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Ícones do samba vão desfilar no carnaval de Corumbá

Lívia Gaertner em 15 de Fevereiro de 2012

Ícones do carnaval carioca, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Chiquinho e Maria Helena, irão se apresentar, pela primeira vez em Mato Grosso do Sul, na folia de Corumbá, defendendo as cores da escola de samba Unidos da Vila Mamona.

Mãe e filho conduziram por 23 anos o pavilhão da escola de samba Imperatriz Leopoldinense e escreveram ao longo de inúmeros carnavais e várias notas 10 seus nomes na maior festa popular de nosso país.

Antes de dançar com o filho Chiquinho, Maria Helena fez parceria com o mestre-sala Bagdá. Apesar da grande importância dentro do carnaval, Maria Helena conserva seu jeito simples e, talvez, por isso tenha se identificado com a comunidade que faz o carnaval corumbaense.

"Não só estou gostando, como estou amando. Pra mim, tem sido uma coisa fora de série", disse a experiente porta-bandeira em entrevista ao Diário.

Daniele Cassimiro

Chiquinho e Maria Helena são detentores de dois prêmios Estandarte de Ouro cada

Chiquinho contou para a reportagem como tomaram conhecimento do carnaval feito no coração do Pantanal e porque aceitaram o convite da agremiação. "Na verdade, foi muito curioso. Um vizinho meu lá de Olaria, no Rio de Janeiro, queria trazer aqui um espetáculo de alguém, algum cantor aqui para Vila Mamona, mas ele não conseguiu o contato e alguém disse a ele que eu e minha mãe estávamos ali. Ele ainda questionou se a gente iria para uma cidade tão longe do Rio, entretanto vieram me procurar e a gente aceitou o convite", disse ao relatar que tomaram a decisão após assistir a um vídeo do desfiles das escolas de samba da cidade.

"Antes de aceitar a proposta, assisti a um vídeo do carnaval daqui e achei super interessante por isso estamos aqui", disse ao comentar que Corumbá "é uma terra maravilhosa".

Com um jeito singular de conduzir o pavilhão da escola, Maria Helena mistura gestos vigorosos no seu rodopiar com a graça de quem apresenta o símbolo maior da agremiação. As mãos que se alternam entre a cintura ou apontando para o alto fazem dela um exemplo para qualquer pessoa que se dedica a ocupar um dos postos mais importantes dentro de uma escola de samba.

"A porta-bandeira quando ela gosta, ama o que faz, não tem dinheiro que pague porque é uma coisa que vem de dentro de você. Quanto mais você faz, mas você tem vontade. Acredito que na avenida vai dar tudo certo. Minha roupa é bem pesada, mas vou fazer igual ao que faço no Rio: esqueço o chão, esqueço os buracos e vou com tudo", disse ao ser questionada sobre a particularidade do trajeto da passarela do samba corumbaense que, em boa parte, é formada pelos históricos paralelepípedos.

Tanto Chiquinho como Maria Helena são detentores de dois prêmios Estandarte de Ouro. Ele, em 88 e 94, e ela, em 85 e 87. Maria Helena confidenciou ao Diário o que a motiva a prosseguir desfilando mesmo longe da sua escola do coração, a Imperatriz Leopoldinese.

"A gente pode estar com uma mágoa muito grande no seu coração, mas quando a gente chega aqui, jogamos a mágoa e damos lugar a alegria. É o que eu faço: eu desfilo chorando, cheia de emoção, mas sempre com um sorriso no rosto", descreveu.

Maria Helena e Chiquinho serão o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos de Vila Mamona, que desfila, este ano, pelo grupo de Acesso do carnaval de Corumbá. Pela previsão da Liesco, a escola será a segunda a se apresentar no domingo, 19 de fevereiro.

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