Da Redação em 01 de Dezembro de 2015
Divulgação/Sejusp
Reunião ocorreu nesta terça-feira e contou com representantes de diversos órgãos
Durante a reunião que é uma continuidade das negociações realizadas com o Sinpol, o secretário Sílvio Maluf lembrou que a problemática dos presos em delegacias é muito antiga e que a solução envolve diversos órgãos e setores e demanda tempo, pois o Estado está melhorando as estruturas e elaborando concurso para aumentar o número de agentes penitenciários para que a Agepen possa assumir a custódia dos detentos. “Já está em andamento e será lançado muito em breve o concurso público para agentes penitenciários e este é o primeiro passo”, destacou o secretário de Segurança.
A proposta apresentada pela Delegacia Geral da Polícia Civil em conjunto com o Sinpol, é um planejamento de curto, médio e longo prazos que resulte na retirada de forma gradativa dos presos das unidades policiais. “Presos nas delegacias nós sabemos que sempre vão existir por conta das lavraturas de flagrantes e cumprimentos de mandados de prisão, mas a ideia é buscarmos uma solução para que após os procedimentos legais os detentos sejam encaminhados aos presídios”, pontuou Giancarlo Miranda, presidente do Sinpol/MS.
Ficou acertado entre os participantes da reunião que a diretoria da Agepen irá apresentar em 120 dias um plano de estudos estratégicos de absorção gradativa de internos, visando a retirada total de custodiados em delegacias até dezembro de 2018. “Além disso, estamos trabalhando em conjunto com a Sejusp para acelerar a aquisição das tornozeleiras eletrônicas para que o Poder Judiciário autorize que monitorados os presos do regime aberto e semiaberto cumpram penas em domicílio”, disse Ailton Stropa Garcia, diretor-presidente da Agepen.
De imediato a Coordenadoria da Vara de Execuções Penais irá determinar a remoção das celas das delegacias para os presídios do Estado, daqueles presos já condenados pela Justiça. “Outra medida é acelerar os processos dos réus presos para que tão logo finde a instrução, os internos sejam encaminhados às unidades prisionais da Agepen, reduzindo assim de forma gradativa as custódias nas delegacias”, explicou o desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques, coordenador das Varas de Execuções Penais do Estado.
O secretário Sílvio Maluf que conduziu a reunião ainda propôs que a cada 90 dias sejam realizadas novas reuniões para avaliar o andamento das propostas apresentadas, bem como para discutir novos projetos e ações com foco na retirada dos presos das delegacias. “O nosso próximo encontro já está agendado para o mês de março”, destacou o secretário.
A superlotação de delegacias e de presídios é uma preocupação do Governo do Estado, que além do concurso público da Agepen, está também construindo no Complexo da Gameleira, em Campo Grande, três novas unidades prisionais, sendo duas masculinas e uma feminina, que juntas totalizam mais de 1.600 novas vagas. Ao todo são mais de R$ 52,2 milhões de reais em investimentos do Governo Federal através do Departamento Penitenciário Federal (Depen), com contrapartida do Governo do Estado.
Entrega de chaves
Após o ataque de presos a policiais civis, resultando na morte do investigador Anderson Garcia da Costa, 37 anos, lotado em Pedro Gomes, a categoria decidiu protestar e entregar as chaves das celas de delegacias onde há presos custodiados no Estado.
Além de Campo Grande, aderiram ao movimento, segundo o Sinpol, os municípios de Dourados, Aquidauana, Anastácio, Miranda, Corumbá, Ladário, Coxim, Pedro Gomes, São Gabriel do Oeste, Sonora, Chapadão do Sul, Costa Rica, Bonito, Jardim, Ponta Porã, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Maracaju, Rio Verde, Nioaque, Camapuã, Bataguassu, Batayporã, Ivinhema e Sidrolândia.
Segundo o Sindicato dos Policiais Civis, as delegacias de Mato Grosso do Sul têm capacidade para aproximadamente 200 pessoas, mas estão detidos 900 atualmente. Após a reunião desta terça-feira, o Sinpol deve realizar nova assembleia para discutir as medidas discutidas no encontro na Sejusp. Com informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança e do site Campo Grande News.
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