Agência Brasil em 15 de Março de 2018
A vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco, do PSOL, foi morta a tiros no bairro do Estácio, região central da capital carioca, na noite desta quarta-feira (14). Ela estava dentro de um carro acompanhada de um motorista, que também foi morto, e de uma assessora, quando teria sido abordada por outro veículo.
Uma ambulância do quartel central do Corpo de Bombeiros foi acionada para o local e constatou a morte da parlamentar e do motorista. A vereadora estava indo para casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, voltando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa.
Ascom/Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro
Vereadora Marielle Franco foi a quinta mais votada das últimas eleições e tinha base na favela da Maré
Segundo informações preliminares da Polícia Militar do RJ, que atendeu a ocorrência, a parlamentar e o motorista, que não teve a identidade informada, foram baleados e morreram no local. A assessora Fernanda Chaves sobreviveu ao ataque e não teria sofrido nenhum tiro, segundo o Corpo de Bombeiros.
Marielle voltava de um evento chamado “Jovens negras movendo as estruturas”, na Lapa, quando, de acordo com testemunhas, teve o carro emparelhado por outro veículo, de onde partiram os tiros.
Em nota, a Executiva Nacional do PSOL manifestou pesar pelo assassinato da vereadora e destacou sua atuação política. “A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta”, diz um trecho. O partido também exigiu apuração “imediata e rigorosa” sobre as circunstâncias do crime.
Há duas semanas, Marielle havia assumido relatoria da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Ela vinha se posicionando publicamente contra a medida.
A parlamentar também chegou a denunciar, em suas redes sociais, no fim de semana, uma ação de policiais militares na favela do Acari. “O 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. (…) Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu.
A PMERJ confirmou a operação e argumentou que criminosos atiraram contra os policiais e houve confronto. Durante vasculhamento na comunidade, dois homens foram presos e houve apreensão de um fuzil calibre 7,62 mm e oito rádios comunicadores, segundo nota da corporação.
Trajetória
Eleita com 46,5 mil votos, a quinta maior votação para vereadora nas eleições de 2016, Marielle Franco estava no primeiro mandato como parlamentar. Oriunda da favela da Maré, zona norte do Rio, Marielle tinha 38 anos, era socióloga, com mestrado em Administração Pública e militava no tema de direitos humanos.
16/04/2018 Atuação de milícias é hipótese principal no caso Marielle, diz Jungmann
14/04/2018 Após um mês, investigação da morte de Marielle é marcada por incógnitas
29/03/2018 Justiça do Rio determina que Facebook exclua publicações que caluniam Marielle
23/03/2018 Justiça manda YouTube retirar 16 vídeos que difamam memória de Marielle
23/03/2018 Irmã e viúva de Marielle vão à Justiça para retirar vídeos caluniosos do Youtube
22/03/2018 Em ato organizado por acadêmicos, "Marielle Vive" abordou a violência que afeta a sociedade
21/03/2018 Polícia investiga locais onde vereadora e motorista foram perseguidos e mortos
16/03/2018 PF abre inquérito para apurar origem de munição que matou vereadora do Rio
16/03/2018 Conselho de Direitos Humanos acompanhará investigações sobre morte de vereadora do Rio
15/03/2018 Corpo de Marielle deixa Câmara do Rio sob aplausos e pedidos por justiça
15/03/2018 “Foi um ato covarde”, diz irmã de vereadora assassinada no Rio
15/03/2018 ONU pede breve elucidação do assassinato da vereadora Marielle Franco
15/03/2018 Morte de vereadora do Rio tem repercussão mundial
No Diário Corumbaense, os comentários feitos são moderados. Observe as seguintes regras antes de expressar sua opinião:
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. O Diário Corumbaense se reserva o direito de, a qualquer tempo, e a seu exclusivo critério, retirar qualquer comentário que possa ser considerado contrário às regras definidas acima.