Marcelo Fernandes em 20 de Maio de 2014
As longas filas provocadas pela revista militar da Operação Ágata 8 aos veículos que cruzam da Bolívia para o Brasil e que na semana passada deixaram condutores esperando por algumas horas pela liberação para entrar em Corumbá, levaram o Comando da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira do Exército Brasileiro a ampliar o número de militares no patrulhamento ao Posto Esdras.
“Não era para causar transtorno algum, ao longo da operação foram variando os momentos da experiência que nós tínhamos. Aumentamos o efetivo para esse novo momento e para darmos uma resposta melhor. Houve uma pesquisa para avaliar a situação, inclusive no sábado e domingo, quando há fluxo de turistas”, explicou o Diário Corumbaense o comandante da 18ª Brigada de infantaria de Fronteira, general de brigada Pedro Paulo de Mello Braga.
Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Revista a veículos que entram no Brasil a partir da fronteira boliviana foi acelerada com mais militares
Ele esclareceu que diante das reclamações chegadas àquele Comando, houve toda uma ação para garantir maior celeridade às revistas aos veículos que entram no Brasil pela fronteira de Corumbá nesse período de vigência da Operação Ágata 8.
“Fizemos uma relação de estudos para ver a questão da abordagem no trânsito, o fluxo na ponte vinda da Bolívia. Fizemos contatos com a polícia boliviana e aumentamos o número de revistadores para que o procedimento fosse seguido com resposta melhor para a população. Observamos que ao longo da operação, as pessoas que passam mais vezes se adaptam mais a essa rotina e entendem a nossa missão. Isso facilita porque já trazem sua documentação em dia, já vêm com seu carro regular e, para não prejudicar a atividade das pessoas, elas têm uma revista mais sumária em função da necessidade de permanecermos com as fiscalizações previstas”, observou o general explicando que na segunda-feira, 19 de maio, o trânsito fluiu rapidamente no Posto Esdras, mesmo com a barreira de vistoria. Os militares já trabalharam com o novo planejamento e com número ampliado no efetivo.
O número ampliado de militares do Exército Brasileiro acelera o serviço de fiscalização, que não deixa de ser detalhado. “Se houver irregularidade, separamos o carro e os procedimentos serão feitos fora da fila do tráfego”, observou o comandante da 18ª Brigada. “Estamos para combater os crimes transfronteiriços que incomodam muito nossa sociedade e, também, preparar para o grande evento que será a Copa do Mundo, para que a partir da fronteira tenha segurança para todos os eventos previstos”, completou o general Braga.
Também causa questionamentos o fato de o Exército não manter um patrulhamento permanente nas faixas de fronteira do país. De acordo com o general de brigada, o Exército não pode avançar sobre a competência de órgãos de segurança, por exemplo.
“A possibilidade não envolve tão somente questão de recursos, mas há os órgãos que já fazem sua fiscalização. É muito comum na nossa avaliação , pontuar determinados eventos ou situações em que podemos melhorar e somar ao trabalho dos órgãos que já existem. Não há intenção de tomar o serviço da Polícia Rodoviária Federal na fiscalização das rodovias. A Receita Federal é quem combate o descaminho, e nós estamos lá para somar”, completou o comandante da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira.
Ágata 8
Iniciada no dia 10 de maio, a operação Ágata 8 abrange toda extensão da fronteira oeste brasileira. A iniciativa combate os crimes transfronteiriços como: narcotráfico, contrabando de armas, munições e veículos, descaminho, crimes ambientais e garimpos ilegais. A área de operações Oeste compreende os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o que representa cerca de 2.500 quilômetros de fronteira do Brasil com a Bolívia e o Paraguai.
Comandante da 18ª Brigada explicou que novo procedimento deu resposta melhor para a população
Aproximadamente 2,5 mil homens da Marinha; Exército e órgãos de segurança pública participam das ações da Ágata 8 na região de fronteira com a Bolívia. A operação também contempla ações cívico-sociais (ACISO) levando atendimento médico, odontológico e hospitalar a populações de localidades isoladas e menos assistidas. O patrulhamento deve terminar no próximo dia 21 de maio.
As Forças Armadas estão apoiados por 403 agentes das Polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar e Civil e de diversas agências governamentais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), Receita Federal, Defesa Civil-MS, Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO), Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Departamento de Operações de Fronteira (DOF), Grupo Especial de Fronteira - MT (GEFRON).
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