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Marun vai à PF contra vazamento “vagabundo” sobre fraudes no Trabalho

Campo Grande News em 05 de Julho de 2018

O ministro Carlos Marun (Governo) anunciou na tarde desta quinta-feira (05) que apresentará queixa-crime à Corregedoria da Polícia Federal e à PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o que qualificou como “vazamento direcionado, seletivo, pusilânime, canalha” e “vagabundo”, relacionando-o a fatos investigados na Operação Registro Espúrio – que apura a ação de uma suposta organização criminosa especializada em fraudar registros sindicais no Ministério do Trabalho.

Reprodução

Ministro promete apresentar queixa-crime à Superintendência da PF e à PGR

Provas colhidas nas apurações – que culminaram na prisão e afastamento do ministro Helton Yomura – sugerem que Marun teria pressionado setores do Ministério do Trabalho para alterações em cartas sindicais, conforme noticiou a Folha de S. Paulo, envolvendo o Sintrael (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas de Carnes de Derivados, Indústrias da Alimentação) de São Gabriel do Oeste – a 140 km de Campo Grande–, excluindo também o município da base do Sintracoop-MS (Sindicato Estadual dos Trabalhadores Celetistas nas Cooperativas do Estado).

A suspeita levou a PF a pedir o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços de Marun e de sua chefe de Gabinete, Vivianne de Melo, porém, a PGR descartou tomar tal medida apontando não ver suspeitas de envolvimento do ministro da Secretaria de Governo nos ilícitos sob apuração.

Em coletiva no Palácio do Planalto, Marun, primeiro, leu nota na qual afirmou nunca ter posto os pés no Ministério do Trabalho ou ter tratado com servidores sobre demandas sindicais, “pessoalmente, por telefone ou qualquer outro meio”. Segundo ele, houve o “ato de rotina” de sua assessoria de encaminhar pleitos de sindicatos de Mato Grosso do Sul apresentados “em reunião pública agendada e divulgada”, que segundo ele “se transformou em motivo de achovalhamento da minha honra”.

Nefasto

Irritado, Marun disse que recebeu há 90 dias sindicalistas com demandas, pedindo a uma assessora que os encaminhasse ao Ministério do Trabalho. Ele reiterou que o vazamento foi usado “de forma nefasta no sentido de denegrir minha honra e constranger meus familiares”, e que a divulgação da informação era resultado de posições suas contra determinados setores.

“Até o Judiciário analisou e, diante do absurdo que ali se pretendia, e não deu guarida a essa sanha vingativa do que apresentaram. Uma situação absurda. Mas vou à Corregedoria da Polícia Federal apresentar o meu protesto contra isso, exigir providências e apresentar queixa-crime em relação a este vazamento direcionado, seletivo, pusilânime, canalha, vagabundo, que só tem esse objetivo: fazer com que eu passasse por este constrangimento”, disparou, exigindo punições.

Lei

Ainda na coletiva, Carlos Marun fez um apelo ao Congresso Nacional para que seja aprovada uma lei de abuso de autoridade, de forma a preservar pessoas de acusações "sem fundamento".

“Vejam o absurdo que é a ausência de uma lei de abuso de autoridade: o dano já está feito, estou sendo achovalhado em função da safadeza da imprensa nacional, minha família constrangida”, afirmou. “Quem vai ser punido quando isso resultar em nada, como sei que vai resultar? Por isso, insisto com meus colegas de Congresso, que tenham coragem de votar a lei de abuso de autoridade para que absurdos que estão acontecendo deixem de acontecer. A prática do ‘acusa, vaza, criminaliza’ tem de deixar de existir”.

Marun ainda respondeu a questionamentos sobre o destino de Helton Yomura no Ministério do Trabalho. Ele afirmou que o presidente Michel Temer já analisa o caso, mas que “não é possível, no meu modo de ver, um ministro afastado exercer as funções”.

O fato também foi conversado com o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), uma vez que o partido patrocinou a indicação do ministro. Conforme Marun, o partido deixou Temer à vontade para tomar as providências que julgar necessárias.

 

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