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Comandante da PM admite dificuldade para substituir praças presos em operação

Campo Grande News em 17 de Maio de 2018

Paulo Francis/Campo Grande News

Comandante geral da PM em MS, o coronel Waldir Ribeiro Acost

A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul teve 21 baixas nesta quarta-feira (16) por consequência da Operação Oiketikus, que mira policiais militares envolvidos com a “Máfia do Cigarro”, e o comandante da corporação, coronel Waldir Ribeiro Acosta, admite que terá dificuldades para substituir os 18 praças – categoria que na hierarquia está entre soldados e oficiais.

Os três oficiais presos tinham função de comando e já foram substituídos. “O subcomandante assume, isso é normal, já está substituído”, afirmou o comandante. Já sobre a possibilidade de substituir os sargentos e subtenentes, Acosta afirma que terá problemas. “Até mesmo porque a gente já não tem o número ideal, não é?”, acrescentou sobre o deficit no efetivo, que hoje é estimado em cerca de 3 mil homens. A corporação tem atualmente cerca de 6 mil no quadro.

"Triste"

O coronel também comentou que o envolvimento de policiais com crimes afeta negativamente a corporação. “Prejudica uma corporação de está fazendo o trabalho. Na realidade, como dizem, é cortar a própria carne. A gente está fazendo isso, ninguém quer fazer isso, mas como chegou, a gente está fazendo. Utilizamos 125 policiais militares para fazer esse trabalho. É PM prendendo PM. Triste não é? Ninguém quer. Mas devemos fazer”, comentou.

O comandante afirma ainda que a Corregedoria da PM tem investigações em aberto contra os 21 PMs alvos do Gaeco nesta quarta-feira, mas que a Justiça é quem vai puni-los, caso sejam comprovadas as acusações.

Troca de comando

De acordo com a assessoria de imprensa da PM, o tenente-coronel Luciano Espíndola da Silva, comandante da 1ª Companhia de Bonito, já foi substituído. Foi publicada no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira a designação do tenente-coronel Ademir Oliveira.

Já Admilson Cristaldo Barbosa, comandante do 11º Batalhão da PMMS em Jardim, será substituído interinamente pelo subcomandante. O major Oscar Leite Ribeiro ocupava função de subcomandante do 4º BPM de Ponta Porã, que portanto não ficou sem comando.

Operação

A Oiketikus foi deflagrada em 16 cidades de Mato Grosso do Sul, a maioria delas localizada na rota do contrabando de cigarros. Oiketikus é um inseto conhecido popularmente como “bicho cigarreiro”. 20 PMs foram presos, três oficiais e 17 praças. O 18º praça se apresentou à noite. Todos eles já estão no Presídio Militar de Campo Grande.

A força-tarefa do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), a “tropa de elite” do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), também cumpriu 45 mandados de busca e apreensão.

Os mandados tiveram como alvo as residências e locais de trabalho de todos os investigados, distribuídos nos municípios de Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracajú, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã, Corumbá (onde dois policiais, que não são da corporação do município, mas participam de curso de formação de cabos realizado no 6º BPM, foram detidos em sala de aula) e no Distrito de Boqueirão, em Jardim. 

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