Campo Grande News em 29 de Julho de 2017
Parte dos atuais 150 detentos do local decidiu não efetuar todas as refeições que são oferecidas no local desde o fim de junho, quando o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) prorrogou a suspensão das visitas íntimas nos quatro presídios federais. A medida, prorrogada de novo no início desta semana, foi tomada em maio após o Depen contabilizar três mortes de agentes penitenciários desde setembro do ano passado.
Os indícios apontam que as mortes e outras ameaças sofridas por agentes possam ter sido planejadas durante as visitas íntimas, quando não há fiscalização ou controle dos detentos por parte dos agentes. No Sistema Federal estão presos que desempenham função de liderança ou participação em organizações criminosas. A penitenciária federal sul-mato-grossense tem capacidade para 208 presos em celas individuais.
“Visita íntima não é um direito”, disse um representante do Sinafep (Sindicato dos Agentes Federais de Execução Penal em Mato Grosso do Sul). Segundo ele, que prefere não se identificar, há anos que as marmitas são doadas quando os detentos da unidade sul-mato-grossense resolver utilizar a fome como forma de protesto.
“O pessoal quando vê nossa viatura já se aglomera em volta”, apontou o agente. “Eu acho justo que já que eles não vão comer, que isso seja repassado para quem precisa e está necessitado.” Garantindo que o clima está pacífico apesar do protesto dos presos, o agente ressalta que psicólogas e assistentes sociais estão conversando com eles para tentar convencê-los a voltar a comer.
A greve de fome também pode acabar no decorre da próxima semana quando será julgado recurso de um advogado de nome não revelado, junto do Ministério Público Federal, pedindo a volta do benefício.
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