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Ordem para ataques em Campo Grande saiu de dentro do presídio

Campo Grande News em 14 de Abril de 2016

Marcos Ermínio/Campo Grande News

O segundo ônibus foi incendiado pertence a uma igreja e hoje (14) de manhã ainda estava no local

A ordem para os ataques aos ônibus em Campo Grande, além de princípios de motim em outros seis municípios do interior de Mato Grosso do Sul, partiu de dentro do Presídio de Segurança Máxima, na Capital. A confirmação é do subcomandante do Comando Geral da Polícia Militar do Estado, Francisco Assis Ovelar e do comandante do Batalhão de Choque, tenente coronel Marcos Paulo, que concederam uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (14), na sede do Comando Geral, no Parque dos Poderes.

O preso que deu a ordem para os ataques também foi identificado, mas a PM não informou se ele é realmente integrante do PCC (Primeiro Comandado da Capital), facção criminosa que tem membros nos presídios do Estado. Esta é a primeira vez, de acordo com a PM, que ataques como este acontecem em Mato Grosso do Sul. A polícia também confirmou que tanto na Capital como no interior as ações foram realizadas em represália a “Operação Pente-Fino”, que aconteceu na quarta (13) na penitenciária.

Novos ataques podem acontecer, por isso a PM afirmou que equipes continuam na rua para obter mais informações sobre o ataque e evitar que outras ações aconteçam. "Toda a polícia está em alerta. O serviço de inteligência está na rua para levantar dados e evitar novos ataques", afirmou Ovelar.

No interior os motins aconteceram nos presídios de Três Lagoas, Ponta Porã, Dourados, Corumbá e Dois Irmão do Buriti.

Em nota, a Agepen informou que não houve motim, mas uma "manifestação" por parte "de alguns internos do Estabelecimento Penal Masculino de Corumbá". Segundo a Adminstração do Sistema Penintenciário, os internos que se manifestaram eram contrários "a uma operação pente-fino realizada na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande. Os presos se recusaram a ser recolhidos no final do banho de sol, mas após a direção da unidade conversar com eles a situação foi rapidamente resolvida e a unidade está tranquila no momento".

Prisões e ataque

Até agora três homens foram presos e três adolescentes apreendidos - sendo uma mulher -, na região do bairro São Conrado, suspeitos de ligação com os ataques aos ônibus, na madrugada de hoje (14). As ações aconteceram em bairros da região Sul, em Campo Grande. A PM informou que procura agora pelo sétimo envolvido no crime, que também foi identificado, mas ainda não está preso.

Jean Barros Pierre, 39 anos, o filho dele, Adrian Pierre, 18 anos, e Jéferson Ricardo Oliveira, 20 anos, foram encaminhados à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga. Eles foram encontrados após entrevistas com os passageiros e o motorista do ônibus incendiado no Aero Rancho. O condutor afirmou que o criminoso estava no veículo, como passageiro, atirou e mandou que todos saíssem. Em seguida o homem ateou fogo no ônibus. Após a prisão dele a polícia chegou aos demais integrantes do grupo, responsáveis pelos ataques.

Durante a madrugada, dois ônibus foram incendiados e um apedrejado. Em um dos casos de incêndio, as chamas atingiram a fiação elétrica da rede de energia. Tudo indica que a ordem para os atentados partiu de presidiários, que foram submetidos a revista por agentes penitenciários recém-formados no curso de intervenção rápida em presídios.

O primeiro caso ocorreu na rua Expedicionário Alcindo Jardim Chagas, no Jardim Aero Rancho. Segundo relatos do motorista a empresária Cristiane Reis, 36 anos, moradora no local, dois homens encapuzados e armados abordaram o coletivo, que seguia no sentido Centro. O condutor e os passageiros foram obrigados a descer, enquanto os dois jogaram gasolina e atearam fogo. “Em questão de minutos, o ônibus foi consumido pelas chamas e teve até explosão”, lamentou.