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Levantamento aponta viabilidade econômica e ambiental da hidrovia do rio Paraguai

Da Redação em 19 de Maio de 2017

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Levantamento projetou as potencialidades futuras da hidrovia

O “Road Show EVTEA da Hidrovia do Rio Paraguai”, um circuito de palestras técnicas, realizado nesta sexta-feira (19) em Corumbá, apresentou os resultados obtidos no Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) no trecho brasileiro da hidrovia. O estudo faz parte de uma cooperação entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), e o Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (Itti) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que realizou pesquisas na área fluvial da cidade de Cáceres (MT), até o rio Apa, em Mato Grosso do Sul, em uma extensão total de 1.272 km.

Segundo o engenheiro, professor titular de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenador da pesquisa, Eduardo Ratton, o estudo também teve cooperação da Marinha, que disponibilizou navios para os pesquisadores conhecerem o rio Paraguai e coletarem dados como profundidade. O levantamento projetou as potencialidades futuras da hidrovia no que se refere às ações para a melhoria da infraestrutura, aumento da segurança na navegação, transporte de novas cargas, implantação e reestruturação de terminais portuários

Coordenador da pesquisa, Eduardo Ratton, explicou o trabalho desenvolvido durante dois anos

“Nós começamos este estudo em 2014. Acreditamos ser fundamental este trabalho para que o rio Paraguai seja mais bem aproveitado, por exemplo, para o transporte de cargas da agricultura, que ajudará na redução de acidentes, congestionamento e roubo de cargas em rodovias”, explicou. Ainda de acordo com o engenheiro, mesmo com a estiagem, a hidrovia do rio Paraguai tem grande viabilidade de operação. “Foi feito um levantamento para saber quais pontos, durante a estiagem, não podem ser utilizados, por causa da profundidade. Além disso, o estudo avaliou que o impacto ambiental é mínimo”, destacou.

O estudo chegou a conclusões positivas, conforme o pesquisador. Os três aspectos analisados, (técnico, econômico e ambiental) foram investigados por especialistas multidisciplinares. Do ponto de vista técnico, o trabalho de engenharia delimitou os 1.270 quilômetros do trecho brasileiro. Foi feito mapeamento do fundo do rio para verificar qual seria a melhor posição do canal de navegação e onde poderia ser feito o menor volume de dragagem.

“A parte de dragagem, para deixar esse trecho todo adequado para navegação, é algo em torno de 10 milhões de reais, que é o que vale a construção de dois quilômetros de rodovia”, disse Eduardo, apontando para a viabilidade da hidrovia. “O País cresce, a produção cresce e nós temos que escoar essa produção com o menor custo possível. Então, do ponto de vista econômico é altamente viável”, reforçou o pesquisador.

Para a representante das operações da Vale no Centro-Oeste, Clara Chocholous, os resultados dos estudos são de extrema importância, já que a empresa utiliza o Rio Paraguai para transporte de minérios até a Argentina. “Essa palestra é benéfica porque elas trazem informações, a viabilização de oportunidades para o crescimento da nossa competividade na indústria da mineração”, disse. Além disso, Clara ressaltou que pesquisas como essa ajudam a fortalecer e desenvolver a indústria do minério em Mato Grosso do Sul em relação aos outros estados.

O senador Pedro Chaves, do Partido Social Cristão (PSC), também participou da abertura do encontro e disse que os estudos contribuem para uma melhor utilização do Rio Paraguai, principalmente para a área econômica. “Vai trazer muitos benefícios para vários municípios, principalmente para Corumbá. O rio é navegável de ponta a ponta e isso ajuda no transporte de cargas, como o minério, com um custo menor”, comentou.

O prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha de Oliveira, acrescentou que a navegabilidade do Rio Paraguai ajuda no  desenvolvimento econômico de Corumbá. “Hoje, a questão do transporte de cargas é importante. Se conseguirmos transportar produtos de uma forma rentável, respeitando o meio ambiente, podemos criar renda, e principalmente emprego para a região, e ainda ajudar o turismo”, ressaltou.

"É fundamental que os setores ambientais e econômicos cheguem a um bom termo para que possamos ter essa exploração respeitando o meio ambiente, mas que o respeito não crie um óbice maior ao desenvolvimento. Que a gente tenha essa noção e essa percepção que hoje o avanço tecnológico e a modernização dos parques industriais permitem conciliar desenvolvimento e crescimento econômico respeitando o meio ambiente”, concluiu.

A hidrovia tem ao todo 3.442 km e contempla cinco países: Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai, sendo um dos mais importantes eixos de integração política econômica, social e econômica da América do Sul.

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