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Escolas estaduais terão câmeras 24h; governo pede ajuda das famílias

Leonardo Cabral com Campo Grande News em 12 de Abril de 2023

Marcos Maluf/Campo Grande News

Coletiva do governo estadual detalhou plano de monitoramento nas escolas, após ameaças de ataques em MS

O monitoramento eletrônico das escolas estaduais será ampliado e chegará, no total, a 298 instituições em Mato Grosso do Sul, sendo realizado 24h por dia. Além disso, a fiscalização no entorno será reforçada pela PM (Polícia Militar) e o serviço de inteligência da PC (Polícia Civil) está identificando os autores das ameaças, estudando até possível enquadramento por crime de terrorismo. Botão do pânico também será instalado nas unidades para casos de emergência.

Em coletiva de imprensa, em Campo Grande, nesta quarta-feira (12), o governador Eduardo Riedel adiantou que tudo terá resposta imediata em qualquer citação, não só do ponto de vista patrimonial como a segurança das pessoas, sem criar pânico, mantendo a tranquilidade.

“Não podemos entrar num ciclo de desespero, de pânico, comparando-nos a uma pandemia. Sim, o momento que estamos vivendo é delicado e de um comportamento que temos que compreender e mudar, por isso, os instrumentos do Estado já estamos implementando”, disse Riedel.

Sobre o videomonitoramento, o governador ressaltou a importância. "O aluno ao saber que está sendo monitorado, ele vai pensar duas vezes numa determinada medida, o monitoramento é resposta em tempo real, muito se fala e vemos que de fato é necessário e importante esse trabalho. Temos que usar a tecnologia e inteligência à disposição para combater um problema”, disse. “Há situações em que é difícil perceber, mas, famílias, estejam atentas”, disse Riedel.  

O governador também garantiu que, até o fim deste mês, o monitoramento será ampliado e chegará em 298 instituições. Mato Grosso do Sul tem, atualmente, 347 escolas na rede estadual e Riedel disse que o monitoramento não pode ser de 100% porque nem todas as instituições têm conectividade.

Cada escola que já faz parte do monitoramento tem de duas a oito câmeras, de acordo com o tamanho da unidade. No local, ainda há o controle de acesso (fechadura eletrônica) e sistema de alarme. O diretor de cada unidade tem acesso às suas imagens e pode acionar a Central pelo aplicativo.

Já o secretário de Educação do Estado, Hélio Daher enfatizou que o momento é de esclarecimento e colocar em funcionamento novas iniciativas para potencializar ainda mais a estrutura de segurança nas escolas.

“Sugerimos a ampliação de videomonitoramento das escolas, cobrindo a entrada e rua da frente das unidades de ensino. Assim, podemos observar as pessoas que ficam na frente das escolas. Observar imediações, porta de acesso de cada uma das nossas unidades para que qualquer tipo de ameaça seja mais rápido possível apurado”, falou Hélio Daher.

Ele também disse que já foi lançada cartilha, focada para profissionais da educação, sobre como proceder em casos de ameaça. Outra será lançada, esta, para as famílias dos alunos. No foco, o conteúdo consumido nas redes sociais. “É uma série de orientações para que fiquem atentos sobre a influência da Internet em nossas crianças”. 

As ações, objetivam o fortalecimento do programa “Escola Segura, Família Forte”, aplicado em MS desde 2017. 

Investigação

Desde o ataque à creche em Blumenau (SC), pais e alunos em Mato Grosso do Sul foram bombardeados com notícias de ameaças envidas às escolas. Paredes e muros pichados nas instituições e avisos nas redes sociais foram alguns dos recados dados.

A delegada-adjunta da PC, Rozeman Geise Rodrigues, explica que as equipes tem trabalho com dois focos de ação: o primeiro, de possível ataque às escolas e, o segundo, a apuração sobre as publicações em redes sociais, que causam pânico e alarde. “Os grupos de inteligência estão trabalhando desde o primeiro dia”.

Rozeman disse que, desde que a investigação começou, há vários casos de identificação dos envolvidos, a maioria, adolescentes, além aplicação de medidas cautelares, apreensão de celulares e condução dos responsáveis. 

A delegada também explicou que há trabalho reservado, orientado os policiais de como agir diante de casos de ameaça e quais medidas tomar na apuração nas redes sociais e na tomada de decisões no âmbito judicial.

“Aquele adolescente ou adulto que divulgou a ameaça pode incitar outros a praticarem o crime”, disse. Rozeman contou que as irregularidades estão sendo catalogadas para que possam chegar a ocorrências maiores. A delegada ainda explicou que o enquadramento em crime de terrorismo está sendo estudado para punir eventual responsabilidade. No Brasil, está em vigor a Lei Antiterrorismo (nº 13.260/2016 ), que trata da tipificação, julgamento e punição para crimes de natureza terrorista.

Apoio familiar

Durante o evento as autoridades destacaram a importância da família na orientação e diálogo com seus filhos. “Nenhum instrumento, nenhuma ação vai substituir a participação da família, dentro de casa. Que elas estejam atentas neste momento, conversando e dialogando. Isto sem dúvida vai minimizar eventuais problemas”, ponderou o governador.

Rozeman de Paula também destacou a importância deste contato. “Peço as famílias cuidem de seus adolescentes. Busquem saber o que estão consumindo na Internet. Procurem e observem, olhem suas mochilas. Nós temos conhecimento de crianças estão levando armamento para escolas para se proteger. Muito cuidado também para não transmitir fake news”.

A subcomandante-geral da Polícia Militar, coronel Neidy Centurião ainda recomendou que os pais observem os celulares dos filhos, sendo mais uma medida preventiva, que vai contribuir com as forças de segurança na proteção dos estudantes nas escolas.

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