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Ministério da Defesa manda suspender desativação da 18ª Brigada em Corumbá

Da Redação em 09 de Setembro de 2016

Por determinação do Ministério da Defesa, o Estado Maior do Exército decidiu suspender, até nova ordem, a desativação da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira “Ricardo Franco”, em Corumbá, prevista para acontecer a partir de 31 de dezembro deste ano. Com o adiamento, os estudos do plano de transformação do Exército na área da fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia devem ser aprofundados para dar base a ações futuras. “O Estado Maior do Exército, após questionamento do Ministério da Defesa, fruto de intervenção da bancada política de Mato Grosso do Sul, resolveu sobrestar – suspender até nova ordem – o projeto de transformação do Exército na área do Comando Militar do Oeste (CMO). É um adiamento para deixar os estudos mais aprofundados para o futuro”, informou ao Diário Corumbaense o general de brigada João Denison Maia Correia, comandante da 18ª Brigada. "Vamos reformular todos os estudos acerca da transformação do Exército no que cabe a esse setor do Comando Militar de Área para verificar a melhor linha de ação e conduta a ser adotada”, completou.

De acordo com o general Denison, a suspensão do processo está oficializada, inclusive com a 18ª Brigada recebendo pessoal nas movimentações de efetivo militar. “A interrupção desse processo de transformação já é oficial, está sendo tratada pelo Comando do Exército, o Estado Maior do Exército, que é o nosso órgão de direção geral, e o Comando Militar do Oeste. A Brigada está começando a receber as movimentações de pessoal, de oficiais superiores para o Comando da Brigada para reconstituir sua capacidade plena de operação no que diz respeito a Comando e Controle, assim como outras unidades aqui, que estavam previstas de serem desativadas. A Companhia de Comando, também passa por um processo de ‘recompletar’ aquilo que estava saindo naturalmente por decurso de tempo. Como seriam desativados, não seriam preenchidos. Temos um quadro diferente em que o órgão movimentador do Exército está trazendo pessoal, para dar os meios para que tenha plenas condições de funcionamento”, explicou.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Comandante da 18ª Brigada, general Denison, explicou que desativação foi adiada foi determinada pelo Ministério da Defesa

A este Diário, o comandante da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira antecipou que foi mantida a transformação da 3ª Companhia de Fronteira, de Forte Coimbra, em Pelotão Especial de Fronteira. “O Exército chegou à conclusão, por estudos apresentados pelo Comando Militar de Área – o CMO –, que foi muito importante aquela área ter o valor de uma companhia, o que remete a efetivo de mais de 200 militares atualmente. O Exército também chegou à conclusão que é uma área que apresentava menor potencial de risco no  cumprimento da nossa missão. Então, podia ser transformado em pelotão, mas ficará um efetivo considerável, até por conta da comunidade civil, pequena, que existe lá. A transformação, no que diz respeito a Forte Coimbra será mantida.(...) Resolveu-se reduzir o efetivo de Forte Coimbra, porque nós temos outras unidades na fronteira, inclusive alguns Pelotões Especiais de Fronteira, que estão com deficiência de pessoal. O Exército não pode aumentar seu efetivo, então temos que manobrar dentro da estrutura existente. Chegamos à conclusão que estrategicamente conseguimos cumprir nossa missão muito bem em Forte Coimbra com um pelotão e o efetivo remanescente, estamos reduzindo de 280 para 99 homens”, explicou o general destacando que o efetivo mantido em Forte Coimbra garantirá o apoio à comunidade civil existente naquela localidade. “Tem energia elétrica, foi o Exército que conseguiu fazer a instalação dos postes, fazer a energia chegar lá, junto com a Energisa. A água potável fornecida para toda comunidade é responsabilidade do Exército”, frisou. 

O general de brigada João Denison Maia Correia destacou que a implantação do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) permitiu ao Exército remanejar efetivo para outras áreas. “O Sisfron, que é um programa de reaparelhamento dos elementos de fronteira, junto com outras agências, incrementou muito nossas organizações militares na fronteira. Nós fomos beneficiados com muitos equipamentos, como torres construídas na região de Porto Índio, na região de Barranco Branco (Porto Murtinho) para aumentar nosso potencial de vigilância na fronteira. O Sisfron veio contribuir com equipamento, a tecnologia pode nos poupar homens, então temos que pegar esses homens e colocar em outros locais que incrementem nosso poder de vigilância. Essa transformação tem exatamente esse foco, aumentar o poder de vigilância da fronteira. Por isso que estamos oferecendo para o Estado Maior do Exército essas propostas de transformação no âmbito do CMO, isso não significa reduzir o poder de combate, significa organizar melhor as forças numa distribuição ao longo da linha de fronteira”, finalizou.

Portarias determinavam que Exército desativasse unidades

Este Diário antecipou em junho deste ano, que três portarias do Comandante do Exército, publicadas no Boletim do Exército do dia 27 de maio, continham a determinação oficial para a desativação da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira “Ricardo Franco”. A portaria número 544, em seu artigo 1º, determinava “providências para a desativação da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, com sede em Corumbá (MS), subordinada ao Comando Militar do Oeste, podendo vir a ser reativada em Macapá (AP), conforme o Plano Estratégico do Exército”. O segundo documento administrativo, de número 545, “desativa a Companhia de Comando da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira” com sede em Corumbá, “a partir de 31 de dezembro de 2016”. Por fim, a portaria nº 546 traz a ordem para de “desativar a 18ª Companhia de Comunicações, com sede em Corumbá (MS), a partir de 31 de dezembro de 2016”.