos, mas isso não é regra. Quando o problema é detectado pelo pediatra, já começa a receber acompanhamento médico fora da APAE.

APAE de Corumbá comemora Dia Internacional da Síndrome de Down

A manhã desta terça-feira (21) está repleta de atividades na APAE de Corumbá. Às 08h, acontece a abertura do evento em homenagem à data com a palavra da vice-presidente do Conselho Municipal em Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (COMPED) e diretora-pedagógica da APAE, Maria Estela Kerr. Logo em seguida, haverá apresentação cultural com projeto de pedagógico de musicoterapia com a fonoaudióloga Lisandra Soares Garcia.

Conselho Municipal de Saúde fez primeira visita do ano na APAE

Depois, o público pode conferir dança de hip hop com a professora Grazielly Grillo e palestra com a psicóloga Elizandra Mosciaro de Pinho. Às 09h, haverá desfile com alunos da APAE e, depois do coffee break, vai acontecer roda de conversa entre a psicóloga Elizandra Mosciaro e as mães. À tarde, acontecem atividades internas com os estudantes mais velhos.

Na manhã de segunda-feira (20), o Conselho Municipal de Saúde realizou a primeira visita do ano nas dependências da instituição. “A gente tem o calendário para visitarmos todas as unidades de atendimento à saúde para ver como está a estrutura, materiais, profissionais, se têm falta de alguma coisa, até como referência e o objetivo é fazer relatório e colocar propostas e sugestões. Se for necessário, o Conselho delibera e manda para a Prefeitura agilizar o que falta. A gente participa de todos esses eventos relacionados à saúde através de comissões específicas de cada área como saúde da mulher e saúde de pacientes especiais”, afirmou ao Diário Corumbaense o conselheiro Saulo Andrade Vieira Botelho. Nesta terça, o Conselho estará representado no evento da APAE.

PUBLICIDADE