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Daniela Mercury sacode Corumbá e faz saudação a Manoel de Barros

Silvio Andrade, assessoria de comunicação do Governo de MS em 27 de Maio de 2018

Silvio Andrade

Daniela Mercury participou pela segunda vez do Festival América do Sul e se diz encantada com Corumbá e Pantanal

O show terminou quase às duas horas da manhã deste domingo (27), mas a saudade já aperta os corações de quem cantou, dançou e se emocionou com Daniela Mercury, a rainha do axé music, no palco principal do Festival América do Sul Pantanal (Fasp). A baiana estava arretada, chamou os orixás, beijou a mulher Malu no palco e enveredou-se por outros ritmos, cantando de Renato Russo e Titãs a Raul Seixas, Roberto Carlos e Belchior.

Foi um dos melhores shows em 14 edições do Fasp, eletrizante, rememorando grandes sucessos da cantora, como Swing da Cor e Canto da Cidade ao hit Banzeiro (da paraense Dona Onete), eleito a melhor música do carnaval baiano de 2018. A multidão na Praça Generoso Ponce cantou em uníssono: “Te mete!/Te joga!/E vem, vem, vem, vem, vem, vem, vem com a gente/Tomar banho de chuva/Tomar banho de cheiro/Depois se jogar no banzeiro”.

Daniela subiu ao palco do Fasp às 23h25 de sábado, se reapresentando em Corumbá depois de dez anos, e mostrou um vigor impressionante ao dançar e pular por mais de uma hora e meia em seus 53 anos de idade. Ela elogiou a realização do festival ao afirmar que o evento internacional promovido pelo Governo de Mato Grosso do Sul está quebrando todas as fronteiras. Ela dividiu o público e disse: “agora vamos nos misturar, não existem diferenças”

E completou, lembrando da homenagem do festival ao maestro paraguaio José Assunción, criador da guarânia: “A gente é quem inventou todas as fronteiras, devemos nos abraçar, nos olhar e nos admirar, seja branco, negro, índio, mulato, imigrante. Nosso sonho é unir todas as pessoas do mundo, cantar juntos e se confraternizar com os povos próximos que, às vezes, desconhecemos. Salve a América do Sul, a América dos imigrantes, América terra do mundo”.

Manoel de Barros

Daniela também citou o poeta maior Manoel de Barros ao provocar o público: “tem vagabundo aí? Os vagabundos são livres!” A cantora disse que ama o poeta pantaneiro – “Ele é maravilhoso” – e citou trechos de seus poemas, onde Manoel de Barros falou do “desinventar as coisas” e “de comprar o ócio para me tornar um vagabundo profissional”. E na sequencia puxou o reggae “Nobre Vagabundo” (“…respirando o amor, aspirando liberdade…”).

Acompanhada por dois casais de bailarinos e uma super banda, a cantora sacudiu Corumbá com o melhor dos ritmos baianos, com passagem por samba arrastado (“Samba Presidente”) e desafiando o corumbaense, sabendo da fama da gente local no samba no pé. “Voces vão me convidar para o carnaval de Corumbá? Quero ver o suingue da negrada e Corumbá, cadê os povos originais, os donos dessa terra?”, disse, descendo do palco para se juntar à multidão.

Silvio Andrade

Daniela Mercury transformou o palco em um terreiro e se identificou com a cidade, cuja população é 60% afrodescendente

Despedida sem bis

Também dividiu o palco com o filho mais velho, Gabriel, que fez duo na música “Minas com Bahia” (“Amanhã é domingo, menina/Ninguém vai te acordar/Deixa chover na esquina/Deixa a vida rolar”) e emendou um popurri com clássicos da MPB. Ao final do show, voltou a interpretar Banzeiro – nome do seu atual show -, para corrigir uma falha no início, quando não conseguiu fazer a coreografia de abertura. Ela arrasou e a multidão foi ao delírio.

“Estamos juntos, eu, vocês e os caminhoneiros”, despediu-se no melhor estilo se referindo à crise brasileira do combustível. “Voces têm gasolina para voltar para casa? Não, então ficam comigo e vamos voltar cantando e dançando”, completou, saindo do palco enquanto o público pedia um bis que não veio. Não havia, na realidade, nada mais a acrescentar em um espetáculo preconizado por quem tem uma carreira brilhante de 30 anos, 19 CDs e sete DVDs.

 

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