G1 MS em 02 de Agosto de 2019
Juca Ygarapé
Sucuri posa para foto durante passeio pelas águas do rio Formoso, em Bonito
A foto foi feita a cerca de 4 metros de profundidade, quando Juca e o também cinegrafista e fotógrafo Cristian Dimitrius, faziam a captação de imagens para um documentário sobre a vida selvagem e as belezas naturais da região. "É um animal super dócil. Super tranquilo e muito curioso, tanto que não aproximamos a câmera dela para fazer a foto. Foi ela que chegou mais perto e até lambeu a lente da câmera, de tão mansa que era", conta o fotógrafo.
Juca diz que esse comportamento da sucuri derruba o mito de que se trata de um animal perigoso, violento, que pode por em risco a vida das pessoas. "Aqui houve uma vez em que um rapaz foi mordido, mas porque ele foi mexer com a cobra, que estava quieta no canto dela", defendeu.
Ele explicou ainda que após mais de 15 anos observando a vida selvagem em Bonito e acompanhando inúmeras equipes de reportagem, inclusive, de veículos internacionais, como a BBC, da Inglaterra, e a Discovery, já identificou que esse é o período ideal para acompanhar as sucuris. "É um momento em que acordam da hibernação, se alimentam e depois voltam a hibernar por vários meses. Então é muito comum encontrá-las nadando nos rios ou saindo a beira da água para tomar sol", explica o cinegrafista e fotógrafo que se prepara para uma expedição ao Pantanal, para registrar onças e peixes.
O tenente-coronel da Polícia Militar Ambiental (PMA), Ednilson Paulino Queiroz, que é biólogo de formação e doutor em ecologia, destacou que o comportamento da dupla de cinegrafistas foi o correto no encontro com a sucuri.
"Qualquer animal da nossa fauna só ataca se estiver acuado ou em situação de fome. Mas em um ambiente equilibrado como em Bonito, não existe essa necessidade, então ele sempre vai procurar economizar energia. Não existe nenhum animal da nossa fauna que encare o ser humano como presa e tem mais, a sucuri só vai pegar algo que consiga engolir. Eles fizeram o certo. Tem que evitar se aproximar e a deixaram seguir o curso dela", analisou.
Juca Ygarapé Sucuri de aproximadamente sete metros foi flagrada quando passeava pelas águas do rio Formoso
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