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Diretores de penitenciárias investigados pelo Gaeco permanecem presos

Caline Galvão em 25 de Janeiro de 2017

Continuam presos os diretores dos presídios masculino fechado e semiaberto de Corumbá. Ricardo Wagner Lima do Nascimento e Doglas Novaes Vilas vão ficar detidos temporariamente por 30 dias, até que as investigações iniciadas há sete meses pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) sejam concluídas. Foi o que afirmou o advogado de defesa dos dois acusados, Nivaldo Paes Rodrigues. Como pesa contra eles a acusação de tráfico de drogas, crime considerado hediondo, a prisão temporária equivalente a um mês foi determinada pela Justiça.

Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

Advogado Nivaldo Paes ressaltou que ainda não se trata de processo e sim de inquérito policial

O advogado afirmou que ainda não existe processo contra os acusados, mas um inquérito policial, onde consta a denúncia. “Terminados esses trinta dias, aí vamos saber o resultado da investigação. Se tudo o que falaram dos dois for verdade, vai ter que aparecer os indícios que provam. Se o que falaram dos meus clientes não for verdade, nesses trinta dias, então, arquiva-se o inquérito e eles serão reconduzidos ao seu local de trabalho”, explicou Nivaldo Paes ao Diário Corumbaense. Se passados os trinta dias eles forem considerados culpados, será instalada ação penal por parte do Ministério Público que será, por sua vez, analisada pelo juiz. “São duas pessoas ilibadas, sem nenhuma passagem, sem nenhuma mancha, tanto na ficha administrativa quanto penal. Eu garanto que meus clientes são inocentes”, frisou o advogado.

Contra Ricardo Wagner Lima do Nascimento há também acusação de porte ilegal de arma de fogo. Em sua residência foram encontradas duas munições calibre 09 milímetros e na sala de trabalho dele, no Estabelecimento Penal de Corumbá, dentro de um cofre, foi localizada arma de fogo calibre 38. De acordo com o boletim de ocorrência nº 548/2017, Ricardo Wagner não soube informar a procedência da arma ou dizer se teria registro ou não. Conforme seu advogado de defesa, a arma não pertencia a ele. “A arma encontrada no cofre do Estabelecimento Penal é do presídio, e não dele. Ela foi encontrada no lugar onde deveria estar, no cofre. Quando a equipe de plantonistas chega ao presídio, ela confere todo o material, confere o número de presos, quantas panelas tem na cozinha, bebedouros, detectores de metais, tudo, aí lá no livro está relacionado ‘uma arma de fogo’, então é essa arma que foi encontrada, uma arma legal”, afirmou Nivaldo Paes Rodrigues.

Ele relatou também que o dinheiro encontrado na casa de Ricardo não pertencia a ele e já foi solicitada ao delegado a sua devolução. “Ricardo mora na parte alta da cidade, no bairro Nova Corumbá, a mãe dele mora próximo ao Aeroporto com a filha dela e o genro dela e o casal viajou para Campo Grande. Como a mãe dele é idosa, o Ricardo foi para a casa dela para cuidar dela à noite. Quando os policiais foram na casa dele e não o acharam, foram na casa da mãe dele e o encontraram. Esse dinheiro encontrado não pertence a Ricardo, mas à filha da mãe dele e ao genro dela. Não é algo de muita importância, são seis mil reais provenientes de décimo terceiro que estava no quarto dela, ele nem quarto tem na casa da mãe, onde foi preso”, afirmou o advogado.

Na manhã de terça-feira (24), houve audiência de custódia dos dois acusados, que, segundo o advogado, foi tranquila. “Ela não trata do mérito da questão, a audiência é uma obrigatoriedade prevista em lei para garantir a integridade física das pessoas presas e evitar abusos”, explicou o advogado. Os dois diretores devem ser transferidos nesta quarta-feira (25) para Campo Grande.

 

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