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Em ato organizado por acadêmicos, "Marielle Vive" abordou a violência que afeta a sociedade

Ricardo Albertoni em 22 de Março de 2018

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

No final do ato, que durou cerca de uma hora meia, os participantes acenderam velas em homenagem à Marielle

Acadêmicos do Campus Pantanal realizaram no final da tarde de quarta-feira, 21 de março, na frente da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, o ato “Marielle Vive” como forma de protesto contra a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) ocorrida no dia 14 de março, no Rio de Janeiro, com evidências de execução.

A iniciativa partiu de acadêmicos do curso de História e Psicologia da UFMS e contou com a participação de professores, representantes de classes e da sociedade civil organizada. Ao Diário Corumbaense, uma das organizadoras do ato, a acadêmica Victória Catarina Lara da Silva, de 23 anos, explicou que manifestação, além de homenagear Marielle, visou trazer à tona a discussão sobre qual é o papel de cada um na luta contra a violência.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Iniciativa partiu de acadêmicos do curso de História e Psicologia da UFMS e reuniu professores e representantes da sociedade

“Nossa ideia surgiu porque nós vimos como foi violenta a execução dela. Não foi uma morte simples. Vimos como a luta dela era contra a violência, a truculência, as formas agressivas da Polícia Militar do Rio de Janeiro e a gente devia fazer alguma coisa porque a luta dela não pode ser em vão. Então, a nossa manifestação é para homenageá-la e também para refletir sobre isso. Qual é o nosso papel, a nossa função como juventude, já que a gente é que vai representar a Marielle em tudo que ela defendia”, explicou Victória.

Os manifestantes, na maior parte vestidos de preto, afixaram cartazes nas grades de proteção da faixa elevada de pedestres da avenida Rio Branco. Durante o ato, os presentes deram as mãos, cantaram,  falaram sobre a presença da violência na sociedade e destacaram a luta e o legado deixado pela vereadora.

Convidados pelos organizadores, alguns educadores participaram do ato. A professora do curso de psicologia, Cláudia Mondini, destacou a dificuldade que as pessoas têm de aprofundar o debate.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Durante o ato, participantes deram as mãos, cantaram e destacaram a luta e o legado deixado por Mariele

“Com a morte da Marielle, nós acabamos percebendo o que já se evidencia, que é essa polarização e uma animosidade que vem de pessoas que são contra as causas que a gente entende que são de esquerda, mas que não deveriam ser de todas as pessoas. São muitos discursos de ódio comparando, menosprezando, diminuindo a morte dela como se nós não estivéssemos compadecidos com outras mortes. Nós não queremos nenhuma morte, nós lutamos e questionamos todas as mortes violentas, todas as mortes por conta de violência seja lá qual for. Só que a Marielle foi calada por lutar, então, quando ela foi assassinada, quem votou nela também foi calado, ela dava voz a essas pessoas. Nós estamos aqui não por causa de uma pessoa específica, mas sim, porque era uma pessoa que estava em luta, uma guerreira, e nesse movimento ela levava junto muitas pessoas: mulheres que não tinham voz, pessoas pobres da periferia, porque  embora as pessoas não queiram aceitar, existem provas  de que ela estava na comissão que trabalhava, que investigava e dava apoio às famílias vítimas da violência. É complicado de entender essa resistência. Eu vejo como uma dificuldade para aprofundar o debate”, opinou a professora.

No final do ato que durou cerca de os participantes acenderam velas em homenagem à Marielle. Flores também foram deixadas nas grades próximo aos cartazes com a imagem da vereadora.