Agência Brasil em 17 de Julho de 2016
Uma delegação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) embarca para a França, na segunda-feira (18), para tratar trocar informações com autoridades do país sobre terrorismo. Integrada por representantes da Diretoria de Contraterrorismo da Abin, a delegação brasileira atende a convite feito pelo governo francês, logo após o ataque à cidade de Nice que deixou dezenas de mortos e feridos.
A informação foi confirmada neste sábado (16) pelo coordenador-geral da área de inteligência da Abin para os Jogos Olímpicos, Saulo Moura. Ele participou de uma simulação de ataque em uma estação de trem, a de Deodoro, na zona norte do Rio de Janeiro. O exercício envolveu cerca de mil pessoas, das Forças Armadas e das áreas de segurança pública e da inteligência.
Segundo Moura, depois da conversa com o setor de inteligência francês, não estão descartadas mudanças no planejamento de combate ao terror previsto para a Olimpíada do Rio. Esta semana, circulou a rumores da existência de um plano para atacar a delegação francesa.
“A partir dessa conversa, vamos voltar aqui e reavaliar nossas posições”, afirmou o coordenador. "Por enquanto, estamos no campo da suposição de uma fala”, disse Moura.
Ontem (15), o ministro da Defesa, Raul Jungmann falou sobre o envio de autoridades à França para obter informações sobre o atentado de Nice, sem dar detalhes. Ele também anunciou para a próxima semana a abertura do Centro Integrado de Contraterrorismo, que reunirá setores de inteligência de 106 países, durante as competições.
Após a simulação no trem, o diretor de Operação da Secretaria Extraordinária de Segurança para os Grande Eventos, do Ministério da Justiça, Cristiano Barbosa Sampaio, disse que, nos últimos dias, o Brasil elevou o nível de alerta de terrorismo para amarelo e pode tomar medidas extras.
“O que vamos fazer agora é trabalhar com mais atenção, para aumentar revistas, aumentar controle de acesso, o plano está feito, está pronto, estamos adequando para a realidade.”
O general do Exército Mauro Sinott, responsável pela área de combate ao terrorismo na Olimpíada e pelo exercício militar no metrô, explicou que o planejamento para as competições, que contará com 47 mil militares, é flexível e pode ser adaptado com facilidade.
A estação onde ocorreu a simulação fica nas imediações do Complexo Esportivo Deodoro, onde serão disputadas 11 modalidades olímpicas, como ciclismo, canoagem, basquete e hóquei. No bairro, também há uma vila militar, com residências e outras instalações.
O general Sinott disse que o exercício militar ocorreu dentro do esperado e, para apresentar um balanço com eventuais falhas, precisa de mais tempo para avaliar a operação. O exercício durou cerca de uma hora e meia e foi acompanhado por dezenas de jornalistas de todo o mundo.
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