Da Redação em 17 de Novembro de 2023
Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense
Marcelo Iunes também pode ficar inelegível por oito anos, caso seja condenado judicialmente
Segundo o procurador regional eleitoral, Pedro Gabriel Siqueira Gonçalves, as investigações do MPE comprovaram que o prefeito cometeu o crime de corrupção eleitoral 24 vezes e o crime de falsidade ideológica sete vezes, podendo, caso seja condenado pela Justiça Eleitoral, pegar até quatro anos de reclusão e pagamento de cinco a quinze dias de multa pelo Artigo 299 e até cinco anos de reclusão e pagamento de cinco a quinze dias de multa pelo Artigo 350.
Além disso, os políticos que já foram condenados em decisão transitada em julgado, ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha, ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais, tiveram cassados o registro ou diploma pelo prazo de oito anos, a contar da eleição em que cometeram os crimes.
O MPE também denunciou o servidor comissionado Marconi de Souza Júnior, que ocupa cargo comissionado na Prefeitura, e a servidora técnica de Saúde Mariluce Gonçalves Leão, que ocupa o cargo de secretária-adjunta municipal de Saúde, responsável pela Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá
Na denúncia, o procurador regional eleitoral, revela o “modus operandi” da compra de votos, que variava entre entrega de dinheiro, cestas básicas, remédios e também se dava através da realização ou antecipação de exames e procedimentos médicos, em sua maioria, realizados no laboratório Citolab, laboratório este credenciado para realização de exames laboratoriais de cidadãos corumbaenses encaminhados pelo órgão de saúde municipal.
Reprodução
Dinheiro junto a listas com nomes de pessoas encontrado no porta-luvas do carro de Marconi
De acordo com a Procuradoria Regional Eleitoral, o esquema funcionava da seguinte forma: interessados na captação ilícita de votos e em apoio político, vereadores e candidatos a vereadores, além do próprio prefeito, recebiam pedidos de dinheiro ou outras vantagens vindas de eleitores e encaminhavam as demandas para Marconi, que seria operador do esquema.
Vale ressaltar que o laboratório envolvido no esquema de compra de votos, em 2020, foi alvo da PF (Polícia Federal). Até o ano de 2017, o laboratório tinha dois proprietários, José Batista Iunes e Amanda Cristiane Balancieri Iunes, respectivamente irmão e esposa do prefeito.
Operação Mercês
No dia 04 de novembro de 2020, uma semana e meia após as eleições municipais, a Polícia Federal abordou Marconi, que conduzia um Prisma com placas GAA-035, quando ele saía do diretório de campanha eleitoral do PSDB em Corumbá. Na ocasião, os agentes encontraram uma planilha de dados, contendo número do título de eleitor, seção e zona eleitoral de dezenas de eleitores corumbaenses, R$ 7.750,00 em espécie, divididos em porções de R$ 250,00 cada, listas de pessoas contendo informações de nome, telefone e bairro.
Marconi, como é conhecido, teria tentado destruir o aparelho celular ao ser conduzido para a delegacia após abordagem. Com a quebra de sigilo telefônico dele, foram encontrados indícios da existência de uma associação criminosa composta por agentes públicos e políticos que atuavam praticando crimes eleitorais, em especial, compra de votos em Corumbá.
O prefeito Marcelo Iunes informou que ainda não foi notificado sobre a ação e que está à disposição da Justiça para provar sua inocência. (matéria editada para atualização de informação)
Com informações do jornal Correio do Estado e do site Campo Grande News.
No Diário Corumbaense, os comentários feitos são moderados. Observe as seguintes regras antes de expressar sua opinião:
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. O Diário Corumbaense se reserva o direito de, a qualquer tempo, e a seu exclusivo critério, retirar qualquer comentário que possa ser considerado contrário às regras definidas acima.