Campo Grande News em 04 de Outubro de 2018
A Justiça Federal suspendeu nesta quinta-feira (04) a cassação do ex-senador Delcídio do Amaral, decisão que, segundo a defesa, libera o candidato a disputar uma das duas vagas para o Senado pelo PTC. A liminar foi concedida pelo juiz Pedro Pereira do Santos, da 4ª Vara Federal de Campo Grande. "A Justiça Federal reconheceu, diante da sentença proferida na ação pena inocentando Delcídio, dizendo que as provas são ilegais, suspendendo os efeitos da decisão do Senado", comemorou o advogado Laércio Guilhem.
Delcídio registrou candidatura ao Senado no fim do prazo, em substituição a César Nicolatti. Houve impugnação do pedido, tanto pelo Ministério Público quanto por adversários, e a candidatura ainda não foi homologada, mas Delcídio segue fazendo campanha normalmente.
Histórico
Em julho deste ano, o ex-senador do PT foi absolvido da acusação de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestór Ceveró. O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília, entendeu que não havia provas suficientes para condená-lo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, réu na mesma ação, também foi absolvido. Delcídio teve o mandato cassado no Senado e os direitos políticos suspensos por oito anos. A decisão de suspender a cassação dada nesta quarta-feira o ex-senador é do juiz Pedro Pereira do Santos, da 4ª Vara Federal de Campo Grande.
O candidato tinha pressa sobre a decisão já que o TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoal) analisará todos os registros de candidaturas até amanhã. O julgamento envolvendo a candidatura de Delcídio está marcado para hoje no fim da tarde. "Agora estamos tranquilos com o afastamento da inelegibilidade", completou.
O caso começou em 2015, quando a Procuradoria-Geral da República usou depoimentos da delação premiada do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e do filho dele, Bernardo Cerveró, para pedir a prisão do senador Delcídio do Amaral; de André Esteves, dono do Banco BTG Pactual; do ex-advogado de Cerveró Edson Ribeiro; e do chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira.
A PGR afirma no processo que Delcídio ofereceu dinheiro para evitar a citação de seu nome nas investigações. “O senador Delcídio Amaral ofereceu a Bernardo Cerveró auxílio financeiro, no importe mínimo de R$ 50.000,00 mensais, destinado à família de Nestor Cerveró, bem como prometeu intercessão política junto ao Poder Judiciário em favor de sua liberdade, para que ele não entabulasse acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal”, disse a PGR.
Quando surgiu o escândalo, Delcídio chegou a ficar preso por 90 dias e perdeu o mandato de senador. Foi solto em fevereiro de 2016, depois de também fechar acordo de delação premiada.
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