Carreata pelas ruas de Corumbá reforça apoio ao protesto de caminhoneiros

A mobilização dos caminhoneiros ganhou as ruas de Corumbá neste sábado (26), com uma carreata e buzinaço não só dos profissionais autônomos, mas de pessoas de diversos setores, num gesto de apoio ao protesto que entrou no sexto dia em todo o País. Com bandeiras do Brasil, cartazes, pinturas e até pedidos de intervenção militar, caminhões, carretas, carros de passeio e motocicletas saíram do posto fiscal Lampião Aceso, na BR-262, distante 20 quilômetros da área urbana, percorreram a rua Albuquerque, seguiram pela Porto Carrero, Edu Rocha, com retorno pelo anel viário ao Lampião Aceso, onde os caminhoneiros mantêm ponto de protesto. 

"Aqui não tem sindicato, liderança, aqui estão pessoas que querem um Brasil melhor, de justiça social, que reconheça os trabalhadores que verdadeiramente impulsionam o desenvolvimento do País. Sabemos dos transtornos que a greve está causando, mas não há conquista sem sacrifício", disse um dos manifestantes. 

O caminhoneiro Rogério Antônio Bassetto reforçou ao Diário Corumbaense que a mobilização no Lampião Aceso também não tem liderança. "Aqui estão pelo menos 100 caminhões parados e outros 150 a 200 estão em estacionamentos em Corumbá porque não há mais espaço na rodovia", destacou. 

Sobre a liminar concedida pela juíza federal, Janete Lima Miguel, que proíbe a greve dos caminhoneiros de impedir a passagem de qualquer tipo de veículo nas rodovias de Mato Grosso do Sul, Rogério disse que a determinação está sendo cumprida. "A rodovia está liberada, não há nada impedindo a passagem. Não tem combustível e nem cargas de produtos porque os caminhões não estão saindo das bases para cá", enfatizou ao lembrar que no trecho entre Corumbá e Campo Grande são três pontos de bloqueio. "Temos contato com os outros caminhoneiros e a paralisação continua, quem aceitou o acordo com o governo não nos representa", reforçou. Ele também contou que o movimento tem tido o apoio de muita gente, que, inclusive, vem doando água e alimentação aos caminhoneiros. 

No País, mesmo após o anúncio do uso das forças federais, várias estradas continuam obstruídas, ainda que parcialmente, pelos grevistas. Em Mato Grosso do Sul, a paralisação contra o aumento no preço dos combustíveis, bloqueia 74 trechos de rodovias, são 38 pontos interditados em rodovias federais e 36 nas estaduais.