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Corumbá adere parcialmente à greve na rede estadual de ensino

Lívia Gaertner em 10 de Abril de 2018

A greve dos funcionários administrativos da Rede Estadual de Ensino afeta escolas também em Corumbá, onde o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) estima que 50% do quadro desses profissionais aderiram ao movimento.

Parte desse grupo seguiu para a Campo Grande onde participa na manhã desta terça-feira, 10 de abril, de um ato em frente à Secretaria Estadual de Educação que ainda prevê, na sequência, mobilização em frente à sede da Governadoria.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Escolas em Corumbá estão com aulas mesmo com administrativos em greve

Segundo Raquel do Prado, presidente do Simted, entidade que reúne profissionais que atuam em todas as esferas do setor educacional em Corumbá, a greve deflagrada hoje tem previsão de seguir até o dia 30 de abril, caso o Governo não atenda às demandas da classe, cuja principal é a incorporação do abono salarial de R$ 200.

“Já há muito tempo a gente vem nessa luta. Hoje, o vencimento base da categoria é de R$ 805, menos que o salário mínimo, e isso é trabalho escravo”, disse enfática a líder sindical.

A proposta de correção enviada pelo governo e aprovada na Assembleia Legislativa na semana passada prevê a incorporação em maio de 2019, segundo o site Campo Grande News que registrou o movimento grevista em várias unidades escolares da Capital.

A greve,  que se deflagrou nesta terça-feira, 10 de abril, foi definida durante assembleia na sede da Fetems no último dia 06, sexta-feira, em todo o Estado.

Os administrativos também se posicionaram contra a proposta de reajuste salarial de 3,04% oferecido pelo Governo de Mato Grosso do Sul. A média salarial da categoria seria de R$ 1,3 mil, embora o salário base para algumas das carreiras ainda seja abaixo do mínimo (R$ 954).

Conforme dados da Fetems, hoje, são cerca de 8 mil administrativos atuando em 389 escolas estaduais.

Na tarde de ontem, 09 de abril, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) declarou que vai à Justiça contra a greve, considerando que para ele, os servidores administrativos da educação estão “politizando” a discussão envolvendo reajuste salarial deste ano.

O chefe do Executivo estadual afirma que a medida vai ser necessária para que alunos não sejam prejudicados.“Não tem porque parar as escolas, é inconcebível. Essa categoria recebeu um dos maiores reajustes quando demos o abono, que chegou a 17% dos vencimentos”, afirmou o governador.

Além da incorporação do abono a partir de 2019, o governo previu o reajuste de 3,04% e a concessão de auxílio-alimentação de R$ 100 – que representariam ganho de aproximadamente 10%. A proposta foi apesentada pela Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização à Fetems e ao Sinfae-MS, segundo a administração estadual.

Parecer da PGE (Procuradoria-Geral do Estado) informou que não haveria a possibilidade legal de garantir a incorporação do abono neste ano. Ao mesmo tempo, o governo sustenta ter atendido a todas as reivindicações da categoria (incluindo o concurso) e que nenhum servidor recebe menos que o salário mínimo (R$ 954), embora a tabela da categoria indique esse valor como inicial da carreira.