PUBLICIDADE

Ministro do Trabalho é afastado pelo STF em ação contra fraudes

G1/Brasília/TV Globo em 05 de Julho de 2018

José Cruz/Agência Brasil

Helton Yomura, suspenso do cargo de ministro interino do Trabalho

O ministro do Trabalho, Helton Yomura, foi suspenso do cargo em uma nova fase da Operação Registro Espúrio, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (05). A suspensão, pedida pela PF, foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na decisão, Yomura foi impedido de frequentar o Ministério do Trabalho e de manter contato com demais investigados ou servidores da pasta. Ele vai prestar um depoimento à polícia na manhã desta quinta.

Na nova fase da operação, a PF também cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP). Assim como Yomura, ele foi proibido de frequentar o ministério e de manter contato com outros investigados e servidores da pasta, exceto quando for imprescindível ao exercício do mandato de deputado.

A Operação Registro Espúrio investiga uma suposta organização criminosa integrada por políticos e servidores que teria cometido fraudes na concessão de registros de sindicatos pelo Ministério do Trabalho.

A TV Globo tentou contato com Helton Yomura, mas até a última atualização desta reportagem não havia conseguido falar com o ministro.

Marquezelli, que estava em seu gabinete quando os policiais federais chegaram, deu entrevista para a imprensa sobre a operação. Ele disse que não tem "nada a temer". "Vamos esperar a investigação. A gente sabe perfeitamente que esse é um trabalho que deve ser feito e esclarecido para a população. Nada a temer", afirmou.

O parlamentar também disse que foi informado por uma policial de que todos os deputados do PTB serão investigados. "O PTB hoje administra o Ministéiro do Trabalho. Houve denúncias, várias denúncias e a policial me informa que todos os deputados do PTB serão investigados, seus gabinetes, para ver se tem alguma ligação com concessões de registros de sindicatos", afirmou Marquezelli.

Resumo da operação

  • O STF determinou o afastamento de Yomura e buscas no gabinete de Marquezelli, e os impediu de frequentar o Ministério do Trabalho. A Corte também determinou a prisão do chefe de gabinete de Yomura, Júlio de Souza Bernardes, do superintendente regional do trabalho no RJ, Adriano José de Lima Bernardo, e de Jonas Antunes Lima, assessor do deputado Marquezelli.
  •  
  • A PF diz que Yomura é "testa de ferro" do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB. As medidas fazem parte da 3ª fase da Operação Resgistro Espúrio, que investiga fraudes na concessão de registros de sindicatos pelo Ministério do Trabalho.

Ao todo, a PF foi às ruas para cumprir 10 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária em Brasília e Rio de Janeiro. Um dos mandados de prisão é para um assessor parlamentar de Marquezelli. As medidas fazem parte da 3ª fase da Operação Resgistro Espúrio, que investiga fraudes na concessão de registros de sindicatos pelo Ministério do Trabalho.

Segundo a polícia, as investigações e o material coletado nas primeiras fases da Operação Registro Espúrio indicam a participação de novos atores e apontam que cargos da estrutura do Ministério do Trabalho foram preenchidos com pessoas comprometidas com os interesses do grupo criminoso, permitindo a manutenção das ações ilícitas.

As investigações e o material coletado nas primeiras fases da Operação Registro Espúrio indicam a participação de novos atores e apontam que cargos da estrutura do Ministério do Trabalho foram preenchidos com pessoas comprometidas com os interesses do grupo criminoso, permitindo a manutenção das ações ilícitas.

Testa de ferro

De acordo com a PF, Helton Yomura foi lançado no cargo de ministro do Trabalho para dar continuidade às irregularidades investigadas na operação. A Polícia apontou que ele é um "testa de ferro" de caciques do PTB, partido que indicou os ministros do Trabalho no governo Michel Temer.

A polícia afirmou que o papel de Yomura era "viabilizar a ingerência" da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) na pasta, e "dar continuidade aos desmandos" do presidente do PTB, Roberto Jefferson, no ministério. Jefferson é pai de Cristiane. Ela chegou a ser escolhida por Temer para assumir o Ministério do Trabalho em janeiro deste ano, mas foi impedida por decisões judiciais.

PUBLICIDADE