Missa e café da manhã encerram celebração espiritual da devoção a São João

Em missa na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, devotos de São João encerraram as novenas realizadas desde o dia 15 de junho em homenagem ao santo. A missa, realizada às 07h da manhã deste dia 23, véspera de São João, foi organizada pela Comunidade Católica Monte Castelo. Depois da devoção, houve café da manhã na casa de Alfredo Ferraz, responsável pelo Arraial da Comunidade.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

A missa, promovida pela Comunidade Monte Castelo, marca o encerramento das novenas em homenagem a São João

“A missa é sempre um momento de salvação, momento de encontro com o Senhor. Nós nos alegramos pela festa de São João Batista e, assim como ele antecipou a chegada de Jesus, sendo o precursor, nós também o festejamos na véspera com muita alegria”, explicou o padre Agostinho Betú, da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima. O religioso disse que antes de descer ao rio, os devotos vão à igreja para celebração espiritual, só depois é que se faz a festa social.

“Para nós, é uma honra ter aqui na Paróquia de Fátima um dos melhores grupos de Corumbá, que é a Comunidade Monte Castelo, que são eles que promovem essa missa. Nós estamos abertos porque faz parte, sobretudo, da cultura de Corumbá e é uma festa legítima da igreja que foi feita desde o começo, honrar aquele que Jesus disse que é o maior dos nascidos de mulher, batizou Jesus e mostrou a presença de Jesus, por isso ele é um dos grandes santos da Igreja Católica”, afirmou o padre Agostinho Betú ao Diário Corumbaense.

O devoto Luís Anastácio participou da missa e explicou porque fez questão de ir até a Paróquia nesta véspera de São João. “João Batista para mim é tudo. Desde que começaram a fazer a caminhada, eu estou junto com ele porque ele dá muita coisa para mim, para a minha família, para os meus filhos, saúde principalmente, que é o que a gente precisa mais. Eu acredito muito nele, no que ele faz por mim e por minha família”, contou.

Maria Inês Arruda de Paula afirmou que foi à missa em homenagem ao santo “para louvar e agradecer a São João por todas as bênçãos que ele tem dado aos meus familiares, a mim e a todos os meus entes queridos”.  A crença em São João foi o que motivou Elizete Esteves a estar na missa. “Por tanta fé que nós temos em João Batista”, garantiu. O mesmo sentimento que levou Izabel Aguillero a ir à Paróquia e participar das novenas. “Estou nessa missa hoje porque sou devota de São João”, frisou Izabel que à noite estará no Arraial da Comunidade Monte Castelo.

Procissão e café da manhã

Com o fim da missa, os devotos seguiram em procissão entoando louvores a João Batista, soltando fogos e celebrando o santo, tudo isso ao som de percussão. Os fiéis seguiram pela 21 de Setembro, dobraram na rua General Osório, desceram pela Major Gama indo até a rua Monte Castelo, onde está localizada a casa de Alfredo Ferraz, responsável por um dos maiores “arraiás” da cidade. Na procissão, além do andor com o santo, os fiéis carregavam a bandeira de São João.

Foram 500 kits de café da manhã preparados pela Comunidade para os fiéis

“Tem sete anos que sou padrinho da bandeira, então nós carregamos todos os anos. Sempre tive fé no São João. Tinha uma devoção no meu bairro que todo ano a gente descia com o São João até o rio Paraguai e agora já tem sete anos que estou aqui na Comunidade Monte Castelo e continuo sendo carregador da bandeira de São João”, disse Amires Galharte, padrinho da bandeira.

Chegando em frente à casa do festeiro Alfredo Ferraz, mais de 500 pessoas se aglomeraram no local, entre adultos, idosos e crianças. Os devotos rezaram o Pai Nosso e a Ave Maria, hastearam a bandeira de São João no mastro e deram voltas em torno do mastro segurando o andor com o santo, fazendo rezas e oferecendo louvores. Em seguida, entraram na casa com a imagem e ofereceram café da manhã para todas as pessoas que ali estavam.

Segundo Alfredo Ferraz, o levantamento do mastro com a bandeira de São João representa o nascimento de João Batista. “Segundo a tradição cristã, Maria e Isabel combinaram que no dia que João nascesse, Zacarias iria erguer um tronco de uma árvore com uma bandeira para simbolizar que João tinha nascido porque não tinha meio de comunicação na época, então eles moravam naquela região montanhosa da Judéia, e quando São João Batista nasceu, Zacarias fez a fogueira e pegou um tronco de árvore e colocou uma bandeira para simbolizar. Maria soube que João tinha nascido, aí ela foi ao encontro de Isabel para poder ajudá-la”, lembrou. O mastro com a bandeira fica erguido até o dia de São Pedro, 29 de junho, quando é retirado.

Nelson Chaves, católico devoto, fez questão de rezar aos pés do santo que estava na casa do festeiro. “Eu participei das novenas, da missa, sou católico até hoje. Participo sempre. A gente tem que ter fé em Deus e em São João porque a gente não sabe o dia de amanhã, não sabe se vai estar vivo, ninguém sabe. Espero que o Senhor dê muita saúde a todos os amigos e a todos os participantes da festa”, pediu.

O café da manhã simboliza o encerramento das novenas e as preparações para o arraial da noite. “Esse é um momento de partilha, de celebração, é a comunidade que ajuda, o pessoal coopera para fazer esse momento. Não existe festa sem comilança e bebida”, afirmou Alfredo. Agora a Comunidade segue com os preparativos para a noite, o ponto alto da festa.